Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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16 macrotendências apresentadas por Amy Webb no SXSW 2024

Futurista reflete sobre tendências e seus impactos no mercado e apresenta seu tradicional relatório com quase mil páginas sobre sua visão do amanhã.

Amy Webb, SXSW 2024Amy Webb, SXSW 2024

Um dos momentos mais esperados do festival de inovação do mundo, o SXSW, Amy Webb, CEO da Future Today Institute, lotou a plenária do evento neste sábado (9/3), em Austin, nos Estados Unidos, com longas filas para ver de perto suas previsões para os próximos meses. O começo da apresentação foi marcado por problemas técnicos em seus slides, que rapidamente foram resolvidos, e a futurista falando algumas frases em português.

O IT Forum teve acesso ao seu relatório anual apresentado no evento e traz as 16 macrotendências apresentadas por Amy no evento. O report conta com 695 tendências, 95 cenários, 16 seções, 979 páginas, e há 17 anos agita o SXSW. Confira abaixo:

1. Inteligência artificial

Como não poderia deixar de ser, a Inteligência Artificial (IA) é pauta de grande parte dos conteúdos do SXSW. No relatório de Amy, ela revela que enquanto o frenesi continua, agora é hora de se preparar. “A IA é uma tecnologia transformadora e de propósito geral, com o potencial de influenciar economias inteiras e alterar a sociedade. De IA multi-modal a agentes autoaperfeiçoáveis e dispositivos vestíveis com assistentes embarcados, o ecossistema está mudando rapidamente. Enquanto os avanços em IA prometem remodelar nosso mundo, as tendências emergentes destacam riscos sem precedentes, sublinhando a necessidade de preparação, governança e alinhamento”, indica o material.

2. Web3

Segundo o material, desenvolvimentos silenciosos e novas regulamentações impulsionam o Web3. Enquanto a indústria se recuperava de falhas e falências no último ano, os desenvolvedores continuaram a criar capacidades e recursos, aproximando-se cada vez mais de aplicações práticas do Web3 na vida real. “Com regulamentações prestes a serem implementadas em 2024, este pode ser um ano de inflexão, levando o Web3 do experimental e teórico para casos de negócios concretos”, aposta.

3. Metaverso e novas realidades

Será que agora o Metaverso vem realmente para ficar? Deixado na gaveta das empresas, que priorizaram outros investimentos, o relatório revela que os desenvolvimentos indicam um possível ponto de inflexão. O novo Apple Vision Pro, lançado recentemente, aproveita a IA para sobrepor o digital à realidade, representando uma mudança de metaversos fantasiosos para aplicações na vida real que podem sinalizar maturidade. “Enquanto isso, estão sendo desenvolvidos recursos complementares para aprimorar as experiências virtuais. Embora os custos dos dispositivos sejam uma barreira contínua, a integração de IA e XR cria sinergias fundamentais, marcando potencialmente o momento de virada que a indústria aguarda”, indica.

4. Bioengenharia

Prepare-se para o impacto neste ano de avanço, provoca Amy. Descobertas recentes aceleraram a convergência entre biologia, sistemas de informação e plataformas avançadas, e a atenção tem sido focada na IA generativa. Em breve, esse foco se deslocará para a biologia generativa, onde modelos de IA levarão à criação de moléculas, medicamentos, materiais e organismos vivos inovadores. Embora a biotecnologia prometa remodelar nosso mundo, ela também requer preparação e governança.

5. Energia e clima

Tecnologias emergentes e testadas se unem para cobrir o preocupante tema de energia e clima. À medida que os efeitos das mudanças climáticas se tornam mais graves, os governos estão considerando um conjunto mais exótico de tecnologias para combater a situação. “Geoengenharia solar, manipulação da química oceânica e cidades domadas são todos conceitos que ganharam significativa tração em 2023. Enquanto isso, avanços significativos foram feitos na infraestrutura habilitadora de energia renovável, com foco em redes inteligentes, armazenamento de energia e rastreamento de carbono”, indica o material.

6. Mobilidade, robôs e drones

Segundo Amy, esse contexto apresenta desafios persistem para eletrificação e autonomia. Os consumidores estão se adaptando a veículos elétricos e semiautônomos e àqueles que coletam dados crescentes. Ao mesmo tempo, a tecnologia de bateria está avançando, permitindo que veículos, robôs e drones operem por mais tempo. “O aumento dessas máquinas sugere um futuro em que elas complementam e substituem tarefas humanas, destacando uma mudança para um ambiente de trabalho mais eficiente e monitorado.”

7. Computação

Mais uma vez a IA entra em cena. A tecnologia está, definitivamente, transformação a relação homem-máquina. A IA está mudando o que é possível em termos de formatos, desafiando a arquitetura de computação subjacente. Os pesquisadores estão buscando arquiteturas energeticamente eficientes por meio da engenharia reversa das complexas eficiências biológicas do cérebro humano. “À medida que a IA facilita uma comunicação mais intuitiva, a tecnologia pode se integrar mais harmoniosamente às experiências humanas, com a computação centrada diretamente nas pessoas em vez de dispositivos”, indica o material.

8. Ambiente construído

A automação e a coleta de dados estão transformando as rotinas de trabalho. Em uma indústria acostumada a seguir práticas tradicionais, os últimos anos viraram de cabeça para baixo normas décadas. “Tais mudanças podem fornecer soluções críticas para novas questões e significar um ponto de virada que redefine os padrões da indústria e a eficiência operacional. Este momento crucial destaca a necessidade de adaptação estratégica, prenunciando uma fase de reinvenção em resposta a demandas em evolução e avanços tecnológicos.”

9. Notícias e informação

Na visão de Amy, o ecossistema de notícias também está perto de atingir um ponto de inflexão. Tecnologias emergentes como IA generativa estão moldando o futuro da criação, distribuição e monetização de conteúdo. Novas aplicações de IA estão remodelando a cadeia de valor da mídia e forjando novos comportamentos do consumidor para busca e descoberta de informações. No ano que vem, aponta o relatório, a agitação inicial da invasão de prompts do ChatGPT e lançamentos de produtos baseados em modelos de linguagem grandes irá diminuir, mas o ecossistema de informações nunca será o mesmo. O que será que vem aí? Alguma aposta?

10. Cuidados de saúde e medicina

A barreira entre o digital e o biológico está desaparecendo. A fusão dos mundos digital e biológico possibilita uma nova gama de tratamentos, sendo o mais emocionante as células dentro de nossos corpos que podem produzir medicamentos em resposta a estímulos externos. “Por outro lado, o ciberbio malware cria ameaças existenciais à nossa saúde das quais não estamos cientes e precisamos nos proteger. Ambos os desenvolvimentos têm o potencial de revolucionar completamente a indústria farmacêutica e de saúde.”

11. Serviços financeiros e seguros

Na visão de Amy e seu time, a modernização do setor ainda é lenta – talvez uma visão mais global, do que nacional, já que o Brasil é um dos mais avançados tecnologicamente quando falamos do setor financeiro -, mas os consumidores estão prontos para avançar globalmente, acredita ela. O setor de serviços financeiros, dominado por gigantes tradicionais, enfrenta um momento crítico em que abraçar tecnologias como open banking, identidade digital e blockchain não é apenas vantajoso, mas imperativo. “A indústria deve passar de uma postura reativa para uma proativa, destacando a importância da antecipação e preparação na navegação pelo futuro das indústrias financeira e de seguros.”

12. Esportes

Análises e personalização estão transformando os esportes. A tecnologia está aprimorando as capacidades de gestores, treinadores, atletas e fãs. Já temos no Brasil, inclusive, alguns casos nesse sentido. Times e ligas estão vendo progresso na identificação de talentos, treinamento, análise de desempenho e reabilitação, graças a ferramentas como realidade mista, visão computacional e IA. “Estádios mais inteligentes oferecem experiências únicas e imersivas, impulsionando o envolvimento e as fontes de receita que apoiam melhorias adicionais na qualidade do jogo e na experiência dos espectadores.”

13. Espaço

A exploração espacial está, definitivamente, entrando em uma nova era. “Pautada por antigas divisões geopolíticas e novas nações espaciais, esta era emergente vai além das dinâmicas passadas para envolver uma constelação mais ampla de nações menores e empresas privadas, tudo possibilitado pela redução do custo de acesso ao espaço. Com custos de lançamento reduzidos, a gravidade zero poderia desbloquear descobertas científicas anteriormente impossíveis. O sonho de uma humanidade multiplanetária levanta questões profundas sobre nossas prioridades”, indica o report.

14. Hospitalidade e restaurantes

A eficiência impulsionada pela tecnologia não pode substituir a personalização, acredita Amy. Pagamentos sem contato, experiências prévias imersivas, melhorias que reconhecem as necessidades personalizadas de um hóspede ao entrar no estabelecimento e funções automatizadas nos bastidores oferecem oportunidades para proprietários e operadores capitalizarem e fornecerem experiências aprimoradas, além de uma redução nos custos operacionais. “No entanto, humanos podem ocupar essas posições, criando uma tensão contínua entre eficiência e um toque pessoal”, alerta ela.

15. Cadeia de suprimentos e logística

Dados em tempo real e tudo instantâneo moldam uma nova era nesse setor. Instabilidade regional, interrupções de materiais, realocação de manufatura e tensões trabalhistas criam dificuldades para empresas e fabricantes que tentam levar seus produtos aos consumidores, que também estão se tornando mais exigentes. “À medida que as empresas se esforçam para atender a essas demandas, elas serão compelidas a repensar suas estratégias, tecnologias e fluxos de trabalho, marcando um momento crucial no relatório sobre tendências da indústria.”

16. Entretenimento

Por fim, o relatório de Amy cita o impacto da IA no entretenimento. Vimos no último ano diversas crises no mercado por conta da tecnologia, com greve de atores e ainda dubladores. “O filme do show de Taylor Swift demonstrou que experiências ao vivo secundárias ressoam profundamente. Adicione a isso a transmissão holográfica em tempo real e as considerações climáticas que levam os consumidores a procurarem opções locais, e um mundo totalmente novo de experiências de entretenimento se abre. Esses desenvolvimentos criam formas completamente novas de interagir com o conteúdo e oferecem oportunidades para novos modelos de negócios”, provoca ela.

Déborah Oliveira

Editora-chefe e diretora de Conteúdo do IT Forum, Déborah Oliveira é jornalista com mais de 17 anos de experiência na área de TI. Tem passagens pelas redações da Computerworld, CIO e IDG Now!. Bacharel em Jornalismo, com graduação executiva em Marketing, e MBA em Marketing. Em 2018, foi vencedora do prêmio de melhor Jornalista de TI no Brasil, do Cecom. Em 2019 e 2020, foi destaque do mesmo prêmio na categoria Telecom. É uma das autoras do livro “Da Informática à Tecnologia da Informação – Jornalistas Contam Suas Histórias”, pela editora Reality Books, lançado em 2020.

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