“A indústria brasileira assumiu a responsabilidade com a agenda ambiental e tem trabalhado para se tornar referência no uso sustentável dos recursos naturais e aproveitamento das oportunidades associadas à economia de baixo carbono. A sustentabilidade está no nosso DNA, tanto na busca por eficiência quanto na economia de recursos para ser mais competitivo e atender às exigências do mercado internacional. O mundo cobra do Brasil responsabilidade ambiental, e o setor privado tem interesse em se manter alinhado com os acordos internacionais”, destacou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
A Pesquisa Sustentabilidade e Liderança Industrial da CNI, encomendada à FSB Pesquisa, entrevistou, por telefone, executivos de 1.004 empresas industriais de pequeno, médio e grande porte de todos os estados brasileiros. Dentro de cada região, a amostra foi controlada pelo porte das empresas e setor de atividade, além da proporcionalidade em relação ao quantitativo nos estados. As entrevistas foram realizadas entre os dias 6 e 21 de outubro de 2022.
Sete em cada 10 indústrias vão ampliar investimentos em sustentabilidade
Em relação aos investimentos em sustentabilidade, o cenário é de crescimento. Metade das indústrias (50%) aumentou os recursos alocados em sustentabilidade nos últimos 12 meses, segundo os executivos. E um percentual ainda maior, equivalente a 69% dos entrevistados, disse que os recursos financeiros para implementar ações de sustentabilidade na sua indústria vão aumentar nos próximos dois anos. Esse percentual foi de 63% no ano passado. Também cresceu de 30% para 47%, em um ano, o número de executivos que enxergam a agenda de sustentabilidade como só oportunidades ou mais oportunidades do que riscos.
Confira os focos de investimento para os próximos dois anos:
Na opinião dos empresários, o fator que mais pesa na decisão de investir em sustentabilidade é a redução de custos, citado por 41% como primeiro e segundo principal motivo. Em seguida, estão o aumento da competitividade e o atendimento às exigências regulatórias, cada um desses tópicos foi citado por 30% dos entrevistados. Com percentual próximo também foram elencados como motivos para alocar recursos nesta área o uso sustentável dos recursos naturais (28%) e a reputação junto à sociedade e consumidores (26%). Nesta pergunta, como os empresários tiveram de apontar dois principais fatores, o percentual é a soma do primeiro e segundo motivo.
Já sobre os obstáculos para a implementação de ações, 50% dos entrevistados apontaram a falta de incentivos do governo como principal barreira. Do total, 37% citaram a falta de cultura de sustentabilidade no mercado consumidor e, para 34%, o fato de a sustentabilidade representar custos adicionais é o principal desafio para a mudança no processo produtivo. Também nessa pergunta cada entrevistado escolheu duas opções e os percentuais representam a soma da primeira e segunda.
Maioria dos executivos diz ter dificuldade em acessar crédito para ações sustentáveis
Na hora de investir, as empresas recorrem pouco a incentivos externos, ou seja, fora do orçamento da indústria, e costumam bater mais à porta do setor privado. A maioria dos executivos (55%) considera difícil ou muito difícil o acesso ao crédito para adoção de ações sustentáveis na produção. Do total das indústrias pesquisadas, 23% buscaram por créditos privados nos últimos dois anos, sendo que 15% obtiveram o financiamento. Dentre os que recorreram a recursos públicos nos últimos dois anos, 16% tentaram crédito e 6% chegaram a receber o benefício.
Considerando o grupo de empresas que teve acesso a crédito público e/ou privado, o uso de fontes renováveis aparece como principal finalidade: 47% utilizaram o recurso para buscar fonte de energia limpa. Percentual muito acima dos demais objetivos citados, como aprimoração de processos (16%), modernização de máquinas (14%) e ações para reduzir resíduos sólidos (6%).
Principais obstáculos para investimentos de sustentabilidade:
“A indústria é uma grande aliada no desafio de promover investimentos verdes e se apresenta como parte da solução nas questões climáticas. Para a CNI, a consolidação de uma economia de baixo carbono dinâmica e próspera, capaz de fazer o Brasil avançar em direção às metas estabelecidas no Acordo de Paris, deve se basear em quatro pilares: transição energética, mercado de carbono, economia circular e conservação das florestas”, destaca o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo.
91% das indústrias adotam ações para reduzir geração de resíduos sólidos
Sobre a adoção de iniciativas sustentáveis, a pesquisa mostra que 84% das indústrias realizam pelo menos cinco medidas dentre as nove incluídas no questionário. No topo da lista, estão ações para reduzir a geração de resíduos sólidos na produção, em que 91% dos executivos disseram já adotar a prática.Já o uso de fontes renováveis de energia é o principal foco de investimento.
Também tiveram percentuais altos, 80% ou mais, ações relacionadas a melhoria de processos, otimização do consumo de energia e do uso da água. Em último lugar está o uso de fontes renováveis de energia, em que 48% das indústrias disseram adotar.
Ações relacionadas à sustentabilidade na linha de produçao:
Mas o uso de fontes renováveis de energia foi apontado como principal foco de investimento em sustentabilidade das indústrias nos próximos dois anos: 37% dos entrevistados disseram ser essa a primeira ou a segunda prioridade na alocação de recursos. Em seguida estão a modernização de máquinas, citada por 35% dos executivos, e ações para reduzir a geração de resíduos sólidos, com 32%. Como cada um dos entrevistados citou dois principais focos para os investimentos até 2024, os percentuais são a soma da primeira e segunda prioridade apontadas.
Conheça o Indústria Verde
O Indústria Verde é um projeto que nasceu para mostrar que a indústria brasileira já é protagonista em soluções sustentáveis. São contribuições relevantes à agenda ambiental, com enorme potencial para liderar o processo em diversos setores.
A preocupação com o meio ambiente é de todos. Indústria, empresas e cidadãos. Na sua empresa, a transformação verde já começou? Venha fazer parte desta história.
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