Empresa divulga relatório com cinco macrotendências globais e informações sobre relações entre pessoas e marcas.
Em seu 18º ano, o relatório anual da Accenture Song indica que mais da metade das pessoas questiona o conteúdo que recebe online, enquanto 62% das pessoas dizem que a confiança é um fator importante para escolherem se envolver com uma marca.
Embora apreciem a conveniência que a tecnologia digital oferece, as pessoas tendem cada vez mais a analisar detalhadamente o que veem e aquilo em que acreditam, à medida que procuram equilibrar o papel da tecnologia nas suas vidas com o avanço da inteligência artificial generativa (GenAI), que remodela experiências cotidianas.
A pesquisa revela cinco macrotendências globais sobre relações entre pessoas e empresas em 2025, por meio de insights e inteligência de crowdsourcing da rede global de designers, criativos, tecnólogos, sociólogos e antropólogos da Accenture Song. A empresa pesquisou 24.295 entrevistados em 22 países em julho de 2024 para validar as tendências.
1. O preço da desconfiança
O aumento dos golpes coloca em risco a segurança nas tecnologias digitais. A GenAI amplia essa confusão, colocando em xeque a confiança das pessoas nas plataformas digitais.
Segundo a pesquisa, mais da metade das pessoas questionam a autenticidade do conteúdo online. Esse comportamento afeta as compras online e as interações com marcas, com 33% das pessoas relatando terem sido vítimas de golpes ou ataques de deepfake no último ano.
Com isso, vê-se a importância das marcas criarem pontos confiáveis em suas comunicações, no comércio e nos produtos.
2. A armadilha da parentalidade
Os pais enfrentam o desafio de ajudar a próxima geração a desenvolver uma relação saudável com a tecnologia digital. Os comportamentos extremos e a exposição dos jovens a diferentes riscos são considerados como resultados do acesso irrestrito à internet e às redes sociais. Os pais percebem os efeitos e sentem a urgência de estabelecer limites, enquanto os governos elaboram políticas.
Os dados da Accenture mostram que pessoas de 18 a 24 anos têm mais que o dobro de chances, em comparação com aquelas acima de 55 anos, de afirmar que as redes sociais impactam sua identidade. Além disso, cerca de dois terços da Geração Z e millennials afirmam passar mais tempo online do que gostariam, 67% e 64% respectivamente.
À medida que os jovens enfrentam os efeitos negativos, debates e ações são necessários para encontrar o equilíbrio e as medidas de proteção adequadas.
3. A economia da impaciência
O estudo revelou que as metas e prioridades estão mudando cada vez mais.
Hoje, três em cada quatro consumidores desejam que as empresas respondam mais rápido às suas necessidades. Mais da metade prefere respostas rápidas e orientações, recorrendo a informações de mecanismos de pesquisa ou criadores de conteúdo, mesmo correndo riscos em questões de saúde e finanças. Antes focados em estilo, viagem e música, os influenciadores passaram a abordar também temas como saúde, riqueza e felicidade.
Quando as empresas não atendem às expectativas, os consumidores buscam a sabedoria coletiva, o que pressiona as marcas a acompanhar o movimento para manter as conexões.
4. A dignidade do trabalho
A dignidade do trabalho está sendo desafiada por pressões empresariais, avanços tecnológicos e mudanças nas dinâmicas. Com a entrada da GenAI no ambiente de trabalho, é necessário considerar novas expectativas de como as pessoas trabalharão com a tecnologia.
Três em cada quatro pessoas definem as ferramentas de GenAI como úteis no trabalho, afirmando que elas aumentam a eficiência (44%) e melhoram a qualidade do trabalho (38%), enquanto uma parcela teme que limitem a criatividade (14%), tornem o trabalho mais mecânico (15%) e gerem ansiedade em relação à segurança no emprego (11%).
Diante disso, os líderes devem promover incentivos e autonomia, elementos essenciais para a produção de trabalhos de alta qualidade.
5. A restauração do social
As pessoas estão buscando experiências mais autênticas e ricas em estímulos sensoriais, com o desejo de se reconectar com a natureza e umas com as outras. O desejo de equilíbrio entre tecnologia e momentos de alegria e bem-estar é uma tendência em ascensão.
O estudo identificou que 42% das pessoas atribuíram sua experiência mais prazerosa na última semana a algo que fizeram na vida real, enquanto apenas 15% mencionaram uma experiência digital. Essa mudança oferece às organizações a oportunidade de repensar seus papéis e alinhar-se ao desejo crescente por experiências mais imersivas e autênticas.
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