Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Baixos Salários e Escassez da Mentalidade de Operário Afastam Jovens do Setor Têxtil - Portugal

Fonte:|correiodominho.com|

O deputado socialista Ricardo Gonçalves apontou hoje os “baixos salários” pagos no sector têxtil e “escassez da mentalidade de operário” das novas gerações como causas do afastamento dos jovens da indústria têxtil no distrito.

À margem da visita dos deputados socialistas eleitos por Braga à empresa Fergotex, em Vila Nova de Famalicão, Ricardo Gonçalves revelou à Agência Lusa alguns dos desafios que o sector têxtil do distrito enfrenta.

“A indústria têxtil, que já empregou centenas de milhares de pessoas, hoje em dia emprega apenas 200 mil. É verdade que se modernizou, mas mesmo assim trabalha com preços esmagados o que não permite pagar além do salário mínimo”, analisou o deputado.

Para o deputado eleito por Braga, “os baixos salários praticados no setor têxtil não são atrativos para os jovens, que, cada vez mais, se afastam do setor de produção”.

Este afastamento e “desagrado” dos jovens para com o setor, tem levado, segundo o deputado, a que “algumas empresas tenham dificuldades em encontrar mão-de-obra operária, apesar do desemprego que o distrito atravessa”.

Além dos “baixos salários”, Ricardo Gonçalves apontou a “escassez da mentalidade de operário& rdquo; das novas gerações como fator de afastamento dos jovens da indústria.

“Cada vez menos há a mentalidade de operário, que é muito específica”, explicou.

Segundo o deputado socialista, “os jovens de hoje preferem especializar-se noutras áreas, como os serviços, a dedicarem-se à produção. Isto traz problemas à indústria. Em Portugal, vive-se o problema da desindustrialização de zonas que durante anos foram fortemente industrializadas”.

Mas, adiantou Ricardo Gonçalves, “é possível dar a volta a isto”.

“É preciso acrescentar mais valor ao têxtil, melhorá-lo para poder pagar melhores salários. Temos qualidade reconhecida fora do país. É preciso que o mesmo aconteça dentro do país e voltar a valorizar o trabalho de operário”, explanou.

A Fergotex é uma empresa de Vila Nova de Famalicão, criada em 1981, que produz vestuário em malha e exporta “cerca de 90 por cento da produção”, adiantou Ricardo Gonçalves à Lusa.

Aliás, foi o facto de esta ser uma empresa de “vocação exportadora” que suscitou a visita dos deputados.

“Temos grande interesse em conhecer o setor de empresas de exportação do distrito de Braga”, declarou Ricardo Gonçalves.

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Comentário de António Manuel Miranda em 15 março 2011 às 15:11
Já houve tempos em nessa mesma região-Braga- em que sobrava trabalho e faltava trabalhadores. Hoje, como acontece em outros sectores, sobra trabalhadores e falta trabalho. O índice de desemprego está na casa dos 11%, a nível nacional, no têxtil está muito mais.
O mercado mudou e muitas empresas fecharam ou se atualizaram.
Não vai ser o aumento da faixa salarial que fará com que "operários" aparecerão. A melhora do nível de escolaridade é que fez com haja menos "operários" em Portugal.
Comentário de Tadeu Bastos Gonçalves em 15 março 2011 às 11:47
Sem a amplitude do trabalho do Carlos Roberto, mas expondo a realidade das empresas para as quais já prestei serviço, neste mesmo espaço, por várias vezes, já me manifestei no mesmo sentido. Completo ainda que os poucos cursos oferecidos para formação de costureiras são fraquíssimos e a classe empresarial ainda n ão despertou para isto. Ficam aliciando funcionários dos concorrentes e inflacionando salários.
Comentário de Tadeu Bastos Gonçalves em 15 março 2011 às 11:44
O filme é o mesmo, só muda o cenário e os artistas...
Comentário de Carlos Roberto Araújo Daniel em 15 março 2011 às 10:33

Tanto lá como cá,

Este é o dilema, Estou fazendo uma pesquisa e um estudo tem 4 anos para um trabalho que devo apresentar no próximo congresso da ABTT, e se nada for feito, nos próximos 10 anos não teremos mais mão de obra operacional para a indústria de confecções. ( já pesquisei em 14 estados num universo de 94 empresas, a faixa etária média hoje é de 39,4 anos, o que significa que daquí a 10 anos este efetivo estará já na faixa descendente de rendimento operacional e de produtividade.

Algo tem que ser feito, quer seja valorizando a mão de obra direta, melhorando às condições de trabalho etc. e urgente.

Comentário de Sam de Mattos em 15 março 2011 às 10:28
De novo: LEI DA OFERTA E PROCURA: Solte dinheiro em cima do operariado e o problema estara sanado. Como no Brasil: A praca de taxistas em Sao Paulo esta entupida de motoristas Advogados e "Administradores de Empresas".

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