Deu na Folha: Empresas brasileiras investem menos em Pesquisa e Desenvolvimento
Os investimentos feitos pelas empresas brasileiras em Pesquisa e Desenvolvimento tiveram retração de 18,3%, segundo estudo da consultoria internacional Booz & Company. Os gastos passaram de US$ 3,7 bilhões para US$ 3 bilhões no período.
A tendência está na contramão do que ocorre no mundo. Os investimentos em P&D cresceram 5,5% em relação ao ano passado e chegaram ao valor de US$ 638 bilhões, segundo estudo com mil companhias de capital aberto – o Global Innovation 1000.
Estão na lista das que mais investem nessa área seis companhias: Vale (95ª posição); Petrobras (119ª); Gerdau (714ª); Totvs (902ª); CPFL Energia (937ª) e Embraer (985ª).
Segundo a consultoria, além de elas perderem posições em relação ao ano passado, a Copel (Companhia Paranaense de Energia), que havia entrado no ranking em 2011, o deixou neste. As seis empresas também reduziram os valores investidos na comparação com os recursos aplicados nesse setor em 2012.
Reportagem da Folha mostrou em setembro que a indústria de transformação brasileira gastou cerca de R$ 12 bilhões em pesquisa, desenvolvimento e inovação no ano passado -o valor é metade dos gastos para pagar tributos (R$ 24,6 bilhões). Os dados são do departamento de competitividade e tecnologia da Fiesp, federação das indústrias paulistas.
Por que isso? Parte da resposta está no parágrafo acima: nossas empresas pagam impostos demais! Sobra menos para investir em pesquisa. O governo é faminto demais, suga recursos para suas transferências, para manter uma máquina inchada, para desvios em corrupção. Faltam recursos nas empresas para suas pesquisas tecnológicas.
Mas não é só isso. O modelo de capitalismo de estado brasileiro, que foi bastante intensificado durante o governo do PT, não estimula investimento em P&D. O motivo é óbvio: a “amizade com o rei” vale mais do que a competitividade. Se a empresa for próxima do governo, pode conseguir um grande empréstimo subsidiado no BNDES, ou uma medida protecionista que dificulta a vida dos concorrentes. “Investir” em lobby, nesse ambiente, faz mais sentido do que investir em pesquisa.
Além disso, temos uma mão de obra com baixa qualificação, insegurança jurídica, propriedade privada nem sempre garantida, burocracia excessiva, etc. Até mesmo cães usados em pesquisas medicinais são roubados e fica por isso mesmo!
O Brasil tem um ambiente econômico voltado para consumo imediato e gastos públicos, mas pouco propício para investimentos produtivos. Um país que não investe em P&D sacrifica seu próprio futuro. Vivemos na era da informação. Não dá para abrir mão de investimentos tecnológicos. Infelizmente, muitos brasileiros confundem recursos naturais com riqueza, esquecendo que para aqueles serem transformados nesta, é preciso tecnologia.
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