Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Um dos grandes desafios diários de um profissional que coordena a produção é lidar com o número excessivo de faltas. Esse é um fenômeno que encontramos em todas as regiões do país, e cada vez mais deparamos com quedas significativas de produtividade.

O profissional de produção passa boa parte de seu tempo “tapando buracos”. É muito comum um grupo iniciar o dia com um número de colaboradores e finalizar com outro sem que se tenha uma prévia, ou seja, temos de promover mudanças de balanceamento em pleno processo.

Já vimos em outras oportunidades o quanto é importante o balanceamento dentro da fábrica. Com ele podemos eliminar gargalos, já que temos os dados de cronometragem para analisar quais seriam. Com o balanceamento, ajustamos toda a carga de trabalho e fazemos as famosas “receitas”; acertamos os colaboradores, sempre levando em consideração a habilidade de cada um nas operações a serem desenvolvidas e, dessa forma, iniciamos o processo.

A equipe, que pode ser em células, grupos, peça a peça ou qualquer outro sistema, tem um período de adaptação, que leva mais ou menos tempo dependendo do grau de dificuldade do produto. A “receita” é colocada em prática e as operações são divididas entre os colaboradores. Esse grupo trabalha um período e aí, pimba: um colaborador simplesmente não comparece ao trabalho.

Surge então mais uma complicação a ser resolvida pelo profissional de produção. Quais seriam as alternativas e suas consequências?

 

1º) A substituição da pessoa que faltou – boa alternativa.

Consequência: Quase nunca temos um colaborador sobrando. Se remanejarmos uma pessoa para cobrir a falta de outra, poderemos ter o mesmo problema amplificado, ou seja, tiraríamos uma pessoa de um grupo desfalcando-o e teríamos de promover o treinamento dela no grupo de destino, perdendo produtividade nos dois.

 

2º) Fazer a redistribuição (balanceamento, receita) das operações de quem faltou – a melhor alternativa.

Consequência: Teríamos uma queda de produção, porém poderíamos manter a mesma produtividade, dependeria do tempo gasto pelo profissional de produção para promover essas alterações. Seria essa a melhor alternativa por não envolver outros colaboradores além dos do grupo, preservando o restante da fábrica.

 

O ideal é termos sempre os estudos de tempo dos produtos para realizar esse balanceamento o mais rápido possível, apesar de ainda encontrarmos líderes, chefes e distribuidores que fazem essas tarefas de forma intuitiva, o que vem acontecendo cada vez mais, e a chegada de pessoas técnicas em nosso segmento, por isso hoje podemos tratá-las como profissionais de produção.

O que gostaríamos de registrar é que esse fenômeno vem crescendo de forma assustadora e será preciso analisá-lo por ângulos diferentes (cultura, organização da empresa, condições de trabalho, entre outros), o que pode nos levar à causa e, quem sabe, tomarmos as medidas cabíveis para a correção.

Enquanto isso não acontece, teremos de nos preparar cada vez mais para tomar decisões assertivas, sempre com o mínimo de tempo possível, e ter sucesso.

Fica aqui a dica de colocar sempre em prática as técnicas simples e mais eficazes de controle da produção (cronometragem, cronoanálise, balanceamento, controle sistemático de produção). Assim, ao menor sinal de interferência nos resultados, você poderá seguir novos rumos aplicando ações corretivas.

 

Rubens Nunes é consultor de gestão industrial há mais de 20 anos e sócio da Megatech Consultoria.

contato@megatechconsult.com.br

Foto: Divulgação

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Comentário de rogério Quirino dos santos em 27 janeiro 2014 às 12:51

TRABALHO NA CAMBUCI S/A (PENALTY), E HOJE, UM DOS MAIORES PROBLEMAS QUE ENCONTRO NA PRODUÇÃO É O ABSENTEISMO.

AS DICAS CITADAS NESSE TEXTO SÃO MUITO BOAS.

 

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