Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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AGUINALDO DINIZ FILHO

Após seis anos e dois mandatos à frente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), o empresário faz um balanço de sua gestão e fala sobre perspectivas futuras.

 

CP: Sr. Aguinaldo Diniz Filho, durante o período em que presidiu a Abit, quais foram as principais conquistas para o setor têxtil e confeccionista brasileiro?

ADF: Para mim foi uma honra presidir a Abit. Quando recebi o convite de Paulo Skaf e Josué Gomes da Silva (ambos antigos presidentes da entidade), achei que seria um pouco sacrificante, devido à distância entre Minas Gerais, onde fica a Cedro, e São Paulo, para conciliar a agenda de reuniões e outros compromissos, mas aceitei o desafio. Destaco que isso não seria possível sem o apoio de todo o conselho e da equipe técnica da Abit, que sempre me deram todo o suporte, fazendo um trabalho em conjunto mesmo. Entre as principais conquistas desse período, destaco a instauração da Frente Parlamentar Mista José Alencar pelo Desenvolvimento da Indústria Têxtil e de Confecção, uma voz ética e transparente dentro do governo para mostrar a importância e as necessidades dessa indústria ao país, que não pode ser absorvida pela política predatória e desleal da China; a desoneração da folha de pagamento, que vem sendo muito importante para o setor – e o de vestuário foi um dos primeiros a receber o benefício no país; a margem de consumo de 20% de produto nacional no Plano Brasil Maior; a ampliação do limite do cartão BNDES para compra de insumos (BNDES PSI); a redução da taxa de energia elétrica para a indústria; a ampliação do limite do Simples, sem contabilizar as exportações que ultrapassassem o teto, com o intuito de fortalecer as confecções, que puxam toda a cadeia têxtil; a redução e uniformização do ICMS na chamada Guerra dos Portos, na qual quem importava pagava menos do que quem produzia; o bloqueio de importações de produtos têxteis e de vestuário de Bangladesh pelo Brasil, por meio do País de Menor Desenvolvimento Relativo (PMDR), o que causaria um dano ainda maior à nossa indústria; e o Regime Tributário Competitivo para a Confecção (RTCC), que visa desonerar a confecção, independentemente de seu tamanho, objetivando seu fortalecimento, pois, dessa forma, toda a cadeia têxtil é impulsionada. Para mim, não há nada mais importante, no momento, do que isso.

 

CP: Qual sua análise do setor têxtil e confeccionista em 2013 e quais as perspectivas para 2014?

ADF: Este ano o setor tem trabalhado em meio a um cenário difícil, com juros e inflação subindo e um déficit na balança comercial em torno de US$ 5 bilhões. O Brasil melhorou a renda, mas o consumo não acompanha a produção – 25% do que é consumido é importado. A Abit não é contra a importação, mas sim contra a forma predatória como ela está acontecendo. A indústria teria de lutar para crescer, e não para sobreviver. Precisamos urgentemente de reforma política, tributária e previdenciária. Para 2014, acredito num cenário semelhante. Mas 2015 é o que mais me preocupa, como cidadão e como empresário, pois será um ano de ajustes – fiscais, orçamentários, de renda, superávit primário –, um freio para uma arrumação muito grande. Pode ser um ano turbulento de várias formas.

 

CP: Que ações iniciadas este ano ficam para a próxima gestão da Abit, em 2014?

ADF: A inclusão do “kit enxoval” no plano Minha Casa, Minha Vida, pois, muito antes de precisar de um laptop, por exemplo, a pessoa precisa de toalhas de mesa, de banho, jogos de cama, cortinas e outros itens do universo têxtil para seu dia a dia. E o RTCC é, sem dúvida, a ação mais importante. Se eu pudesse, pautaria minha gestão na Abit sobre essa reforma, sobre a qual o governo já está ciente e pode acontecer ainda em 2014. Reafirmo: sem o fortalecimento e o desenvolvimento das confecções, não há como o setor têxtil, como um todo, ir para a frente. Se o RTCC acontecer, a indústria dará um grande salto.

http://www.costuraperfeita.com.br/edicao/23/materia/zigue-zague.html

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Comentário de SERGIO COELHO BASTOS em 27 janeiro 2014 às 19:34

ACHO A PROPOSTA DO KIT ENXOVAL MUITO INTERESSANTE, PORÉM, E PRECISO CRIAR UMA ESTRATEGIA PARA ALGUM ESPERTALHÃO NÃO TRAZER DA CHINA, VIA MATOGROSSO DO SUL E FAZER FORTUNA VENDENDO PRODUTO CHINES EM PROGRAMA DO GOVERNO, DE REPENTE, COM AGENTES DO GOVERNO ENVOLVIDO E LEVANDO O DELE POR FORA....O QUE É MUITO HABITUAL POR AQUI...

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