Realizada pelo Indique uma Preta e Cloo, a pesquisa revela ainda que menos de 5% das lideranças das 500 maiores empresas do País são negras.
A desigualdade racial ainda é uma realidade no mercado de brasileiro. Apenas 8% dos autodeclarados pretos e pardos ocupam cargos de liderança no ambiente em que trabalham. Isso é o que revela a pesquisa “Lideranças em construção: por que a trajetória de profissionais negros é tão solitária?”.
Realizado pela Indique uma Preta, consultoria especializada em Diversidade & Inclusão, e a Cloo, empresa de investigação e consultoria comportamental, o estudo destaca ainda que essas pessoas também possuem menores graus de ensino e fluência no inglês. Além disso, segundo o estudo, elas apresentam um cenário de sofrimento e insegurança psicológica, devido à ausência de oportunidades de crescimento dentro das empresas.
Em nota, Amanda Abreu, sócia Cofundadora da Indique Uma Preta, ressaltou que a falta de políticas de governança para inclusão de pessoas negras pode resultar em um time desgastado, equipes instáveis e alta rotatividade. Segundo ela, esses fatores podem gerar custos no encerramento de contratos e condução de novos processos seletivos.
O levantamento também divulgou as estruturas de exclusão de pessoas negras, estruturas que se perpetuam para dificultar a conquista de cargos de liderança no mercado de trabalho.
Essas estruturas começam com a educação, fator decisivo para contratação, mas que apresenta uma falha estrutural quanto se trata de profissionais negros. Neste sentido, a pesquisa revela que a taxa de analfabetismo de pessoas pretas ou pardas de 15 anos ou mais é de 9,1%, frente a 3,9% da população branca.
Além disso, mesmo após a Lei de Cotas, de 2012, que contribuiu com o aumento de 205% no ingresso de pessoas negras nos cursos superiores, o levantamento mostra que apenas 21,1% dos respondentes pretos completaram um nível de graduação.
O estudo também indica que, apesar de considerado uma habilidade essencial atualmente, apenas 7% de todos os respondentes dizem ser fluentes em inglês. Desses 7%, 3% são pessoas pretas e 4% brancas.
A falta de sensibilização das lideranças para diversidade e inclusão é percebida de maneira diferente entre pessoas negras e brancas, de acordo com a pesquisa. Enquanto as pessoas brancas enxergam maior engajamento de seus líderes com essa temática, as negras, principalmente, mulheres negras, não tem um olhar tão positivo neste sentido.
O levantamento aponta ainda que desigualdade racial no mercado de trabalho brasileiro começa no topo, visto que menos de 5% das lideranças das 500 maiores empresas do País são negras.
Com isso, as consultorias, por meio da pesquisa, propõem uma reflexão ao mercado, apresentando alguns princípios que podem fazer a diferença no desenvolvimento de carreira de profissionais negros. São eles: intencionalidade na promoção de profissionais pretos; feedback humanizado e constante; mentorias técnicas; e capacitação reversa, ou seja, realizar capacitação de liderança com os gestores sobre diversos tipos de letramento.
As consultorias também apresentam uma série de ações institucionais antirracistas, com o objetivo de ajudar a tornar as empresas mais ativas na promoção de novos talentos para promover um ambiente diverso.
Para chegar nessas constatações, o estudo ouviu mais de duas mil pessoas de diferentes raças e localidades do Brasil. A pesquisa completa está disponível aqui.
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