Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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OBSERVAÇÕES:

O artigo postado a seguir é parte de uma Monografia elaborada pela autora desse post para a obtenção do título de especialista em Química [lato sensu].

Caso queira acessar a monografia, disponibilizo a versão completa da mesma, assim como outras informações no meu blog Infinito e Diverso.

 

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Os azocorantes (corantes azóicos) são corantes caracterizados pela presença de um ou mais grupamentos -N=N-, chamado "azo", ligados a sistemas aromáticos (HOMEM-DE-MELLO, 2007 e MINATTI, 2010). Dependendo o número de grupos azo presentes, eles podem ser chamados de corantes monoazo, diazo, triazo, tetrazo e poliazo (DYESONLINE, 2010).

 

Um dos primeiros corantes sintéticos utilizados como agentes colorantes da lã e do algodão foram os azocorantes (FOX, 2004). Em 1858 Griess sintetizou pela primeira vez compostos com grupos azobenzenos em sua estrutura (SILVA, 2010), mas, somente em 1875, eles foram produzidos industrialmente, dos quais a crisoidina (Figura 06) fora a primeira (MINATTI, 2010). Estes foram usados em uma variedade de aplicações, principalmente na indústria têxtil, fato este, que originou a denominação azocorante (SILVA, 2010). Hoje, são amplamente aplicados em indústrias têxteis, de couros, de papeis, gráficas, fotográficas, de cosméticos e alimentícias (KUNZ & PERALTA-ZAMORA, 2002; ASHRAF et al., 2006; SINGH et al., 2007; apud YASSUMOTO, 2007).

 

 

Figura 06: Crisoidina.

Fonte: MINATTI, 2010.

 

O maior grupo de corantes orgânicos produzidos mundialmente tem sido os corantes contendo a função azo-aromático (Ar-N=N-Ar ou simplesmente, -N=N-) como cromóforo (GUARATINI, 2000). Inúmeros compostos orgânicos e inorgânicos absorvem luz na região do espectro do visível e, por causa disso, são coloridos (SARON, 2007). Segundo Fox (2004), as diferentes cores dos azocorantes dependem dos diversos tipos de substituintes presentes nos anéis aromáticos e são fortemente coloridos por que o grupo –N=N–, ligado entre os anéis aromáticos, estendem a conjugação do sistema "pi", resultando em uma forte absorção na região do visível.

 

A capacidade que os corantes têm de colorir os torna facilmente detectáveis a olho nu, podendo, em alguns casos, serem visíveis mesmo em concentrações tão baixas quanto 1 ppm (1 mg/L) (GUARATINI, 2000). Quando não tratados adequadamente, e lançados em corpos d’água, efluentes contendo corantes, podem modificar o ecossistema, diminuindo a transparência da água e a penetração da radiação solar podendo modificar a solubilidade de gases (SOUZA, 2005) e, os ciclos biológicos, afetando principalmente processos de fotossíntese (KUNZ, 2002) e na oxigenação do corpo d’água (PEREIRA, 2005).

 

O processo de remediação de efluentes mais utilizado pelas indústrias tem como base um pré-tratamento por sistemas físico-químicos (como adsorção, coagulação e precipitação) seguido por um tratamento biológico, principalmente com lodo ativado (PEREIRA, 2005). No entanto, os azocorantes costumam ser resistentes a esses tratamentos (SOUZA, 2005), pois muitos destes compostos não são efetivamente degradados, ficando adsorvidos no lodo (PEREIRA, 2005). Segundo Yassumoto (2007), estima-se que cerca de 15% da produção mundial de corantes seja perdida para o meio ambiente durante a síntese, processamento ou aplicação desses corantes.

 

Além da poluição ambiental, estudos têm mostrado que algumas classes de corantes, principalmente os azocorantes, e seus subprodutos, podem ser carcinogênicos e/ou mutagênicos (KUNZ, 2002), especialmente pela formação do aminoazobenzeno, formada pela sua degradação (PRADO 2003). Todavia, a análise de grau de toxicidade oral de corantes, medido através de 50% da dose letal (LD50), segundo Guaratini (2000), tem demonstrado que apenas um número reduzido de corantes pode apresentar toxicidade aguda, o que, afirma Chequer (2008), torna a toxicidade aguda dos corantes irrelevante, sendo os maiores valores de LD50, encontrados particularmente nos corantes bis-azo e catiônicos (GUARATINI (2000) & CHEQUER, 2008).

 

O efeito toxicológico desses compostos é consequente de exposições crônicas a baixas concentrações, o que tem possibilitado relacionar, a alguns azocorantes com o desenvolvimento de câncer de bexiga em humanos, e além de sarcomas esplênicos e hepatocarcinomas e de algumas anomalias cromossômicas em animais experimentais (CHEQUER, 2008).

 

Não consegui disponibilizar as referências aqui, pois a formatação dos links disponibilizados nela, não são compatíveis com as configurações desse blog, por isso, também não consegui colocar as referências em meu último artigo aquí (Corantes: uma breve introdução). Contudo, quem quiser visualiza-las, elas encontram-se disponíveis em meu blog (Infinito e Diverso).

 

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Comentário de Érica de Liandra Salvador em 28 fevereiro 2011 às 10:27

Pronto!

Figura incluida!

Abç

Comentário de Érica de Liandra Salvador em 28 fevereiro 2011 às 10:22

Desculpem!

Tive um contratempo com as figuras, mas já estou incluíndo-as. Em breve eslas estarão disponíveis neste post.

Obrigada!

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