Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Reunindo as informações de Estadão, Globo, Folha e Antagonista (que revelou o caso), temos o seguinte:

Gilmar Mendes encaminhou ofícios a quatro órgãos para que investiguem “possíveis irregularidades referentes à empresa VTPB Serviços Gráficos”, a gráfica fantasma que recebeu 22,9 milhões de reais da campanha de Dilma Rousseff.

Os órgãos são:

- Procuradoria-Geral da República; - Procuradoria-Geral Eleitoral; - Receita Federal; - Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF).

A VTPB fica em uma sala de 30 metros quadrados, alugada por R$ 600, localizada na Zona Norte de São Paulo.

Gráfica fantasma

O dono da gráfica que não é gráfica, Beckembauer Rivelino, diz que o endereço é formal, usado para comprar matéria prima e pagar encargos. E que os serviços foram prestados à campanha em representação e parceria com outras empresas do setor gráfico.

Agora, Beckembauer, irmão do jornalista Kennedy Alencar, terá de demonstrar que os 22,9 milhões de reais depositados em sua conta pelo tesoureiro de Dilma, Edinho Silva, realmente foram gastos para comprar matéria prima e imprimir material de campanha.

Ele terá de revelar ainda para quem o dinheiro foi repassado.

As gráficas de verdade O site do TSE revela que Edinho também pagou outras gráficas – algumas realmente existentes – para imprimir material:

Mack Color – 12.520.300 reais

Ultra Print – 2.984.000 reais

Rede Seg – 6.152.130 reais

Somando tudo, foram 44,5 milhões de reais em impressões.

Mas tem mais.

O site do TSE mostra que o Comitê Financeiro do PT, em São Paulo, doou milhares de folhetos à campanha presidencial, impressos na Rede Seg.

O valor atribuído a esses folhetos é infinitamente mais baixo do que aquele pago à VTPB. Cada pacote de 100 mil folhetos coloridos custou, de fato, apenas 4 mil reais.

A outra gráfica fantasma Gilmar Mendes deveria investigar também os 23,9 milhões de reais pagos pela mesma campanha petista à Focal Confecção e Comunicação Social, localizada em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.

A Focal é uma promotora de eventos fantasma, que também funciona como gráfica fantasma.

Focal foto

Em 2005, ela foi apontada pelo operador do mensalão, Marcos Valério Fernandes de Souza, como uma das destinatárias de recursos do esquema, por indicação do PT.

Ela também já teve notas fiscais apontadas como irregulares por técnicos do TSE que analisaram as contas de Dilma em 2014.

Mas o caso é mais grave.

Em 2 de outubro do ano passado, a Focal recebeu de Edinho 11 pagamentos de 75 mil reais cada um para a impressão de adesivos, declarados pela campanha como “publicidade por materiais impressos”.

Seis dias depois, em 8 de outubro de 2014, a Focal recebeu de Edinho outros 11 pagamentos de 75 mil reais cada um, de novo para a impressão de adesivos.

Mas, se a Focal é fantasma como a VTPB, ela não imprime nada, a não ser notas fiscais.

Gilmar Mendes e os órgãos responsáveis têm de vasculhar tudinho.

Felipe Moura Brasil ⎯ http://www.veja.com/felipemourabrasil

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