Após corte, rating do Brasil se iguala a Azerbaijão e Islândia; veja ranking
Por InfoMoney
SÃO PAULO - O rebaixamento do rating brasileiro anunciado pela S&P de BBB para "BBB-" colocou o país na nota mais baixa no nível grau de investimento - ou seja, mais um corte colocará o Brasil no grupo "especulativo" da agência de risco. Com esse novo rating, nos igualamos a outras nações não muito representativas no contexto político e econômico mundial, além de ficar ainda mais distante de seus "colegas" do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), do G7 (grupo formado pelas 7 economias mais ricas do mundo) e da América Latina.
Dentre as economias que também estão a um passo do grau especulativo, aparece a Espanha, um dos europeus mais afetados pela crise que assolou o velho continente e ainda vive um forte onda de desemprego - embora tenha mostrado melhora ao longo do ano, a economia espanhola fechou 2013 com 5,9 milhões de pessoas desempregadas, ou 26% da população.
Dentre outros exemplos de países "BBB-", aparece a Islândia, economia que entrou em colapso em 2008 mas têm conseguido dar sinais de recuperação nos últimos meses. Filipinas também aparece na lista, que no final do ano passado foi vítima de um tufão que provocou mais de 5 mil mortes e atingiu 12 milhões de pessoas, segundo dados da ONU. Azerbaijão, Marrocos, Montserrat e Uruguai completam a lista de nações com a mesma classificação de rating do Brasil.
BRICS e PIIGS
Em relação ao BRICS, grupo criado pelo famoso economista Jim O'Neill em 2001 para juntar as economias emergentes mais promissoras (a sigla "original" não continha a África do Sul, que passou a integrar o BRICS 10 anos depois), o Brasil está no mesmo nível da Índia, que faz parte dos "5 frágeis" (Indonésia, África do Sul, Brasil, Turquia e Índia), denominação criada pelo Morgan Stanley designado aos países mais vulneráveis à mudança econômica global, em meio ao início da redução de estímulos à economia nos EUA.
A Rússia, país que está sofrendo duras sanções do ocidente e da União Europeia após a anexação da Crimeia ao seu território, possui o rating BBB, mesma nota dada à África do Sul. Já a China, segunda maior economia do mundo, possui o maior rating entre os BRICS: AA-.
Em relação aos PIIGS (Portugal, Irlanda, Espanha, Itália e Grécia), o Brasil está no mesmo nível da já mencionada Espanha e duas notas abaixo da Irlanda. Os outros três membros do grupo - Portugal (BBu), Itália (BBBu) e Grécia (B-) - estão em grau especulativo.
G7 e latinos
Já o G7, grupo formado pelas sete maiores economias do mundo, apenas a Itália, citada acima, possui um rating pior classificado que o do Brasil. Canadá, Alemanha e o Reino Unido possuem nota AAA e estão entre as melhores classificadas. Os outros membros do grupo - EUA (AAA), França (AA) e Japão (AA-) - seguem em grau de investimento e nível estável.
Dentre as principais economias da América Latina, o Brasil esta em linha apenas com o Uruguai (BBB-). Logo acima vem a Colômbia (BBB), seguida por Peru e México que possuem nota BBB+. Com as melhores classificações do continente aparece o pouco relevante Trinidade e Tobago (A), enquanto no topo esta a economia do Chile (AA-).
Próximo degrau: Turquia, Romênia e Indonésia
O rating estabelecido pela S&P ao Brasil é o último entre a linha de investimentos e o grau especulativo. Ou seja, mais um corte na nota de risco e o País entraria na segunda linha de classificação, com a nota "BB+".
Atualmente, três países possuem essa nota. Um deles é a Turquia, um dos emergentes citados nos "5 frágeis" do Morgan Stanley. Além dela, Romênia e Indonésia estão nesse nível de rating.
Logo abaixo, com a nota BB, aparecem Costa Rica, Croácia, Hungria, Portugal e Guatemala, conforme mostra a S&P.
Fonte: Standard & Poor's
O que é rating?
O rating é um mecanismo usado por agências de classificação de risco para avaliar a qualidade de crédito de uma empresa ou país. Ela busca dessa forma medir a probabilidade de uma empresa ou país cumprir com suas obrigações financeiras, incluindo-se a probabilidade de atrasos.
De uma maneira prática: quanto maior o rating, mais bem avaliada é uma empresa ou país para os credores - ou seja, maiores as chances de ela honrar com suas dívidas. Dessa forma, a classificação fornece aos potenciais credores uma opinião independente a respeito do risco de crédito.
O principal impacto de uma revisão de rating em uma empresa ou país está associado ao "custo" de captação: alguns fundos de pensão ou grandes veículos de investimento possuem como pré-requisito de investimento aplicar apenas em empresas/países com determinado rating - logo, um rebaixamento da nota pode provocar uma saída forte de capital de investidores mais defensivos. A forma para evitar essa fuga é aumentar o rendimento oferecido nos títulos de dívida, o que acaba prejudicando as contas públicas de um país - ou o resultado financeiro de uma empresa.
Além da S&P, outras duas agências de classificação de risco fecham o trio das referências neste universo dos rating: Moody's e Fitch. Cada agência possui seus próprios parâmetros e nomenclaturas para as classificações, mas todas utilizam duas divisões fundamentais: "grau de investimento" e "grau especulativo".
Confira abaixo a metodologia das principais agências de rating:
PAÍS RATING EM MOEDA ESTRANGEIRA
África do Sul BBB Onde estávamos
Bahrein BBB
Bulgária BBB
Bahamas BBB
Itália BBB
Lituânia BBB
Panamá BBB
Colômbia BBB
Rússia BBB
Azerbaijão BBB- Onde estamos
Islândia BBB-
Índia BBB-
Montserrat BBB-
Marracos BBB-
Filipinas BBB-
Espanha BBB-
Uruguai BBB-
Brasil BBB-
Indonésia BB+ Para onde podemos ir?
Romênia BB+
Turquia BB+
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