São Paulo - O algodão está com o maior preço dos últimos 140 anos, mas a maioria dos produtores rurais não vai sentir essa melhora. É que grande parte da safra, que será colhida somente em junho, já foi vendida e a um valor mais baixo.
Em uma reunião concorrida, a Câmara do Algodão discutiu em Brasília, o futuro da cultura. Baixos estoques mundiais, problemas climáticos que reduziram a oferta do produto e a crescente demanda tanto no Brasil quanto na China. Esses fatores fizeram com que o preço internacional do algodão alcançasse esse patamar.
O mercado está pagando US$ 2 por libra-peso.
Mas 70% da safra, que começará a ser colhida daqui a dois meses, já foram comercializadas, e a um preço 33% menor. Já foi vendida antecipadamente a cerca de US$ 0,75 libra-peso. Ou seja, R$ 1,65 o quilo. O momento é bom para os produtores se capitalizarem. E até quem precisou vender antecipadamente para comprar insumos ou para financiar a própria produção não deve desanimar.
Não é por acaso que a área plantada saltou de 824 mil hectares para 1,3 milhão de hectares, um crescimento de 64% de uma safra para outra. A colheita deve render 1,95 milhão de toneladas, mas até a chegada da nova safra o segmento terá de trabalhar com um suprimento "muito curto" e com o preço elevado, "jamais visto na história", disse o diretor da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel. De acordo com o Instituto Brasileiro de Algodão (IBA), os preços domésticos subiram 300% em um ano.
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