Aumento real dos salários na indústria e no comércio
Fonte: estadao
A Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), divulgada pelo IBGE, acrescenta aos dados já publicados os relativos ao emprego e a sua remuneração, o que permite uma comparação com os dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para o mês de maio, que já comentamos. A Pimes é mais completa - inclui a indústria extrativa - e certamente mais abrangente, o que pode explicar algumas diferenças entre os dois levantamentos.
Há variação entre os dados dos dois organismos: os números sobre o pessoal ocupado e as horas pagas são inferiores no levantamento da CNI, o que se explica pela ausência do setor da mineração na pesquisa. Porém, há grande coincidência de dados no que se refere ao aumento real da folha de pagamento no acumulado do ano: 5,5%, no caso da CNI; 5,9%, no IBGE.
Nessa estatística não podemos negligenciar o fato de que o poder aquisitivo dos trabalhadores aumentou bem acima da inflação. Isso já se tinha verificado no ano passado, quando a grande maioria dos aumentos superou o porcentual da inflação, deixando um carry-over para o atual exercício. Todavia, há um fato novo para se levar em conta: na medida em que a produção está crescendo, num contexto de quase pleno emprego, os assalariados ficam em posição de conseguir salários mais altos. Nos dados do IBGE podemos verificar que os setores que estão em crise (têxtil, vestuário e calçado) exibem uma folha de pagamentos que cresceu muito menos que o conjunto da indústria de transformação.
Pode-se prever que, neste segundo semestre, que é quando as grandes categorias têm dissídio, a massa salarial vai acusar um novo avanço.
É, portanto, previsível que o poder aquisitivo da maioria dos trabalhadores irá aumentar neste período do ano, mesmo que uma parcela dessa melhoria seja destinada a reduzir um endividamento que se foi elevando nos últimos meses.
As autoridades monetárias terão dificuldades para conter o crescimento do consumo doméstico. A pressão de demanda virá não apenas dos trabalhadores da indústria, mas, ainda mais, do setor dos serviços, em que já se nota uma elevação dos rendimentos superior à da indústria.
E é preciso notar que os reajustes salariais vão ser realizados num momento em que a inflação deverá ser menor do que na primeira parte do ano, embora, nos dissídios, a base da discussão seja a inflação dos últimos 12 meses. Caberá às autoridades não temer a adoção de medidas impopulares para conter a nova elevação dos níveis de salários
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