No primeiro episódio da série, Frank Underwood comenta o caso de Remy Danton, ex-secretário de imprensa que passa a atuar como lobista de uma empresa de gás natural. Underwood dirige-se aos espectadores: “Um desperdício de talento. Ele escolheu o dinheiro em vez do poder. Nesta cidade, é um erro que quase todo mundo comete. O dinheiro é como uma mansão genérica e desnecessária que começa a desmoronar depois de dez anos. O poder é como a antiga construção de pedra que fica em pé por séculos. Eu não consigo respeitar uma pessoa que não enxerga essa diferença”, diz.
“A única coisa mais gratificante do que convencer alguém a fazer algo que eu quero é falhar em convencê-lo propositalmente. É como colocar uma placa de “não entre” que pareça implorar para que você entre.” No décimo episódio da segunda temporada, Underwood convence o presidente americano, Garrett Walker, a contratar um promotor especial para investigar o vazamento de informações sobre um esquema de lavagem de dinheiro. Era o que Underwood queria o tempo todo, mas, enquanto conversava com o presidente, ele tentava convencê-lo a não agir dessa maneira.
Underwood é irônico ao falar sobre o assassinato da jornalista Zoe Barnes, para quem havia vazado diversas informações no primeiro episódio da segunda temporada. “Todo gatinho cresce e se transforma em um gato adulto. Eles parecem inofensivos no começo — pequenos, calmos, lambendo seu pires de leite — mas quando suas garras ficam grandes o suficiente, eles arrancam sangue. Às vezes, da mão que os alimenta. Para nós que estamos no topo da cadeia alimentar, não pode haver misericórdia. Há apenas uma regra: cace ou seja caçado.”
As articulações políticas empreendidas por Underwood bem poderiam acontecer em qualquer outro país. O sistema político até pode ser particular de cada lugar, mas há regras que se aplicam a todo o mundo — e, no caso de House of Cards, que podem ser quebradas em todo o mundo.
Para Frank Underwood, o governo não é uma entidade a serviço do interesse público, mas simplesmente um grupo de pessoas eleito pelo povo — e que não necessariamente vai lutar pelo bem dessa população. Na primeira temporada da série, o personagem força a aprovação de uma reforma no sistema educacional americano — mas o que é visto pela população como uma vitória, na verdade, resultado de uma série de articulações políticas de congressistas que pouco se importam com o progresso na área.
http://veja.abril.com.br/noticia/entretenimento/as-licoes-de-politi...
Bem-vindo a
Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI
© 2024 Criado por Textile Industry. Ativado por
Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!
Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI