Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Artista recria mapa mundi com máquina de costura

Fonte:|terramagazine.terra.com.br/interna|

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Guga Szabzon mal tinha se formado na faculdade de Artes Plásticas quando ganhou em primeiro lugar o prêmio da 40ª Anual de Artes da Faap (Fundação Armando Álvares Penteado), que lhe concedeu 90% de bolsa por um ano na instituição. Dois meses depois, ela abre hoje sua segunda exposição. "Lugar sim e não", em parceria com Henrique Cesar, marca a volta de Guga à técnica que a lançou: a costura.

A exposição, na Galeria Eduardo H. Fernandes (São Paulo) apresenta obras de Guga que brincam com os limites do espaço, das fronteiras. Todas feitas com a máquina de costura, as peças se dividem em duas séries. Uma delas sobre paisagens imaginadas, a outra baseada no mapa mundi.

Guga utiliza o mapa para redesenhar com linha e agulha as fronteiras geográficas. O que se vê é o verso, produto final da costura sobre os traçados que dividem países. É, segundo a artista, a representação de um lugar que deixa de existir, embora a forma siga reconhecível.

"Ao desenhar com a máquina de costura, tem uma coisa com o controle e o descontrole. Tem um intermédio entre eu e o desenho. Gosto do fato da máquina ser feita para uma tarefa sempre igual, e desenho tem gesto... Tem momentos que a linha embola e compõe a plasticidade do desenho. A máquina é para ser uma coisa correta, certinha. Não sei se sei desenhar muito bem mas descobri a máquina para desenhar por mim", diz Guga. Seus desenhos são, como ela, pouco previsíveis, de intensa expressividade.

Em 2007, ela se aventurou pela primeira vez com a máquina de costura. Começou a compor retratos, a criar personagens multicor. Duas linhas coloridas se entralaçavam em coisa de segundos, formando personalidades únicas. A série foi exposta no Sesc Pompéia (SP) no primeiro semestre de 2009.

Na sequência, Guga se aproximou dos mapas. Recortando a identificação dos países, ela refazia o mapa mundial. A nova série é uma síntese de seu jovem trabalho. A costura, o mapa, o desenho.

"Não tem muito objetivo político", descreve. É "um lugar reconhecido mas que não existe de fato.Gosto de pensar na organização e classificação, real e imaginário. As paisagens são imaginadas, mas em cima delas, mantenho as coordenadas de latitude e longitude, que ligam ao real", relata Guga.

O nome "Lugar sim e não" foi escolhido para representar em sintonia os trabalhos de Guga e Henrique Cesar. O artista apresenta pinturas de lugares íntimos de sua casa, cenas sempre bem iluminadas mas que guardam uma sombra, um ponto de obscuridade. "O lugar do medo".

Henrique Cesar expõe também um endoscópio. O artista instalou uma mangueira com uma câmera que liga o forro do teto ao salão, de modo que o público possa perceber a existência desta fenda, deste ponto obscuro, também na galeria.

Serviço
Exposição "Lugar sim e não".
Galeria Eduardo H. Fernandes - rua Harmonia 145.
Vila Madalena, São Paulo (SP)
Abertura 29 de setembro
De 30 de setembro a 31 de outubro.

Exibições: 415

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