Já vai ficando claro que o Natal será uma luta para os varejistas americanos.
O outono ainda nem chegou, mas já saíram as primeiras previsões para o importantíssimo período de fim de ano, e elas indicam lucros menores que no ano passado. A previsão é de que os consumidores farão menos visitas às lojas, e quando fizerem, irão direto para as pechinchas que pesquisaram com antecedência.
A perspectiva é um mau sinal também para outros países, entre eles o Brasil, que têm intenso comércio com os Estados Unidos e que esperam pela revitalização do consumo americano para exportarem mais.
A dor de cabeça é grande para os lojistas, que vêm remarcando o estoque quando possível, na esperança de evitar descontos que corroem suas margens de lucro. O resultado provavelmente será um tenso impasse acerca de preços, num momento em que o alto desemprego e produtos caros de primeira necessidade, como a gasolina, estão minando o entusiasmo de uma ampla faixa de consumidores.
A firma ShopperTrak, que conta o movimento de pessoas em shoppings e o combina com dados econômicos para prever tendências, informa, em uma nova projeção, que a receita do varejo no país crescerá apenas 3% durante novembro e dezembro, menos que o aumento de 4,1% do ano passado, basicamente apenas acompanhando a inflação. O Conselho Internacional de Shopping Centers também prevê um aumento menor, de 3%, nas vendas de novembro e dezembro.
Os dados sobre a situação dos consumidores ficaram mais sombrios no pior momento possível. Na semana passada, a agência americana de estatísticas informou que a renda familiar média caiu para níveis de 1996, quando ajustada pela inflação. As vendas no varejo ficaram inalteradas em agosto. A economia americana não acrescentou postos de trabalho em agosto, deixando a taxa de desemprego imóvel em 9,1%.
Os números confirmam o que os varejistas americanos — e as empresas ao redor do mundo que exportam para eles — já registraram: o poder aquisitivo e a confiança do consumidor estão caindo ao mesmo tempo, enquanto a economia segue fraca.
Ritamarie Guerrero, mãe de dois filhos que mora em Hillsborough, New Jersey, fez a maior parte das compras de Natal deste ano depois que o Natal passado terminou, programando-se para aproveitar as grandes liquidações.
Guerrero disse que a incerteza econômica a faz controlar mais os gastos de fim de ano. "Fico estressada, mas estou feliz porque meus filhos ainda são pequenos e não pedem coisas caras", disse ela.
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