Na opinião do ministro, o "calcanhar de Aquiles é a Grécia", mas ele acredita que a crise caminha para uma solução sem "contágio". "A alta do dólar no Brasil e em outros países reflete a aversão a risco por causa dos problemas europeus. Vamos apostar que eles assinem o acordo. O 'default' (não pagamento da dívida) da Grécia não é iminente", disse.
O ministro se recusou a fazer mais comentários sobre a taxa cambial no Brasil, afirmando seus "palpites" podem influenciar os mercados. "A valorização do dólar indica uma piora da crise global, o que significa uma queda das commodities e pode trazer uma queda da inflação. Continuamos apostando no câmbio flutuante. Não tenho nível de preocupação com relação ao aumento do dólar. Mas para ter efeito, só com grande agravamento da crise. A movimentação gradual é absorvida", afirmou o ministro.
Na quinta-feira, o ministro brasileiro deve ter um encontro com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, e com o presidente do Federal Reserve (FED, o banco central americano), Ben Bernake, e com ministros de finanças da Alemanha e Grécia.
Entenda
No auge da crise de crédito, que se agravou em 2008, a saúde financeira dos bancos no mundo inteiro foi colocada à prova. Os problemas em operações de financiamento imobiliário nos Estados Unidos geraram bilhões em perdas e o sistema bancário não encontrou mais onde emprestar dinheiro. Para diminuir os efeitos da recessão, os países aumentaram os gastos públicos, ampliando as dívidas além dos tetos nacionais. Mas o estímulo não foi suficiente para elevar os Produtos Internos Brutos (PIB) a ponto de garantir o pagamento das contas.
A primeira a entrar em colapso foi a Grécia, cuja dívida pública alcançou 340,227 bilhões de euros em 2010, o que corresponde a 148,6% do PIB. Com a luz amarela acesa, as economias de outros países da região foram inspecionadas mais rigorosamente. Portugal e Irlanda chamaram atenção por conta da fragilidade econômica. No entanto, o fraco crescimento econômico e o aumento da dívida pública na região já atingem grandes economias, como Itália (120% do PIB) e Espanha.
Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!
Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI