Profissionais que residem permanente nos Estados Unidos, portam vistos temporários de trabalho e até mesmo cidadãos naturalizados temem processo reentrada no país devido às políticas imigratórias do governo de Donald Trump.
As agências de publicidade dos Estados Unidos estão reavaliando seus planos de viagem para o Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions, no mês que vem, na França, devido aos receios de reentrada de funcionários que são residentes permanentes, portadores de visto H-1B, temporário para trabalho, e até mesmo cidadãos naturalizados.
(Crédito: Ada McCullough/Shutterstock)
No geral, muitos profissionais da indústria estão evitando viagens internacionais, temendo detenção no aeroporto e recusa de reentrada nos EUA devido à repressão do governo Trump aos vistos e imigração, conforme apurou o Ad Age.
De acordo com uma fonte de uma rede internacional independente, que concordou em falar sob condição de anonimato, executivos estrangeiros C-level que já estiveram em Cannes diversas vezes, decidiram não comparecer à edição de 2025. Por excesso de cautela, a fonte também decidiu não ir ao festival este ano, apesar de ser cidadã americana naturalizada.
Outros funcionários da organização e profissionais de todo o setor que planejam viajar para Cannes têm expressado grande ansiedade sobre a viagem. Muitas agências emitiram orientações para funcionários que viajarão para a França para o evento, que acontece entre 16 e 20 de junho.
Um porta-voz da WPP declarou ao Ad Age que a holding “fornece orientação abrangente de viagens para os funcionários, incluindo recursos específicos para membros da equipe que são titulares de visto ou green card residentes nos EUA. Esta orientação descreve a documentação recomendada e etapas proativas para ajudar os funcionários que viajam a estarem o mais preparados possível”.
Na Gut, a CEO, Andrea Diquez, comentou que a agência está mantendo a “flexibilidade”. “Embora amemos comemorar Cannes juntos e nunca tomemos isso como garantido, estamos aqui para apoiar cada indivíduo com orientação, flexibilidade e empatia, porque apoiar nosso povo vem antes de qualquer coisa”, disse ela em um e-mail.
Em determinadas agências, os próprios líderes estão salientando diretamente aos funcionários de que não são obrigados a viajar caso não queiram, não apenas para Cannes, mas também para outras produções comerciais ou reuniões com clientes.
Embora a agência normalmente tenha uma “grande contingência” para viajar a Cannes, este ano, dois membros cujos trabalhos foram inscritos no festival decidiram não viajar. A situação é lamentável, confessou Orgando, pois comparecer a Cannes pode ser uma oportunidade transformadora para criativos de pequenas agências independentes.
No caso da Mischief @ No Fixed Address, braço americano da agência canadense No Fixed Address, a agência tem tomado medidas para mitigar riscos associados a viagens internacionais. Por exemplo, está garantindo que “os detalhes das passagens e de vários documentos coincidam, que os passaportes estejam a mais de seis meses da data de vencimento, que [os colaboradores] tentem atualizar para o Real ID, se possível, e que os green cards e vistos estejam em mãos, atualizados e sejam os originais”, disse a presidente e sócia, Kerry McKibbin.
Além disso, tem exigido que portadores de visto e green card portem cartas de verificação de emprego e oferece recursos para ajudar os funcionários a se prepararem para responder a perguntas sobre seu emprego aos agentes da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA.
Autoridades de fronteira dos EUA estão usando táticas de triagem mais agressivas em diferentes portos de entrada, levando vários países, incluindo Alemanha e França, a atualizar seus alertas de viagem.
As táticas, que o governo Trump chama de “verificação aprimorada”, incluem buscas em telefones e questionamentos de estrangeiros, incluindo imigrantes legais que expressaram opiniões que o governo acredita que ameaçam a segurança nacional e prejudicam a política externa.
Embora a política não seja nova e tenha sido adotada por outros governos, tem deixado pessoas nervosas, que sentem que podem ser alvos, indica Daniel Schwarz, sócio do escritório de advocacia de imigração Fragomen, Del Rey, Bernsen & Loewy. Segundo ele, o escritório observou um aumento nas segundas triagens e na intensificação da verificação por meio de buscas por telefone, embora a probabilidade de qualquer pessoa ser alvo permaneça incerta.
“Esse tipo de escrutínio sobre indivíduos que entram nos Estados Unidos não é tão novo assim”, lembrou. “É algo que fez parte do primeiro governo Trump, e de todos os governos, mas acho que a diferença é que a verificação adicional e a maior publicidade em torno disso é o que realmente deixou as pessoas preocupadas”.
Embora as políticas atuais estejam causando mais estresse, nem todos estão impedidos de viajar. Luis Miguel Messianu, fundador, presidente e diretor de criação da agência hispânica MEL, acredita que “agências multiculturais ainda poderão participar do Cannes Lions, mas planejamento e precauções extras são essenciais em 2025 e depois”.
Ele sugeriu realizar um briefing com a equipe antes da viagem para revisar documentos, cronogramas e contingências. Também recomendou a nomeação de um líder ou coordenador de viagens para gerenciar quaisquer problemas de fronteira ou com as companhias aéreas, além de ter um contato de RH ou jurídico disponível durante a semana do festival de Cannes, caso seja necessário suporte.
*Tradução por Giovana Oréfice
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