Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Algodão - Investigação não prova manipulação

Fonte:|.portugaltextil.com|

Quando em 2008 o preço do algodão atingiu valores muito acima do normal, surgiram dúvidas se a fibra estaria a ser alvo de especulação. Após uma investigação de cerca de 20 meses, a conclusão exclui a manipulação do mercado como a principal causa para o acentuado aumento.

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Investigação não prova manipulação

A manipulação do mercado não causou os preços do algodão artificialmente elevados registados em 2008, segundo revelou a Commodity Futures Trading Commission (CFTC), após uma longa investigação que durou quase 20 meses.

Segundo a CFTC, as evidências demonstraram uma série de factores que podem ter contribuído para a movimentação descontrolada dos contratos de algodão negociados no Intercontinental Exchange Futures dos EUA, anteriormente a New York Board of Trade, durante a semana de 3 de Março de 2008.

A CFTC conduziu a investigação a mando de agricultores, investidores e outros intervenientes no mercado, que manifestaram preocupação com a subida do preço, que empurrou dois dos principais comerciantes norte-americanos de algodão para fora do negócio.

Em vez da manipulação, a alta do preço pode ter-se devido a factores como o abrangente aumento nos preços das matérias-primas, as apertadas condições de crédito, a alteração no mecanismo de comercialização, o impacto de alguns grandes players no mercado e a presença de limites nos preços de mercado do algodão, revelou a agência num relatório de 27 páginas.

«Houve uma série de factores que contribuíram para a subida. Não foi apenas a compra (especulativa) de algodão que resultou nas movimentações radicais de preços», referiu Sharon Johnson, especialista em algodão no First Capitol Group em Atlanta. «Não existe nenhuma arma fumegante. Se existisse, obviamente que alguém teria sido processado», acrescentou a responsável.

O aumento nos preços do algodão ocorreu durante um ano em que os preços de outras matérias-primas, como o petróleo, trigo e cobre, subiram para valores recorde e originaram apelos ao Governo norte-americano e a entidades reguladoras do mercado para combater a especulação. Desde então, o Congresso realizou audiências sobre o papel dos especuladores nos mercados e a CFTC está em vias de reforçar os limites de posição no petróleo e noutras matérias-primas, como os metais.

Bart Chilton, comissário da CFTC, disse que a agência deve ser «especialmente vigilante» para enfrentar os chamados novos especuladores nos mercados, como no do algodão, com volatilidade historicamente baixa e poucos participantes no mercado.

Em Março de 2008, os futuros do algodão subiram para 1,09 dólares por libra, apesar dos elevados stocks de algodão. Este aumento forçou muitos intervenientes a pagar margens extremamente elevadas para assegurar posições, levando a prejuízos de milhões de dólares. Após a corrida, os preços do algodão caíram quase 30% nas semanas seguintes.

Os agricultores, investidores e demais participantes expressaram preocupação sobre o algodão numa reunião da CFTC que decorreu em Abril de 2008. A CFTC anunciou dois meses depois que estava a investigar as oscilações do preço.

Dois comerciantes de algodão norte-americano abriram falência e muitos analistas suspeitam que o aumento também ajudou a empurrar a Dunavant Enterprises para os braços do Allenberg Cotton Co, parte do Grupo Louis Dreyfus, o gigante da negociação de matérias-primas com sede em Paris.

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