Fonte:|Agencia Estado|
Nova York - A indústria de algodão dos Estados Unidos não deve enfrentar prejuízo no longo prazo com a disputa de mercado entre China e Estados Unidos por conta da mútua dependência dos países da commodity, disseram analistas. Sob pressão de grupos comerciais americanos, a administração Barack Obama impôs uma tarifa de importação de até 35% sobre a importação de pneus chineses.
Em resposta, a China contactou a Organização Mundial do Comércio (OMC) e pediu para investigar se os EUA estão praticando dumping com produtos de frango e peças automotivas no mercado local.
Especuladores nervosos realizaram lucros em ações e commodities em meio a incertezas relacionadas à disputa, disse Sterling Smith, analista de mercado da Country Hedging. "A China é um grande consumidor de tudo e problemas com ela é algo que nós não queremos", disse. China é o maior produtor têxtil e o primeiro destino dos EUA para exportação de algodão. Na última década, a maior parte da produção têxtil norte-americana atravessa os mares, principalmente para a Ásia. Vendas especulativas devem pressionar as cotações do algodão a níveis vantajosos para a indústria, disse Ron Lawson, diretor da Logic Investiment.
A longo prazo, entretanto, os EUA e a China têm uma relação de dependência mútua quanto ao algodão e o mercado têxtil não será prejudicado por disputas não relacionadas a ele, disseram analistas. Os negócios do algodão não seriam interrompidos por causa de uma disputa em torno da "borracha", exemplificou.
Soja
A China tem elevado suas importações de soja dos EUA depois que uma estiagem reduziu a produção na Argentina. Suas compras, e os escassos estoques dos EUA, ajudaram a puxar as cotações da soja na Chicago Board Of Trade para níveis muito altos. Dada essa dependência, será difícil o país escolher a oleaginosa como objeto de retaliação, ainda que seja o maior comprador mundial do produto, disse um trader da CBOT. Na safra 2008/09, a China importou 19 milhões de toneladas de soja norte-americana, ante 13,7 milhões de t na safra anterior, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
Alguns analistas, contudo, consideram a disputa negativa para os mercados agrícolas. Na CBOT, as cotações da soja, milho e trigo abriram em baixa hoje pressionadas pela disputa entre os dois países e pela expectativa de uma grande safra de grãos nos EUA. "O mercado de grãos não gosta de qualquer tipo de problema com a China", comentou Sterling Smith, analista da Country Hedging. Ele admite, contudo, que uma eventual guerra comercial não afetará mercado de forma imediata. Com informações da Dow Jones.
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