Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Riachuelo, a rede brasileira de fast fashion à frente da gigante Guararapes.

A gigante brasileira de confecções Guararapes, anunciou que irá aumentar a sua produção de confecção através de oficinas terceirizadas, noticiou o jornal Tribuna do Norte. Oficinas ou facções, como são chamadas, são pequenas indústrias de confecção que fabricam peças para outras indústrias, que por diversos fatores não conseguem produzir internamente.

O grupo Guararapes foi fundado no Rio Grande do Norte e é a indústria têxtil por trás da fast-fashion Riachuelo. É a maior confecção de vestuário da América Latina, com uma produção de quase 200 mil peças por dia, e todo este volume abastece exclusivamente as lojas Riachuelo espalhadas pelo país. Mesmo com a indústria têxtil e de confecção tendo fechado 2013 como o oitavo ano consecutivo em déficit (conforme relatou a ABIT – Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), a perspectiva da Guararapes é de crescimento, já que é o próprio grupo que comercializa seus artigos. O varejo segue muito bem, como já falamos aqui no blog.

 

A produção de confecção em oficinas terceirizadas tornou-se uma prática muito comum entre empresas de confecção de todos os tamanhos, e inclusive nas que possuem parque industrial e maquinários próprios, como é o caso da Guararapes. Para competir com os produtos chineses e para driblar a alta carga tributária referente à contratação direta de funcionários, empresários muitas vezes preferem optar pela produção terceirizada, mesmo sabendo que esta, na maioria das vezes, leva à perda na qualidade dos produtos.

 

Oficina de confecção terceirizada: Foto: Magnus Nascimento - Tribuna do Norte

A queda na qualidade não é o único problema que pode vir da terceirização. Inúmeras são as notícias como esta, em que marcas de moda e indústrias têxteis são acusadas de trabalho escravo, no mundo inteiro. Esta sim é uma grande perda. O abuso de outro ser humano é inaceitável. E muitas pessoas passaram a enxergar a moda com olhar de receio, após tomarem conhecimento da prática de trabalho escravo em algumas confecções. As notícias são sempre bem vindas e o consumidor precisa estar informado, mas não vale generalizar. Existem empresas que trabalham da maneira certa. O respeito, de todas as maneiras, ainda deve vir em primeiro lugar.

A queda da qualidade não é o único problema que pode vir da terceirização. Acusações de trabalho escravo são, infelizmente, frequentes na indústria da moda.

A terceirização, quando feita corretamente, é uma via de mão dupla. Ganha quem contrata, pois não se responsabiliza pela altíssima carga tributária referente à contratação direta de funcionários; e ganha quem fornece o serviço, pois assim pequenas fábricas conseguem se sustentar, com a garantia de uma produção contínua. Não é uma opção ruim, ela dá oportunidade a pequenos produtores de entrar no mercado e gera muitos empregos, mas precisa ser feita de forma correta. As empresas, ao contratar serviços terceirizados, na grande maioria das vezes não têm intenção de escravizar. A indústria quer prosperar e quer que os seus prosperem junto, que as pessoas prosperem junto. É assim que se desenvolve a economia; as pessoas, independentemente da atuação profissional ou da classe social, precisam prosperar para poder consumir. 

 

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Comentário de Sebastião Augusto Luna de Souza em 12 março 2014 às 11:53

Bom dia a todos!

Gostaria de saber se esta mega operação tem o aval do Ministério Público.

Pois no Espírito Santo, eles querem fechar todas.

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