Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Artigo IEDI: primeira reação da indústria após quase três anos

Em janeiro de 2017, a indústria conseguiu obter seu primeiro resultado positivo na comparação interanual, depois de 34 meses seguidos de queda. A alta chegou a 1,4% frente a janeiro de 2016, com um perfil disseminado entre os diferentes setores industriais (16 dos 26 pesquisados pelo IBGE).

Este pode vir a ser o primeiro passo para a recuperação industrial, mas, ao que parece, ainda não chegamos lá. Influenciaram o crescimento de janeiro alguns fatores que merecem ponderação. O primeiro deles é que janeiro de 2017 teve dois dias úteis a mais do que janeiro de 2016. O segundo, é a baixa base de comparação, já que a pior etapa da crise se deu entre final de 2015 e início de 2016. 

Levando em conta esses fatores, o estágio atual da indústria deve estar mais próximo da estabilidade do que de uma efetiva recuperação. É o que ilustra bem a média móvel trimestral, que amortece um pouco o impacto dos fatores acima mencionados. Sua variação frente a igual período do ano anterior foi de -0,1% em janeiro de 2017.

Outra evidência desse quadro de estabilidade foi o resultado da indústria de transformação, que caiu apenas 0,3% no mês em questão. Embora negativo, esta foi a menor queda desde março de 2014. Isso nos leva a constatar que foi o setor extrativo o responsável pelo retorno ao crescimento da indústria como um todo neste início de ano. Sua produção aumentou 12,5% em comparação com janeiro de 2016, um período em que a produção do setor sofria os efeitos do desastre de Mariana (MG).

A despeito de todas essas ponderações, que relativizam o significado da alta de 1,4% do total da produção industrial em janeiro, o importante é que neste início de ano a indústria parece continuar caminhando, mesmo que lentamente, em direção a uma recuperação. Contribuem para esse cenário, a ausência de estoques excedentes, especialmente na indústria de transformação, e a melhora relativa da confiança dos empresários industriais no primeiro bimestre de 2017 relativamente à média dos últimos meses do ano passado.

Dois macrossetores já vêm apresentando um desempenho positivo nos últimos três meses: bens de capital e bens de consumo duráveis, justamente aqueles que mais foram atingidos pelo colapso do investimento e pela contração do consumo das famílias. Em janeiro de 2017, ainda frente ao mesmo mês do ano anterior, a produção de bens de capital subiu 3,3%, enquanto a de bens de consumo duráveis, 3,2%.

Os demais macrossetores, bens intermediários (+0,8% frente a jan/16) e bens de consumo semi e não duráveis (+2,1%), voltaram a apresentar aumento de produção só agora no mês de janeiro, mas desde outubro do ano passado vinham em uma dinâmica de redução de perdas, após algum tempo de certa oscilação.  

A indagação que surge é se há evidências, nos dados divulgados pelo IBGE, para a sustentação desse processo de melhora nos próximos meses. Para tanto, é conveniente recorrer aos resultados mais recentes da série com ajuste sazonal. 

Para a indústria como um todo, as perspectivas se mostram favoráveis, já que em novembro (+0,5%) e dezembro (+2,4%) de 2016 os resultados, livres de efeitos sazonais, foram positivos em relação ao mês imediatamente anterior e, em janeiro de 2017, houve uma virtual estabilidade (-0,1%) depois de uma alta mais forte no mês anterior. Contudo, nem todos os macrossetores industriais compartilham esta mesma trajetória.

O percurso parece mais consistente para os bens intermediários e de consumo semi e não duráveis que representam a maior parte do parque industrial do país. No primeiro caso, já são três meses consecutivos de alta na série com ajuste sazonal. No segundo caso, houve crescimento nos dois últimos meses e em patamares relativamente elevados. 

Quem permanece uma interrogação, por estar apresentando um comportamento bastante volátil desde o segundo semestre de 2016, é a produção de bens de consumo duráveis (alta de 7,4% em dezembro, sucedida de uma queda de 7,3% agora em janeiro de 2017 na série com ajuste sazonal). Muito disso tem vindo da fabricação de automóveis (+11,2% em dez/16 e -10,7% em jan/17) e de equipamentos de informática e eletrônicos (+17,7% e -12,5%, respectivamente).

Bens de capital, por sua vez, vêm acumulando variações negativas na série com ajuste desde julho de 2016, à exceção do mês de novembro, o que marca claramente uma mudança de trajetória em relação à primeira metade do ano passado. Ainda mais preocupante, as quedas ficaram maiores na passagem de 2016 para 2017, chegando a -4,1% em janeiro deste ano.

É preciso ponderar, então, os resultados positivos que vem sendo obtidos, nos últimos três meses, por bens de capital e bens de consumo duráveis na comparação com o mesmo período do ano anterior, pois podem estar refletindo a existência de baixas bases de comparação. Também podem estar sob influência de períodos em que esses macrossetores já tiveram um desempenho mais promissor, como no primeiro semestre de 2016 para bens de capital e entre maio e julho, no caso de bens de consumo duráveis.

Assim, ao que parece, bens intermediários e bens de consumo semi e não duráveis são aqueles com maiores chances de continuar levando a indústria como um todo em direção à recuperação.

Resultados da Indústria

A produção industrial começou o ano de 2017 rompendo uma sucessão de 34 meses de quedas na comparação interanual. A alta em janeiro chegou a 1,4%, com perfil generalizado em todos os quatro macrossetores e na maioria (16 de 26) dos setores industriais pesquisados pelo IBGE. Entretanto esse resultado foi influenciado por dois efeitos: um efeito calendário, já que janeiro de 2017 teve dois dias úteis a mais do que janeiro de 2016, e um efeito base de comparação, muito baixa devido ao fato de que a pior etapa da atual crise industrial se deu entre final de 2015 e início de 2016. Por essa razão, o quadro geral continua mais próximo da estabilidade do que da recuperação da produção industrial.

Já na comparação com dezembro de 2016, na série com ajuste sazonal, a produção industrial continuou se retraindo, mas o resultado de apenas -0,1%, especialmente depois de um mês de crescimento mais forte em dezembro (+2,4% frente nov/16), significa uma virtual estabilidade do setor na entrada do ano. Nesta comparação, metade dos macrossetores industriais e também metade dos setores (12 de 24) pesquisados pelo IBGE continuaram apresentando um desempenho negativo em janeiro de 2017.

Com isso, as perdas da indústria permanecem sendo reduzidas progressivamente, mesmo que em um ritmo lento. O acumulado em 12 meses findo em janeiro de 2017 chegou a -5,4%, depois de ter encerrado os 12 meses do ano de 2016 em -6,6%.

Em relação aos macrossetores, frente a dezembro com ajuste sazonal, houve queda na produção de bens de consumo duráveis (-7,3%) e de bens de capital (-4,1%). Já bens de consumo semi e não duráveis cresceram 3,1% e bens intermediários, apenas 0,7%.

Desde o início do segundo semestre de 2016, o desempenho de bens de capital tem sido preocupante por apresentar quase que apenas variações negativas (a exceção foi nov/16), revertendo a trajetória promissora da primeira metade do ano passado, quando crescia mês após mês na série com ajuste sazonal. Pior ainda, a retração de -4,1% frente a dez/16 foi a mais expressiva desde julho do ano passado. 

Ainda na série com ajuste sazonal, bens de consumo duráveis também apresentaram declínio da produção em janeiro de 2017 frente ao mês anterior. A queda foi de 7,3%, praticamente anulando a alta obtida em dezembro de 2016 (+7,4% frente a nov/16). O desempenho deste macrossetor continua, então, sendo marcado por forte volatilidade que o acompanha desde a segunda metade de 2016.

A produção de bens semi e não duráveis, por sua vez, obteve o melhor resultado entre os macrossetores na série com ajuste: um crescimento de 3,1%, que fora precedido por outra alta também considerável em dezembro (+4,2%). A série de resultados negativos que vinham ocorrendo desde o mês de jul/16 parece ter sido efetivamente interrompida. Vale lembrar que ao longo de 2016, depois de ter apresentado um comportamento promissor na primeira metade do ano, a produção desses bens praticamente só caiu, à exceção do mês de dez/16 e agora de jan/17. 

No caso de bens intermediários, cuja natureza dos seus produtos, que funcionam como insumos de outros setores industriais, geralmente faz com que seu resultado acompanhe a evolução da indústria como um todo, apresentou, em janeiro de 2017, uma alta modesta, de apenas 0,7% frente a dez/16, se comparada com os resultados dos dois meses anteriores (+1,1% em nov/16 e +1,4% em dez/16) na série com ajuste sazonal. De todo modo, este foi o terceiro mês consecutivo de alta da produção nesta comparação, estabelecendo uma trajetória promissora para 2017.

Já segundo os resultados de janeiro de 2017 frente a janeiro de 2016, houve crescimento da produção dos quatro macrossetores da indústria. Os melhores desempenhos ficaram por conta de bens de capital (+3,3%) e bens de consumo duráveis (+3,2%), justamente aqueles que acumulam as maiores quedas na atual crise. Em ambos os casos, vêm ocorrendo resultados positivos nesta comparação desde novembro de 2016. Bens intermediários (+0,8%) e bens de consumo semi e não duráveis (+2,1%) voltaram a crescer em janeiro, depois de um longo período de quedas sucessivas (33 meses no primeiro caso e 26 meses no segundo caso se ignorarmos a alta pontual de abr/16).

O crescimento de 3,3% de bens de capital em janeiro de 2017 frente a igual mês do ano anterior veio após forte alta em dezembro de 2016 (+16,8%) e foi influenciado pelos avanços na produção de bens de capital para construção (+34,2%), para uso misto (+9,7%) e agrícola (+3,0%). Em direção oposta, a produção caiu mais uma vez em bens de capital para fins industriais (-13,4%) e para energia elétrica (-16,1%), enquanto a de bens de capital para transporte (-0,1%) ficou praticamente estável.

A produção de bens de consumo duráveis, que cresceu 3,2% frente a janeiro de 2016, foi particularmente impulsionada pelos avanços na fabricação eletrodomésticos da “linha marrom” (+46,5%) e de automóveis (+8,4%), além dos eletrodomésticos da “linha branca” (+3,3%). Em sentido oposto, caíram motocicletas (-35,9%) e os subsetores de móveis (-5,3%) e de outros eletrodomésticos (-2,0%).

A seu turno, o macrossetor de bens de consumo semi e não-duráveis aumentou sua produção em 2,1% frente a janeiro de 2016, em grande medida devido ao grupamento de semiduráveis (12,4%), de não-duráveis (2,6%) e de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (0,2%). Em contraste, o grupamento de carburantes (-3,9%) apontou resultado negativo nessa categoria.

Por fim, os bens intermediários obtiveram a menor taxa de expansão na comparação interanual: apenas 0,8% frente a janeiro de 2016, estimulada por avanços em produtos associados às atividades de indústrias extrativas (12,5%), produtos alimentícios (3,8%), metalurgia (4,2%), têxteis (11,7%) e celulose, papel e produtos de papel (5,4%), entre outros. As principais influências negativas vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-13,1%), máquinas e equipamentos (-23,7%), produtos de metal (-7,4%), etc.

Por dentro da Indústria de Transformação

O declínio de 0,1% da produção industrial geral em janeiro de 2017, na série com ajuste, foi resultado da alta de 1,1% da indústria extrativa, frente a dezembro de 2016, e da queda 0,5% da indústria de transformação, nesta mesma comparação. Em relação a janeiro de 2016, o resultado da indústria de transformação foi de -0,3% e no acumulado dos doze meses findos em jan/17 de -5,2%. Já no caso da indústria extrativa, houve crescimento de 12,5% frente a janeiro de 2016 e declínio de -7,3% no acumulado 12 meses até janeiro último.

 

Frente a dezembro de 2016, com ajuste sazonal, o pequeno recuo da indústria geral (-0,1%) foi acompanhada por 12 dos 24 ramos da indústria pesquisados pelo IBGE. Isto é, as taxas positivas foram bastante difundidas. Entre os setores com declínio, encontram-se setores de peso no parque industrial nacional, tais como o veículos automotores, reboques e carrocerias, que interrompeu dois meses consecutivos de expansão na produção, período em que acumulou ganho de 18,7%, e caiu 10,7% agora em janeiro de 2017. Outras contribuições negativas relevantes vieram de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-12,5%), de máquinas e equipamentos (-4,9%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-7,0%) e de produtos de borracha e de material plástico (-3,8%). 

Os destaques positivos ficaram por conta de: coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (+4,0%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (+21,6%), produtos alimentícios (+1,2%), bebidas (+5,5%), indústrias extrativas (+1,1%) e de metalurgia (+1,8%), entre outros.

Na comparação com igual mês do ano anterior, em que a indústria geral apresentou alta de 1,4%, variações positivas marcaram o desempenho de 16 dos 26 ramos, 47 dos 79 grupos e 52,8% dos 805 produtos pesquisados. Vale reforçar que janeiro de 2017 teve 22 dias úteis, dois a mais que janeiro de 2016.

Entre as atividades, os principais destaques positivos nesta comparação compreenderam a indústria extrativa (+12,5%), veículos automotores, reboques e carrocerias (+5,2%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (+18,0%), celulose, papel e produtos de papel (+6,9%), produtos alimentícios (+1,6%), metalurgia (+4,2%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (+13,3%) e produtos têxteis (+10,8%), entre outros. Em sentido oposto,oas principais resultados negativos ficaram a cargo de: coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-11,1%), pressionada, em grande parte, pelo item óleo diesel, máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-8,6%), máquinas e equipamentos (-4,9%), produtos de metal (-6,2%) e outros equipamentos de transporte (-9,4%).

 

Exportação

Segundo os dados da Funcex, divulgados pelo IBGE conjuntamente com os resultados da produção industrial, o quantum das exportações de manufaturados no mês de janeiro aumentou 11,5% frente ao mesmo mês de 2016. Vale lembrar que o resultado acumulado entre janeiro e dezembro de 2016 foi positivo em 7,9%..

Em janeiro, as importações em quantum de matérias-primas também cresceram: +40,2%, frente ao mesmo mês do ano anterior, mantendo uma trajetória quase ininterrupta (a exceção foi out/16) de resultados positivos desde julho de 2016. É provável que parte desse movimento esteja relacionada à revalorização da taxa de câmbio ao longo de 2016, mas também ao período menos agudo da crise por que passa a indústria nacional. 

Utilização de Capacidade

O nível de utilização da capacidade instalada da indústria de transformação, de acordo com a série da FGV com ajustes sazonais, foi de 74,6% em janeiro de 2017, 1,7 p.p. inferior ao patamar registrado em dezembro de 2016. Esse grau de utilização, entretanto, continua inferior à média histórica do próprio indicador (80%).

O indicador da CNI, a seu turno, também aponta para um nível historicamente baixo da utilização da capacidade: 77,2%, em janeiro de 2017, contra 81% na média dos últimos 60 meses. Mesmo assim, em relação a dezembro de 2016 (76,7%), na série com ajuste sazonal, houve aumento de 0,5 p.p. do indicador.

 

A permanência da utilização da capacidade em níveis historicamente baixos não é um bom indício para a evolução futura do investimento, isso porque máquinas e equipamentos atualmente ociosos deverão ser postos em funcionamento antes de os empresários pensarem em ampliar sua capacidade de produção. Em contrapartida, a existência de capacidade ociosa significa que existem plenas condições de oferta para garantir uma recuperação da atividade econômica sem pressões inflacionárias.

Estoques

De acordo com os dados da Sondagem Industrial da CNI, os estoques de produtos finais da indústria em janeiro de 2017 assinalaram índice de 49,0 pontos, ficando abaixo da marca dos 50 pontos. O indicador abaixo de 50 pontos indica redução dos estoques. Assim, cria-se alguma margem para a manutenção de um ritmo mais favorável do crescimento da produção no início de 2017. 

Este resultado se deveu à indústria de transformação, cujo indicador de estoques recuou de 44,1 pontos em dezembro para 43,6 pontos em janeiro. No caso da indústria extrativa o índice passou de 46,0 para 51,0 pontos no mesmo período, indicando estoques elevados.

Nesse sentido, na avaliação dos empresários, os estoques efetivos se encontraram em níveis muito próximos do planejado em janeiro de 2017, com índice de satisfação ficando em: 49,9 pontos na indústria geral em, sendo que o índice de satisfação em 50 pontos representa uma situação em que os estoques efetivos coincidem com os planejados. No caso do setor extrativo, os estoques continuaram abaixo do planejado (48,9 pontos) em janeiro, mas a indústria de transformação, que havia rompido a fronteira dos 50 pontos em outubro (50,8 pontos), voltou a ficar abaixo dela a partir de nov/16, chegando a 49,9 pontos em janeiro de 2017. 

Neste último grupo industrial, segundo os empresários, 18 dos 27 ramos tiveram estoques iguais ou menores do que o planejado (50 pontos), como em outros equipamentos de transporte (39,7 pontos), impressão e reprodução (44,4 pontos), limpeza e perfumaria (44,4 pontos), entre outros. Em dezembro, 20 desses setores também tinham ficado abaixo da marca dos 50 pontos. Em contraste, constataram estoques efetivos acima do planejado os setores de calçados (51,9 pontos), alimentos (51,6 pontos) e Informática, eletrônicos e ópticos (50,6 pontos), entre outros.

 

Confiança e Expectativas

A confiança dos empresários industriais voltou a melhorar neste início de 2017, depois de um período de deterioração no último trimestre de 2016. O principal motor deste movimento recente foram as expectativas mais favoráveis em relação ao futuro, assim como havia ocorrido no segundo e terceiro trimestres do ano passado. As avaliações da situação presente, outro componente dos indicadores de confiança, não viram, contudo, a mesma reação que as expectativas.

O Índice de Confiança da Indústria de Transformação da FGV, que havia subido para 89 pontos em janeiro de 2017, recuou para 87,8 pontos, já descontados os efeitos sazonais. Como permanece abaixo da marca dos 100 pontos, a partir da qual a avaliação torna-se positiva, o indicador ainda sugere uma insatisfação crescente dos empresários com seus negócios. De qualquer forma, esse patamar dos últimos dois meses continua acima da média do último trimestre de 2016 (85,7 pontos).

 

No indicador da CNI (ICEI) a confiança dos empresários da indústria de transformação também voltou a apontar melhora relativa. Em janeiro de 2017, o indicador havia atingido 50,6 pontos, mas avançou ainda mais em fevereiro, para 53,8 pontos. Com isso, reverteu-se a tendência de queda verificada nos últimos três meses de 2016, voltando a um patamar superior aos 50 pontos, que indica um aumento da confiança dos empresários. 

Essa evolução da confiança tem sido influenciada principalmente pelas expectativas em relação ao futuro. O Índice de Expectativas da FGV para a indústria de transformação, na série livre de efeitos sazonais, que tinha atingido 91 pontos em janeiro de 2017, voltou a cair em fevereiro para 89,3 pontos. Continuou, contudo, abaixo de 100 pontos, marca a partir da qual as expectativas tornam-se positivas, mas tem ficado um pouco mais próximo dela.

Já segundo o indicador da CNI para as expectativas da indústria de transformação, permaneceu, em fevereiro de 2017, acima da marca dos 50 pontos, indicando que os empresários tornaram-se otimistas em relação ao futuro (próximos seis meses). Isso tem ocorrido desde julho de 2016. A trajetória declinante do último trimestre de 2016 (de 59,2 pontos em set/16 para 51,5 pontos em dez/16), parece ter dado lugar a mais uma fase de melhora com o início de 2017, fazendo o indicador avançar para 54,7 pontos em janeiro e, em seguida, para 57,7 pontos em fevereiro.

Outro indicador frequentemente utilizado para se avaliar a perspectiva do dinamismo da indústria é o Purchasing Managers’ Index – PMI Manufacturing, calculado pela consultoria Markit Financial Information Services. Depois de o PMI-M do Brasil mostrar uma relativa estabilidade das condições dos negócios industriais entre setembro e novembro, oscilando entre 46,0 e 46,3 pontos, caiu para 45,2 pontos em dezembro e para 44 pontos em janeiro de 2017, em contraste com os indicadores de FGV e CNI. Em fevereiro, contudo, houve nova reação com o indicador chegando a 46,9 pontos. A permanência do indicador abaixo dos 50 pontos ainda indica um quadro complicado para o setor industrial.

Em síntese, no início de 2017 as sondagens junto às empresas industriais sugerem o início de uma nova etapa de melhora da confiança. O patamar médio dos indicadores no primeiro bimestre se mostra mais elevado do que o da média do último trimestre de 2016,trazendo bons indícios para o desempenho industrial neste início de ano. Como a melhora da confiança está muito associada às expectativas mais favoráveis para o futuro, é preciso que a evolução efetiva dos diferentes setores industriais continue validando sucessivamente tais expectativas, de maneira a fazê-las avançar ainda mais.

 

Anexo Estatístico

 

Mais Informações

Tabela: Produção Física - Subsetores Industriais

Variação % em Relação ao Mesmo Mês do Ano Anterior (clique aqui)http://www.iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_777.html

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