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Gerdau nasceu como fábrica de pregos
São Paulo - Um dos maiores fornecedores de aços longos
especiais do mundo, o grupo Gerdau começou a traçar sua rota de expansão
desde sua origem, em 1901. Foi nesse ano que João Gerdau e seu filho
Hugo compraram a Fábrica de Pregos Pontas de Paris, instalada no Rio
Grande do Sul, o primeiro de vários negócios que seriam transformados e
adquiridos pela gestão quase que hereditária da companhia, atualmente
nas mãos de André Gerdau Johannpeter.
Com ações listadas nas
Bolsas de Valores de São Paulo, Nova York, Toronto, Madri e Lima, a
Gerdau possui operações em 14 países, entre eles Estados Unidos, Índia e
Venezuela. No Brasil, possui unidades em quase todos os estados, que
produzem aços longos comuns, especiais e planos. Seus produtos atendem
os setores da construção civil, indústria e agropecuária e estão
presentes nas mais diversas formas: na estrutura de residências,
shopping centers, hospitais, pontes e hidrelétricas, torres de
transmissão de energia e telefonia e como matéria-prima de peças de
automóveis.
Matte Leão e a invenção tostada
A Leão Júnior, empresa que recebeu o mesmo nome de seu
fundador, foi criada em 1901 na cidade de Curitiba para fabricar chás
para infusão. Os negócios iam bem até que, em1938, Leão percebeu que
poderia investir em um novo produto, baseado no hábito das pessoas de
acrescentarem uma brasa quente ao mate para consumi-lo tostado. Lançou
então o chá Matte Leão tostado, inédito no mercado brasileiro. A
tradição e o consumo do chá tostado da marca fez com que a empresa
crescesse ao ponto de chamar a atenção da gigante Coca-Cola Brasil.
Quando foi comprada pela Coca, em 2007, a Matte Leão faturava em torno
de 150 milhões de reais ao ano.
A aquisição fez com que a empresa
aumentasse sua linha de produtos para mais de 100 itens, com os mais
diferentes sabores e versões, como o sabor limão, pêssego, chá de frutas
e aromas cítrico. Atualmente seu portfólio conta com cinco marcas:
Matte Leão, Chá Leão, Leão Ice Tea, Guaraná Power, Kashaya Tea e o
chimarrão Pampas.
Salton: do armazém para o exterior
A Vinícola Salton estreou este ano na lista seleta das
empresas nacionais centenárias, com planos de perpetuar a produção de
bebidas por mais cem anos. Administrada pela terceira geração da família
que dá nome à empresa, a Salton deve aumentar em 80% sua capacidade
industrial até dezembro. O faturamento previsto é de 240 milhões de
reais – número que mostra como há tempos a companhia deixou de ser uma
pequena cantina de vinhos coloniais para se transformar na maior
produtora de espumantes do país.
A história da empresa começa com
a chegada do italiano Antonio Domenico Salton e sua família ao Brasil.
Instalados na atual cidade de Bento Gonçalves, na serra gaúcha, o clã
passou a fabricar vinho informalmente e vender a bebida em um pequeno
armazém. Em 1910, depois da morte de Antonio, os filhos assumem o
comércio do pai, formalizam a empresa, com nome de Paulo Salton &
Irmãos, e passam a se dedicar à cultura de uvas e elaboração de vinhos.
Para comemorar o centenário da vinícula, três bebidas alusivas à data:
um vinho, um espumante e um conhaque – todos com embalagens especiais.
Hering e as camisetas de gerações
Presente no guarda-roupa dos brasileiros por três gerações, as
camisetas básicas da Hering - entre os outros diversos produtos hoje
fabricados pela companhia - surgiram em 1880. Foi nesse ano que os
irmãos Hermann e Bruno Hering fundaram a então pequena confecção na
cidade de Blumenau (SC). Imigrantes alemães, os dois estavam dando
continuidade à tradição familiar no ramo, que remonta do século XII.
Para
se manter no mercado por 130 anos, a empresa catarinense teve de
inovar. Primeiro com a ampliação de seu mix de produtos de camisetas
brancas para diversos outros tipos de roupas e acessórios. Outro passo
foi deixar de ser apenas uma fabricante de roupas para se tornar também
varejista, por meio da Hering Store. A meta é encerrar este ano com 325
pontos de venda, entre unidades próprias e franqueadas. As iniciativas
contribuíram para que a Hering faturasse 513 milhões de dólares no ano
passado - um crescimento de 31%.
Malwee: de açougue a malharia
Antes de consolidar a malharia Malwee como uma das mais
tradicionais do país, os irmãos Wilhelm e Bertha Karsten Weege apostaram
em outros ramos de negócios. A empresa fundada por eles, em 1906, na
cidade de Jaraguá do Sul (SC), começou com uma fábrica de laticínios,
com foco em queijo e carnes. Com o tempo, a atividade prosperou e deu
origem a novos ramos, como exportação e postos de gasolina, até que uma
loja de departamento foi aberta pelos irmãos. Em 1967, a empresa
expandiu-se com um engenho de arroz próprio e, no espaço antes ocupado
pelo frigorífico, foi aberta a primeira malharia da família, a Malwee.
A
empresa, que começou com quatro funcionários apenas, hoje tem mais de
7.200 colaboradores e opera quatro fábricas em Santa Catarina e uma na
Bahia. Dona das marcas Zig Zig Zaa, M.Collection e Malwee, a centenária
inaugurou também este ano, uma fábrica em Pacajus, no Ceará, com
capacidade para 12,5 milhões de peças por ano, o equivalente a 25% da
produção atual da companhia.
Alpargatas bem antes das Havaianas
Crises financeiras, gripe espanhola, guerras, instabilidade
econômica... nada atrapalhou o sucesso dos negócios da São Paulo
Alpargatas, que faturou dois bilhões de reais no ano passado. A
companhia foi fundada em 1907, fruto da associação do escocês Robert
Fraser com um grupo inglês de investidores com uma modesta fábrica de
calçados no bairro da Mooca, zona leste de São Paulo. Ali eram feitos os
primeiros produtos da empresa: calçados alpargatas, para colher cafés
sem machucar os grãos, e encerados para serem usados nos terreiros de
secagem.
Com a crise do café, o foco de negócios teve de ser
ampliado e a Alpargatas lança o Brim Coringa, com o qual o Brasil produz
sua primeira calça jeans, a Rodeio. Seu maior – e mais cobiçado –
lançamento surge na década de 60: as sandálias Havaianas. Com elas, a
companhia inicia a exportação de produtos, alavanca suas vendas e ganha
fôlego para adquirir marcas concorrentes e licenciar outras, como a
Timberland e Mizuno, além de lançar a marca Topper e comprar a Rainha,
ambas de calçados esportivos.
Açúcar União em várias faces
Foi por volta de 1886 que os irmãos italianos Giuseppe e
Nicola Puglisi Carbone chegaram à capital paulista e logo convenceram
pequenos refinadores de açúcar a se unirem em torno de uma única empresa
para garantir a qualidade da produção. Assim, em 1910, deram início à
Companhia União dos Refinadores, que depois também incorporou a produção
de café aos negócios. Com duas filiais na cidade de São Paulo e uma
fábrica com 150 funcionários no interior do estado, a empresa conseguiu
em poucos anos se estabelecer como uma das maiores marcas de açúcar
refinado do país.
Em 2005, a marca União foi adquirida pela
NovAmérica, empresa comprada pela gigante sucroalcooleira Cosan, em
2009. Nas mãos da Cosan, a União diversificou seu portfólio passando a
oferecer, além do tradicional e centenário açúcar branco refinado, o
produto em versão diet, orgânico, impalpável, além de Creme Confeiteiro e
Fondant União Pró - voltados para receitas produzidas em padarias,
confeitarias, sorveterias e docerias.
Karsten e o foco em toalhas
Em 1860, Johann Friedrich Christian Karsten, Maria Saps
Karsten e seis filhos trocam a Alemanha pelo Brasil. Mas somente em
1880, depois de se dedicarem à agricultura e pecuária, é que Johann
funda a Tecelagem Roeder, Karsten & Hadlich. No início, a empresa
conta apenas com teares adquiridos na Alemanha e uma pequena fiação.
Entre os produtos da companhia, estão tecidos para vestuário e roupas de
cama até que, em 1916, a empresa começa a fabricar um item que
representaria sua marca por mais de cem anos: toalhas de mesa.
A
partir da década de 80, diversas mudanças estratégicas modificam o
perfil da empresa. Com a razão social de Karsten S.A., a empresa muda de
comando, inicia exportações e investe na diversificação e ampliação de
sua capacidade produtiva. Em 1998, a empresa passa para as mãos da
quarta geração, com os herdeiros Carlos Odebrecht (também descendente da
família Odebrecht) e João Karsten Neto. Os dois ficam no comando até
2006, quando finalizam um processo de profissionalização, e os
integrantes da família controladora passam a compor o conselho de
administração, orientando as políticas e diretrizes gerais da empresa.
130 anos de Cedro Cachoeira
Em 1872, o cenário empresarial do país era basicamente agrário
e ainda contava com utilização do trabalho escravo. Remando contra a
maré, os irmãos Bernardo, Caetano e Antônio Cândido Mascarenhas
decidiram investir num ramo diferente e - supunham - promissor: o
têxtil. Em agosto daquele ano, fundaram a Companhia de Fiação e Tecidos
Cedro e Cachoeira. Mais antiga que a invenção da lâmpada elétrica, a
empresa é uma das poucas do mundo com mais de 130 anos de existência.
Sediada
em Belo Horizonte, a empresa conta com mais de 3.000 empregados
distribuídos em quatro fábricas localizadas nas cidades de Sete Lagoas,
Caetanópolis e Pirapora. Possui ainda dois centros de distribuição no
estado mineiro e produz 168 milhões de metros quadrados de tecidos por
ano. No ano passado, a receita líquida da companhia ficou em torno de
423 milhões de reais.
Cini, o mais vendido no sul
Os brasileiros que não moram no Paraná ou em Santa Catarina
podem nunca ter ouvido falar nele. Mas, nesses dois estados, o
centenário Cini é um dos líderes no mercado de refrigerantes, chá e
sucos. A história da empresa começou, em 1904, na cidade de São José dos
Pinhais, no Paraná, por iniciativa de um imigrante italiano, Ezígio
Cini. Ele e o sócio, Carlos Chelli, logo passaram a fabricar a cerveja
Maltinha, seu primeiro produto.
Com a morte de Ezígio e a venda
da parte de Chelli, o negócio foi assumido pelo filho mais velho do
imigrante, Hugo Cini. Ele passou a produzir a cerveja até estender o
ramo para refrigerantes – e transferir a fábrica da pequena cidade para
Curitiba. Na década de 40, Cini fabricava a “colinha”, refrigerante de
190 ml com gosto de malte bem famoso na região. Com o passar dos anos, e
o comando da companhia na terceira geração, a Cini expandiu os negócios
para o estado vizinho, ampliou o portfólio e passou a exportar os
produtos para os demais países do Mercosul. Hoje, com a sede novamente
em São José dos Pinhais, a empresa produz cerca de 35 milhões de litros
de refrigerantes por ano.
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