Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Anos 90: entre a crise econômica e a repercussão internacional

Fonte:|Agência Estado|

Anos 90: entre a crise econômica e a repercussão internacional Por Eduardo Diório São Paulo, (AE) - O Brasil entrava na década de 90 com a crise econômica gerada pelo plano Collor e, ao mesmo tempo, comemorava suas conquistas no universo fashion. Assim é possível os anos em que nossos estilistas ganharam prestígio internacional e a top model no.
1 do mundo, a brasileira Gisele Bündchen, consolidou sua carreira.

"Entre os anos 1992 e 1997, quase 800 empresas do setor têxtil foram fechadas e, com isso, milhares de pessoas ficaram desempregadas. Foi uma das maiores crises que já passamos nessa área", explica Janaína Ferragamo, consultora de estilo. "Como a alta-costura começou a ser resgatada, porém, parte da elite (que não se abalou com a crise financeira em questão) passou a sentir falta de grifes internacionais renomadas e foi nesse momento que a Daslu abriu e levou grandes marcas e coleções para a loja."

Como as peças eram muito caras e feitas para poucos, os estilistas encontraram uma forma de agradar os consumidores da classe média, desenvolvendo linhas exclusivas para os grandes magazines, com produtos que levavam na etiqueta o nome do criador. "Até hoje isso ocorre, mas na época, por ser novidade, virou uma febre. E as pessoas passaram a se vestir da mesma maneira, como se estivessem uniformizadas", lembra Janaína. A exceção, provavelmente, eram as saias, que tinham três comprimentos: míni, mídi e máxi. Era quase a união de várias décadas em um período de dez anos.

Algumas referências dos anos 80 pegaram carona na década de 1990, como a influência do esporte na moda, os tecidos mais aprimorados e até as sobreposições. "A diferença é que as cores ficaram mais escuras e fechadas, diferentemente do cítrico, muito usado nos anos 80. O xadrez, por exemplo, foi uma estampa que fez a cabeça de muitos jovens roqueiros, seguidores da banda Nirvana e de outros ídolos", explica Gabi Monteiro, consultora de moda e de etiqueta.

Em meados de 1994, quando a economia brasileira encontrou uma luz no fim do túnel e começou a crescer, novos nomes da moda surgiram - como Alexandre Herchcovitch, Lino Villaventura e Ocimar Versolato. Este último, provavelmente, foi o nome de mais repercussão fora do Brasil na época, dividindo araras internacionais com estilistas de fama mundial. "Os desfiles começaram a apresentar propostas mundiais, desenvolvendo uma base para os próximos anos. Hoje, somos exportadores de tendência, principalmente pelo sucesso da São Paulo Fashion Week, que já está inserida no calendário dos principais eventos de moda do mundo há anos", diz Gabi.

Na SPFW, além de peças mais elaboradas, diversas grifes jovens surgiram e passaram a apresentar coleções possíveis. Era o espaço que a garotada que participava de feiras, como o Mercado Mundo Mix, precisava. E houve brechas também para modelos, como Gisele Bündchen. "Lembro que no ano de 1999 a Vogue norte-americana afirmou que, por conta dela, o retorno da modelo sexy havia ocorrido. Foi aí que ela explodiu e passou a representar, ainda mais, o Brasil", lembra o maquiador e cabeleireiro Mateus Kobby.

Boxe:
UM PASSEIO PELA DÉCADA

SIM, GISELE!
A brasileira estourou nos anos 90 e, de lá para cá, nunca mais parou de trabalhar. Por aqui, acompanhou de perto a evolução das semanas de moda.

OCIMAR VERSOLATO
O brasileiro fez sucesso com suas coleções prêt-à-porter em Paris, dividindo as araras com nomes mundiais. Seus vestidos de festa também fizeram a cabeça das mulheres da Europa e do Brasil. Hoje, ele é dono de uma rede de lojas de perfumes e produtos de beleza que têm o seu nome.

SPICE GIRLS
O grupo com as cinco garotas espevitadas tinha uma pegada clubber que estava em alta na década de 1990. As botas com plataformas enormes deixavam as meninas nas alturas. A forte influência de cores cítricas dos anos 80 surgia em alguns looks das cantoras. A minissaia era peça-chave no visual das ‘Spice’.

O XADREZ DE KURT COBAIN
Ele morreu há 15 anos, mas o vocalista da banda norte-americana Nirvana dita tendência até hoje. Seu estilo grunge continua atual e faz a cabeça da turma mais rebelde do colégio. O visual despojado, com calças e camisetas largas puídas, flanela xadrez, gorros e casacos detonados (e muito amassados) faz a linha antimoda desde aquela época. Em 1992, o estilista Marc Jacobs resolveu tirar esse visual das ruas e colocar nas passarelas, apresentando uma coleção que deu o que falar: o moço foi demitido da grife de luxo em que trabalhava e decidiu abrir sua própria marca.

MERCADO MUNDO MIX: CELEIRO DE TALENTOS
Inaugurado em 1994, o projeto sempre teve a pretensão de lançar talentos no universo fashion. No começo, nomes como André Lima, Marcelo Sommer e Walério Araújo e as marcas Doc Dog, A Mulher do Padre (AMP) e Cavalera começaram a apresentar suas coleções por lá. O público alternativo adorava prestigiar os novos talentos e desfilar nas ruas com peças exclusivíssimas. Atualmente, o evento não tem a mesma força do que antes e ocorre esporadicamente. Nem os frequentadores e nem os expositores têm a mesma ‘vontade’ de fazer e consumir moda como no início das atividades

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