Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Com mais de 1 milhão de toneladas de pluma já comprometidas na safra que será colhida a partir de junho deste ano, os produtores de algodão começam a fixar também a safra que será colhida apenas em 2012. Os volumes já se aproximam de 170 mil toneladas, de acordo com levantamento da Safras & Mercado, ou mais do que o dobro do que estava em fevereiro de 2010, quando 72 mil toneladas estavam comprometidas com preços fixados para entrega em julho de 2011.

As fixações para 2012 começaram em outubro passado, mas se intensificaram entre novembro e dezembro, com a última disparada dos preços, observa Miguel Biegai Júnior, analista da consultoria. Ele estima que essas fixações tenham sido realizadas com preços médios de US$ 1 por libra-peso.

Segundo estimativas da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), o volume vendido antecipadamente na safra 2010/11, que será colhida neste ano, é de 1,1 milhão de toneladas, o equivalente a cerca de 60% da produção esperada (1,85 milhão de toneladas). Em torno de 400 mil toneladas foram a preços acima de US$ 1 por libra-peso.

"Essa comercialização não deve avançar mais, pois está no limite da margem de segurança", afirma Biegai. Para a safra que será colhida em 2012, diz, apesar das ofertas os produtores estão se negando a fechar novos negócios ao redor de US$ 1 a libra peso - isso porque, apesar de histórico, o valor está muito abaixo das cotações atuais em Nova York, que ontem fecharam com alta recorde de 700 pontos, a US$ 1,7082 por libra-peso (contrato maio).

O rumo dos preços internacionais será direcionado pelo crescimento da área em outros países, o que, segundo Biegai, certamente ocorrerá. Ele pondera que ainda não há uma estimativa oficial sobre o tamanho da safra mundial neste ano, o que deverá estar disponível no relatório de abril do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). "Os produtores dos Estados Unidos devem ampliar de 10% a 15% a área, assim como China, Índia e Austrália".

A Safras & Mercado está concluindo um levantamento que aponta para um plantio de algodão no Brasil de 1,24 milhão de hectares em 2010/11, incluindo safra principal e safrinha. Os principais avanços previstos são em Goiás, de 56 mil hectares para 98 mil, em Mato Grosso, de 425 mil hectares para 625 mil, e na Bahia, de 256 mil para 385 mil hectares. Estimativas da Abrapa apontam uma área total de aproximadamente 1,3 milhão de hectares no país.

A última vez que o plantio no Brasil superou essa marca foi na safra 1991/92, quando o país, liderado pelo Paraná e pelos Estados da região Nordeste, cultivou 1,9 milhão de hectares da pluma.

O atual movimento de expansão da área ocupada com algodão no Brasil contou com uma boa "ajuda" do clima desfavorável ao plantio de soja em Mato Grosso, maior produtor da pluma no país. Nesse Estado, a estiagem em setembro e outubro prejudicou o plantio do grão e fez com que muitos produtores entrassem com sementes de algodão no campo. "Mas o avanço está muito expressivo. Há relatos de produtores que tiraram soja já plantada para colocar algodão, após esses últimos picos de preço da pluma", diz Biegai.

FONTE:  Valor Econômico


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Comentário de Fabrício Leite em 9 fevereiro 2011 às 15:24

Só precisa tomar cuidado! Pois o momento atual é de valorização geral das commodities.

Não é um caso exclusivo do algodão!! Veja o caso da China onde muitos agricultores estão literalmente sentados em cima da pluma... guardando em casa!!!... só esperando a valorização da moeda local e da própria pluma para vender.... estes pequenos agricultores só correspondem a 8% da produção mundial....

MUITOS APOSTARAM NA QUEDA E CAIRAM DO CAVALO! SE ARREPENDEM  POIS ESTAVAM ACOSTUMADOS JUSTAMENTE COM ESSAS ALTAS E BAIXAS GRANDIOSAS...

Apostar hoje: - Só se o "caba for macho!!"

Mais contratos fechados para julho já mostram queda significativa na pluma. Mas ainda longe do níveis mais baixo. Acredito em preços intermediários para o segundo semestre

abraços

Comentário de António Manuel Miranda em 9 fevereiro 2011 às 9:16
O histórico deste mercado nos diz que do mesmo modo que sobe ele também desce na mesma proporção, basta pequenos sinais de substituição da matéria prima.

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