Fonte:[ www.abrapa.org.br ]
A situação de aperto pela qual passa o setor têxtil deve melhorar a partir do segundo semestre deste ano, quando entram os volumes da nova safra de algodão. O Brasil deve ter uma safra recorde da pluma. A estimativa da Conab - Companhia Nacional de Abastecimento - é de uma produção de 2,027 milhões de toneladas na temporada 2010/11, 69,8% maior do que o registrado no ciclo 2009/10, que foi marcado por problemas climáticos e quebra de produção.
O crescimento da oferta é resultado do aumento da área de plantio, puxado por preços recordes da pluma no mercado internacional. A área plantada no país na safra atual, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), foi de 1,36 milhão de hectares, 62% maior do que os 835 milhões de hectares registrados na temporada anterior. As previsões estão cada vez mais próximas de se confirmar. Faltando de 40 a 50 dias para o início da colheita, os produtores de algodão do Brasil respiram aliviados porque a maior parte da produção está fora de risco climático. O presidente da Abrapa, Sérgio de Marco, explica que praticamente toda a safra principal, cultivada até dezembro, foi beneficiada pelas chuvas abundantes que ocorreram até 5 de abril e, por isso, o risco climático daqui até o início da colheita é praticamente nulo.
A incerteza ainda recai sobre uma área de cerca de 77 mil hectares de Mato Grosso, com plantio mais tardio, que enfrenta falta de chuvas. Há cerca de 15 ou 20 dias não há precipitações nessa área plantada mais tardiamente, explica de Marco. "Essa lavoura precisa de chuva até 10 de maio". Se a chuva não vier, parte da produção de Mato Grosso será afetada. O Estado, maior produtor nacional da pluma, semeou uma área total de 708 mil hectares de algodão na safra atual, aumento de 64% em relação aos 428,1 mil hectares cultivados na temporada anterior. É difícil estimar perdas caso a esperada chuva não venha. No entanto, o dirigente não vê riscos de as perdas comprometerem a entrega dos contratos de venda antecipada fechados até agora. "Já estamos na etapa final da safra. Não vejo grandes problemas à frente", diz.
Segundo estimativas da Abrapa, em torno de 80% da colheita esperada, de 2,027 milhões de toneladas da pluma, já estão comercializadas, o que significa algo próximo de 1,621 milhão de toneladas. Desse total, em torno de 700 mil toneladas devem ser exportadas, segundo de Marco, volume recorde. O mercado interno deve consumir em torno de 1,1 milhão de toneladas de pluma nesta safra. O executivo da Abrapa explica que, para não repetirem a dificuldade de obtenção de matéria-prima registrada neste primeiro semestre, as indústrias têxteis e de fiação fizeram boa parte de suas compras de algodão de forma antecipada, ou seja, antes da colheita.
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