Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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A Hidrovia do Sul do Brasil

por Sílvio dos Santos *

O estado do Rio Grande do Sul e o estado de São Paulo foram os únicos que investiram na construção de um sistema de transporte para a navegação Fluvial. Se em São Paulo a Hidrovia do Rio Tietê foi originada em função das barragens para a geração de energia elétrica, em território gaúcho elas foram construídas com a finalidade especifica para a navegação.

Por esta razão, as barragens gaúchas são de pequena altura, suficiente apenas para vencer o desnível dos obstáculos à navegação, têm pequena área inundável e são de baixo custo. Foram construídas quatro barragens e suas respectivas eclusas: Amarópolis, Dom Marco e Fandango no Rio Jacuí e Bom Retiro no Rio Taquari.

Elas permitem a navegação de um total de 621 km desde o interior do rio-grandense, servindo os portos de Rio Grande, Pelotas, Porto Alegre e Estrela, além do Polo Petroquímico de Triunfo, através de um canal artificial de oito km, e a Usina Termoelétrica de Charqueada.

Atualmente a Hidrovia do Sul é composta pelos rios Jacuí, Taquari, Guaíba, dos Sinos e a Lagoas dos Patos. No futuro, com a navegável comercial no Canal de São Gonçalo, será possível o fluxo de mercadorias entre a Lagoa dos Patos e a Lagoa Mirim, atingindo a divisa com o vizinho Uruguai.

Em termos de porte de embarcação, predomina, atualmente, o automotor com 90 metros de comprimento, 15 metros de boca e capacidade para aproximadamente 3.000 toneladas, com calado de até 3,2 metros. As cargas principais são carvão, produtos químicos, madeira, grãos e farelos agrícolas e óleo vegetal. A exportação de cavacos de madeira, que não obstante ser transportada nas embarcações de maior porte, em função de sua baixa densidade, não permitem que aquelas embarcações recebam mais de 1.800t.

O transporte de areia "in natura" extraída do leito do rio Jacuí, destinada ao consumo imediato na construção civil em embarcações tem porte diferenciado, variando entre 300 e 1.000t de capacidade de carga. O carvão energético, consumido no Polo Petroquímico do Sul (Copesul), localizado nas proximidades da região metropolitana do Porto de Porto Alegre, tem origem em Charqueadas, 40 km a montante, no rio Jacuí. Nesse caso, são utilizadas embarcações de 1.800t de capacidade de carga.

- Clique aqui para ver ps principais terminais das cargas da Hidrovia do Sul, segundo a Antaq.

- Clique aqui para visualizar tabela com as principais cargas movimentadas na Hidrovia do Sul.


Automotor entrando na eclusa de Amarópolis no Rio Jacuí - Rio Grande do Sul


Eclusa de Bom Retino no Rio Taquari utilizada pelo
automotor de granel líquido – Rio Grande do Sul


Barragem de Bom Retiro no Rio Taquari – Rio Grande do Sul

Referências
http://www.antaq.gov.br/

http://www.transportes.gov.br/index/conteudo/id/871

* Sílvio dos Santos foi gerente de Transportes Hidroviários e Marítimos da Secretaria de Infraestrutura de Santa Catarina e conselheiro dos CAPs dos portos de Imbituba, Itajaí e São Francisco do Sul. É mestre em engenharia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Iniciou sua vida profissional como engenheiro da Cia. do Metropolitano de SP e trabalhou também na Ferrovias Paulistas S.A. (Fepasa), Ferrovia Norte Brasil (Ferronorte) e no Escritório Técnico Figueiredo Ferraz. Seus cursos de especialização em navegação fluvial, portos e ferrovias foram realizados na França com bolsa da ACTIM. Professor de Planejamento de Transportes na Poli-USP, no IME e na Universidade Católica de Santos, onde também lecionou a disciplinas Portos e Navegação Fluvial. Na UFSC foi professor de Ferrovias e Portos, Rios e Canais, durante o estágio de docência. Na Única, em Florianópolis, lecionou a disciplina Transportes e Seguros do Curso de Administração em Comércio Exterior. Atualmente, é engenheiro do Laboratório de Transportes e Logística no convênio da Secretaria de Portos (SEP) com a UFSC. Tem dois livros publicados pelo Cengage Learning: Qualidade e Produtividades nos Transportes - 2008 - co-autor e Transporte Ferroviários - história e técnica - 2011.

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Comentário de petrúcio josé rodrigues em 17 maio 2013 às 8:10

é um exemplo para os demais estados da federação, que possuem leito aquaticos com capacidade fluvial.

Comentário de Romildo de Paula Leite em 16 maio 2013 às 17:00

O estado do Rio Grande do Sul e o estado de São Paulo foram os únicos que investiram na construção de um sistema de transporte para a navegação Fluvial.

Comentário de petrúcio josé rodrigues em 16 maio 2013 às 14:58

EXISTEM EXEMPLOS MATERIALIZADOS EM BENESSES.

ESTE É UM DELES.

SUA OBSERVAÇÕES  SÃO PERTINENTES E CAPAZES  DE FORMAR CONCEITOS.

O CIRCUNSTANCIAL E ABSOLUTO, PORQUE  ELES  EXISTEM NUM CONTEXTO ALEATÓRIO.

PORÉM O QUE É  FEITO, CONSTRUIDO E MANTIDO COM POSIÇÕES  DE VERDADADE, PODERÃO SER  MOSTRADOS AO MUNDO TODO.

SEU COMENTARIO É PRECIOSO.

Comentário de Romildo de Paula Leite em 16 maio 2013 às 10:04

    Espetacular, que sirva de exemplo para outras hidrovias, mais que não deixem os políticos chegarem perto se não eles disvirtuam os projetos, meu caro Petrúcio.

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