Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Algodão: A volta do ouro branco, 20 anos depois

Fonte:|vooz.com.br|


Teresina (PI) - Mais de 20 anos depois de ter suas plantações de algodão dizimadas pela praga do bicudo, o Piauí volta a ser produtor do que à época de chamava de “ouro branco”. A diferença é que as grandes plantações saíram da região do Semiárido e foram para os Cerrados, especialmente em Uruçuí e Santa Filomena, onde apresentam uma produtividade de encher os olhos, superior a 3 mil quilos por hectare para o algodão em caroço, e de mais de 1,1 mil quilos por hectare para o algodão em pluma.

Este ano, devido a falta de chuva verificada nos estágios iniciais de desenvolvimento vegetativo e o excesso nos meses de abril e maio comprometeram a produtividade média em todo o Nordeste, que deverá acusar uma retração na safra em torno de 11%. “Mesmo assim, nosso algodão é de excelente qualidade e tem mercado garantido”, assegura Adilson Rogério Biesek, gerente da Fazenda Nova, nos Cerrados de Santa Filomena, a 930 quilômetros de Teresina.

Algodão

A Fazenda Nova, do empresário baiano Fábio Pereira Júnior, produz no Piauí desde 2003. De seus 7 mil hectares, 5,7 mil foram usados este ano para algodão, garantindo uma safra de 6,4 mil quilos de pluma e de caroço. “Não há dúvida de que a irregularidade do inverno prejudicou nossa safra, mas mesmo assim o resultado é positivo”, adianta Biesek.

As consequências da irregularidade do inverno podem ser sentidas nos números divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em seu 11º acompanhamento da safra brasileira. A área plantada encolheu de 14 mil para 10 mil hectares, a produtividade caiu de 3.396 para 3.120 quilos por hectare, mas mesmo assim o Piauí é o segundo Estado nordestino neste quesito, perdendo por pouco para o Maranhão, que alcançou 3.180 quilos. “O preço do algodão no mercado internacional também está ruim e isto influi na hora de plantar”, explica o gerente. Na Fazenda Nova, no entanto, a produtividade chegou a 3,7 mil quilos por hectare. Cerca de 60% de sua produção é vendida para o exterior, ficando os 40% restantes para o mercado interno.

Na região do Semiárido, que já sediou a maior produção de algodão do Piauí, a cultura também está sendo retomada. Em Paulistana, por exemplo, este ano estão sendo cultivados mil hectares, uma variação positiva de 32,8% em relação ao ano passado.

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A produtividade, muito baixa se comparada com a dos Cerrados, subiu 5,9% e passou de 612 para 648 quilos por hectare. Em Picos e Pio IX, as plantações de algodão ocupam apenas 100 hectares em cada um deles, mas a produtividade tem se revelado bem melhor. Em Picos, chegou a 800 quilos por hectare e em Pio IX a mil quilos.

Adilson Biesek não tem dúvida de que os Cerrados piauienses se transformarão nos grandes produtores de algodão do país. A carga elétrica da região foi reforçada e isso vai ajudar a atrair novos produtores.

Semiárido já foi o maior produtor de algodão do Piauí

O município de Picos, a 310 quilômetros de Teresina, na região Sudeste do Estado, já foi o principal polo algodoeiro do Piauí. A grande produção da região permitiu a instalação na cidade de uma usina do Grupo Coelho, um dos mais poderosos da época. Mas, a cultura do algodão enfrentou grandes dificuldades nos anos 80, entre elas a praga do bicudo, responsável por sérios prejuízos aos agricultores. Além disso, houve incentivo para a compra de algodão importado, provocando o declínio da indústria têxtil nacional.

Essas dificuldades resultaram em queda substancial da produção no Nordeste brasileiro e também no Piauí, em função da baixa adoção de tecnologias que impossibilitava a convivência adequada com a praga do bicudo e da baixa competitividade do produto local com o importado, em razão da sua qualidade e da escala de comercialização.

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Os problemas na cultura algodoeira também foram registrados nas demais áreas tradicionalmente produtoras de São Paulo e Paraná. No Paraná, por exemplo, a área plantada caiu de cerca de 700 mil hectares no início da década de 90 para menos de 40 mil hectares em 2001.

Segundo dados disponíveis, em 1986 existiam no Piauí 219.876 hectares plantados de algodão, dos quais 155.081 hectares de algodão arbóreo e 64.796 hectares de algodão herbáceo.

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A região do Semiárido já foi responsável por 79,51% da área plantada de algodão no Piauí, garantindo 55,08% da produção estadual dessa fibra. Ele é considerado a mais importante fibra têxtil, natural ou artificial, e é também a planta de aproveitamento mais completo e que oferece os mais variados produtos de utilidade.

As referência sobre o algodão vêm de muitos séculos antes de Cristo. Na América, foram encontrados vestígios no Peru, evidenciando que povos milenares daquela região já manipulavam o algodão. Com os Incas, o artesanato têxtil atingiu culminância, pois amostras de tecidos de algodão por eles deixados enchem os olhos pela beleza, perfeição e combinação de cores.

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Comentário de Nelson Pimentel em 7 outubro 2009 às 16:03
O nordeste tem grande necessidade da volta do algodão,era ouro branco porque trouxe riqueza para região.A preocupação é com os descarroçadores que foram todos vendidos para MT e Goias

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