Até certo tempo, aquilo que não tinha mais serventia em uma indústria virava lixo dentro de sacos pretos, que sem passar por processo algum de segregação, eram encaminhados ao Poder Público para o envio a um lixão.
A exigência de segregação de resíduos nas atividades empresariais contribuiu para o surgimento de um novo mercado, muito promissor. Aquilo que não te serve mais poderá ser matéria-prima para outros.
Esta mudança gerou um novo comportamento nas empresas, na medida em que os empresários perceberam que a grande quantidade de resíduo era uma nítida evidência de desperdício na produção. Em um segundo momento, eles lançaram uma questão: se esses resíduos geram lucro para os outros, por que não podem valer para nossa própria indústria?
Contudo, é fundamental lembrar que a identificação de novos interessados em resíduos não é assunto para amador, tampouco para técnicos sobrecarregados com afazeres, sem tempo para estudar seriamente novos aproveitamentos para os resíduos.
Promover a transformação gradual dos resíduos industriais em dinheiro é tarefa para especialistas, que munidos da experiência em casos semelhantes, se lançam na busca de novas oportunidades de aproveitar os resíduos industriais, de maneira mais econômica e ambientalmente correta. O adequado gerenciamento de resíduos na indústria pode trazer uma importante vantagem competitiva, a medida que se reduz o desperdício da produção, mas desde que se vá a fundo para descobrir alternativas inovadoras. O retorno é positivo para o meio ambiente e para uma imagem positiva e responsável da indústria.
O destaque que o tema recebe atualmente, no entanto, leva muitas indústrias, visitadas por consultorias ambientais, a afirmarem erroneamente que possuem coleta seletiva. Na maioria dos casos, apresentam um trabalho incompleto, com várias lixeiras dispostas pela indústria revelando um sistema de separação parcial e ineficiente. Nesses casos, aquilo que geralmente era imediatamente aproveitado por outras empresas, passa a ter um destino menos nobre.
Além disso, o gerenciamento de resíduos industriais requer um cuidado fundamental com os resíduos perigosos ou Classe I, conforme a NBR 10.004:2004. Os resíduos Classe I, cuja constituição é resultante de produtos químicos que demandaram altos custos para produção, se forem misturados com outros resíduos os contaminam, causando prejuízo na hora da destinação. Lembre-se, o encaminhamento de resíduos perigosos a aterros industriais ou coprocessamento não é, nem de perto, a solução mais econômica. O melhor é evitar a sua geração.
* Fernando de Barros é engenheiro civil, especialista em Planejamento e Gestão Ambiental, mestre em Engenharia de Edificações e Saneamento, diretor e responsável técnico da Master Ambiental. www.masterambiental.com.br
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