Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Fonte:|globoruraltv.globo.com/GRural|

Uma experiência que utiliza as sobras do algodão como adubo está dando bons resultados em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro.
Nova Friburgo se destaca pela agricultura, mas também é conhecida por ter grandes indústrias no setor têxtil. Em uma fábrica de fios e rendas, o algodão bruto passa por um longo processo de limpeza, para retirada dos resíduos, como sementes, galhos, cascas e poeira.

Depois de percorrer quatro grandes máquinas, o produto está pronto para a fiação, mas boa parte da fibra se torna inútil pela quantidade de sujeira. Das 100 toneladas que chegam à fabrica todo mês, três são descartadas em forma de fardo.

“Iria para o lixo, agora não vai mais”, garante Jaílson Pereira, gerente de fiação.

O algodão sujo, impróprio para a produção de fios, sempre foi dispensado pela indústria têxtil, mas há cerca de dois anos, alguns produtores de caqui de Nova Friburgo resolveram usar este material como adubo e deu certo.

Ederaldo foi um dos pioneiros. Há dois anos ele forrou o chão, abaixo dos pés de caquis, com o algodão e logo percebeu o efeito na terra. “O meu solo aqui, era um solo pobre e vazio. Eu via que o resto de algodão tem muita matéria orgânica, então eu me interessei por este produto. O solo hoje é puro material orgânico. No início eu tirava, no máximo duas caixas, hoje tem pé aqui que eu tiro onze (caixas)”, revela Ederardo Ferraz, agricultor.

A descoberta dos agricultores virou fonte de estudos da Embrapa de Nova Friburgo. “No nosso caso, da agricultura, na verdade eles concentram a parte boa, porque o que mais interessa para a gente é esta sujeira, que é material orgânico, rico em nutrientes, que a gente tem condição de usar na agricultura”, diz um agrônomo.

Os fardos doados pela fábrica, são desfeitos e pesados, depois são jogados na plantação, em volta das plantas. As árvores em teste são marcadas com fitas. No ano que vem, a produtividade de cada uma será avaliada.

“A princípio os agriculturas estavam usando um fardo inteiro por pé de caqui e isso representa uns 200 quilos. Então a ideia foi testar o que o agricultor já faz, mas a gente acha que é muito. Então a gente está testando 100 quilos por pé, 50 quilos por pé e para ter a nossa testemunha, como a gente fala, tem um pé sem adubação nenhuma. Isso é interessante porque, se a gente consegue um resultado bom, com uma quantidade menor, a gente tem condições de distribuir isso para mais agricultores”, explica Adriana de Aquino, bióloga da Embrapa.

Os pesquisadores já identificaram que a fibra de algodão possui 2,5% de nitrogênio, essencial para o crescimento das plantas. Essa quantidade é maior que a encontrada no esterco bovino.

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Comentário de Hamilton Mello em 28 outubro 2009 às 15:36
Gostaria de saber informações mais detalhadas e contatos com quem desenvolveu esse trabalho sobre o adubo de algodão pois trabalho na area de reaproveitamento de fibras e é algo que me interessou. Meu cel.:1172929054. Meu email:hamilton.mello@ig.com.br
Comentário de Lourival Fadiga em 7 setembro 2009 às 11:13
É muito bom tomar conhecimento de notícias como esta, haja vista que ha mais de 20 anos atrás a Sudamtex já fazia esse procedimento.

O projeto foi desenvolvido por nosso Gerente de projetos Gaspar Porras. que começou um período experimental numa horta que ele preparou na própria empresa .Os resultados foram excepcionais, e o resíduo foi oferecido gratuitamente ao ,polo verdureiro dos arredores de Teresópolis, que confirmou as enormes vantagens daquele "adubo".

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