Pesquisa global da Weber Shandwick indica que mudanças climáticas são o fator menos importante para gestores, enquanto segurança nacional guia negócios.
Para que exerça bem sua função e, consequentemente, gere resultados positivos para a empresa em todos os seus âmbitos, líderes devem ter uma visão macro de todos os aspectos que envolvem os negócios. A questão cultural é um fator que pesa para as decisões estratégicas e que, por este motivo, podem diferir entre líderes mundiais exercendo mais peso entre empresas multinacionais, sobretudo em um cenário pós pandemia.
Realizado pelo grupo de estratégia e riscos geopolíticos da Weber Shandwick em parceria com a KRC Research, o estudo “País de Origem como Stakeholder: O Crescente Risco Geopolítico para Líderes de Negócios” mostra que cerca de seis a cada dez executivos de empresas nacionais apontam que a origem de sua empresa é um stakeholder de alta importância para a tomada de decisão sobre seus posicionamentos. Ao todo, foram ouvidos mais de 1.200 gestores de 12 nações, dos quais 102 são executivos brasileiros, com cargos a nível de diretoria ou mais. Destes, 80% afirmam que a empresa mãe tem mais peso do que clientes e parceiros de negócios, ambos com 90% das respostas.
O grupo do Brasil foi o de destaque entre os países respondentes acerca do alinhamento das decisões de negócio aos valores nacionais do país de origem da empresa (88%), ficando na frente de indianos e mexicanos (ambos com 79%). Segundo Michelle Giuda, vice-presidente executiva do grupo de estratégia & riscos geopolíticos da Weber Shandwick, os entrevistados afirmam que a responsabilidade corporativa inclui a responsabilidade nacional e que os líderes devem considerá-la em seu planejamento. “Conforme os líderes corporativos redefinem suas estratégias para uma nova era geopolítica pós-Covid, eles estão considerando como entregar e comunicar mais valor aos stakeholders em seus países de origem”, completa.
O tema de maior preocupação entre os executivos do Brasil é a segurança nacional para a tomada de decisões, citado por 74% deles. Na sequência aparecem Canadá com 58% e China, chegando a 67%. Enquanto isso, para 57% as mudanças climáticas são a temática menos relevante — destaque para a os líderes indianos, que aparecem em primeiro lugar com 63% de respondentes sobre a questão. Quando comparados às demais nações, os gestores de empresas no Brasil ão os que mais se atentam ao bem-estar de seus colaboradores. O resultado indica 32 pontos percentuais a mais que o Canadá e lidera no ranking, que conta ainda com Alemanha, Suécia, Reino Unidos e Estados Unidos.
A pandemia do coronavírus se mostra, atualmente, como um ponto de preocupação de gestores de multinacionais no País: 79% deles são propensos a se preocupar com a crise sanitária e outras de saúde pública no geral, 75% com a corrupção e 74% com a privacidade de dados. Também, devido ao cenário político instável, o Brasil aparece como uma das nações que inclui a questão no ranking dos cinco principais riscos geopolíticos para suas companhias. Já a desigualdade de renda aparece no top 10 (63%).
Ainda em relação a riscos geopolíticos, a gestão da crise é algo a ser levado em consideração. 74% dos mais de mil entrevistados — e 78% dos brasileiros — dizem que suas empresas são mais reativas do que proativas sobre o gerenciamento de tais riscos. Neste sentido, a China é o país com maior índice de negócios reativos (93%), enquanto o menor índice foi registrado na Coreia do Sul (64%). Um reflexo disso é que conselhos de administração e líderes de nível sênior não estão bem preparados para lidar com a questão, englobando 55% e 56% da média de respostas globais, respectivamente. Entre os pesquisados, o Brasil é o mais confiante.
*Crédito da imagem do topo: Yurchanka Siarhei/shutterstock
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