Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Barreiras às importações devem ser evitadas sob risco de desabastecimento???!!!


Sylvio Mandel, presidente da ABVTEX

O varejo têxtil brasileiro terá sérios problemas se forem adotadas medidas de contenção das importações no setor. A preocupação dos associados da ABVTEX -Associação Brasileira do Varejo Têxtil, que reúne as grandes redes do varejo, é corroborada por dados divulgados na última semana pelo IBGE e que mostram o grande descompasso entre o crescimento do varejo e o da indústria nacional. A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) registra a acentuada expansão do comércio varejista em geral, bastante superior à do Produto Interno Bruto (PIB). A expectativa de alta do PIB em 2010 foi de 7,5% enquanto o volume de vendas do comércio varejista ampliado acumulou avanço de 11,9% de janeiro a novembro do ano passado na comparação com igual período do ano anterior.

Frear o consumo é incompatível com as atuais metas de crescimento do novo governo para o País e a criação de barreiras à importação - tarifárias ou não - é um grande retrocesso para um mercado consumidor maduro e exigente como o brasileiro, já que o produto importado também ajuda na manutenção do controle da inflação no segmento, atual preocupação do Governo. "A solução está em criar mecanismos urgentes de apoio ao crescimento e capacitação da indústria nacional. Adotar barreiras à importação vai criar um grave problema de abastecimento, uma vez que as lojas são obrigadas a completar o mix de ofertas com produtos importados", afirma Sylvio Mandel, presidente da ABVTEX. Além disso, com a chegada do inverno, a importação é imprescindível, uma vez que a indústria nacional não tem vocação para este tipo de produto.

A diretoria da entidade tem alertado sobre os problemas gerados pela distância do ritmo de expansão da indústria e do varejo, bem antes do anúncio dos indicadores que atestam esta realidade. "A indústria têxtil nacional não acompanha o ritmo de expansão do mercado, ficando cada vez mais evidente que a atividade produtiva não vem cobrindo as necessidades de consumo, em especial das classes C e D, que buscam as grandes redes de magazines para adquirir peças de vestuário e acessórios de qualidade a preços compatíveis", explica.

O ritmo de consumo das famílias é o que determina as regras de mercado. "O consumidor é soberano. Ele quer ser plenamente atendido em termos de preço, qualidade e tamanhos. Criar barreiras às importações terá um efeito catastrófico de desabastecimento no varejo de vestuário", conclui Mandel.

O varejo têxtil de grande superfície encerrou o ano de 2010 com um balanço positivo de 1.766 lojas em todo o País, com crescimento de 13,7% sobre as 1.553 lojas em 2009, segundo dados da ABVTEX. O número de empregados em 2010 foi de 192.358, um crescimento de 8,8% em relação aos 176.856 empregados em 2009.

 

FONTE: http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=143856

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Comentário de luis carlos em 24 janeiro 2011 às 12:48

Sr Hans isto e uma grande verdade e deixa  a gente muito preocupado com as conseguencias de tanta liberdade de importação.

Comentário de HANS JURGEN BRAEMER em 24 janeiro 2011 às 12:10

COMO O ARTIGO É TÃO SÓMENTE SÔBRE A INDÚSTRIA TEXTIL, ALGUNS COMENTARISTAS ESTÃO GENERALIZANDO PARA A INDÚSTRIA NACIONAL COMO UM TODO. PORTANTO TIRANDO DO FOCO A INDÚSTRIA TEXTIL.

HOUVE UM COMENTÁRIO QUE FALA EM DESINDUSTRIALIZAÇÃO DA INDÚSTRIA TEXTIL FABRICANTE. É O QUE ESTÁ ACONTECENDO EM RITMO ACELERADO. FOI MUITO PERTINENTE A COLOCAÇÃO DESTA NUANCE.

LÓGICAMENTE SE HOJE FOREM COLOCADAS BARREIRAS TOTAIS A IMPORTAÇÃO, SERIA UM SUICÍDIO. POIS LÓGICAMENTE A INDÚSTRIA DESDE AS FIAÇÕES ATÉ AO TECIDO DE MALHA E PLANO E A CONFECÇÃO PRÓPRIAMENTE DITA, JÁ  NÃO IRÃO MAIS SUPRIR DE LONGE O MERCADO, PELO DANO QUE AS IMPORTAÇÕES JÁ PROVOCARAM. A CONTINUAR ASSIM VAI SER MUITO DIFÍCIL DE RECONSTRUIR O PARQUE TEXTIL NACIONAL. ACHO QUE NEM VIA BNDES NÃO SE CONSERTARÁ MAIS ÊSTE ESTRAGO.

HOUVERAM DUAS CHANCES PARA REFORMULAÇÃO DO PARQUE TEXTIL NACIONAL. ISTO É ENTRE MAIS OU MENOS 1975  E 1985. COM CRÉDITO FARTO VIA FINAME ( GOVERNO ). HAVIA UM PRAZO DE CARÊNCIA E 3% DE JUROS A.M. OS CONFECÇIONISTA DO RIO E DO RESTANTE DOS ESTADOS DA FEDERAÇÃO APROVEITARAM OU CHUPARAM ATÉ O CAROÇO ESTA FACILIDADE. ÓTIMO. A CARÊNCIA PASSOU. HAVIA UMA CLÁUSULA DE QUE OS JUROS NÃO ERAM FIXOS. RESUMINDO, OS JUROS DENTRO DE UM CERTO ESPAÇO DE TEMPO ESTAVAM PARA MAIS DE 20% A.M. NÃO PRECISA-SE FALAR MAIS NADA, FOI UMA QUEBRADEIRA GERAL. SÓ SOBRARAM OS QUE SEGURARAM A ONDA E OS QUE NÃO USARAM ÊSTE CRÉDITO. EM ASSIM SENDO NINGUÉM ACREDITAVA MAIS NO GOVERNO. ERA O GOVERNO MILITAR, SIC !!! AÍ VEIO O GOVERNO SARNEY/COLLOR/ITAMAR ETC & TAL.

EM SUMA: SE O PLANO   R E A L   FOSSE RESPEITADO/COMPREENDIDO E O GOVERNO TIVESSE TIDO PULSO PARA SEGURAR OS FABRICANTES ( EM TODA A SUA CADEIA ) INESCRUPULOSOS, NÃO ESTARÍAMOS HOJE NESTA ENCRUZILHADA.    

Comentário de Luiz José Nicolodelli em 22 janeiro 2011 às 20:55

 Sómente medidas de contenção das Importações, gerarão acomodação e não atenderia toda a

 demanda interna.

 O importante é fazer um trabalho paralelo da desoneração da produção, via tributos e outros

 meios, ao mesmo tempo que fossem tomadas algumas medidas em alguns setores de contenção

 das Importações.

 Pender só para um lado acho muito perigoso para as industrias brasileiras. 

 

 

Comentário de Claudio Landi em 22 janeiro 2011 às 17:53

Olà, desculpa para o idioma , soy estrangero.

Asho de verdade que o Brasil tem uma industria forte, aquelo que falta è a competividade, e falta de inovaçao em aquelo que và a producir. Esto problemas das importaçao jà occoreu um muitos Pais da Europa, nao existe poter competir contra salario baixo da China, do Bangladesh,o outro pais da Asia. Nao vejo empresas que van a mudar o jeito de producir, de ver como pais tipo Germania consigue crescer no setor manifaturiero mesmo con custo de produçao mai alto que o Brasil. Inovaçao nao è so na produçao necesita de inovaçao mesmo na Diretoria das empresas, necesitan pessoas que tem mentalidade mai abertas, necesita mais vontade na mudança para ser protagonista no setor. E verdade esto significa mais trabalho, mai discussao, ser a vezes em dificoltade para fazer entender que o cambiamento necessita para crescer, ma asho que esto è o desafio das empresas Brasileira para competir no futuro.

 

Comentário de luis carlos em 22 janeiro 2011 às 16:51
Verdade Fabricio, me lembro bem dos fatos e você tem razão ... porque não começou com os confeccionados? O trabalho é longo e precisamos ter líderes no setor têxtil em toda sua cadeia com interesses não somente próprios, mas no coletivo, para o bem de todo um setor. Assim acredito que teremos uma indústria forte, competitiva,capaz de brigar com igualdade no mercado internacional.
Comentário de Fabrício Leite em 22 janeiro 2011 às 14:08

Outro exemplo Luis é o próprio EUA...

Hoje o governo se vangloria de termos uma moeda forte ao ponto que os americanos e chineses estão "brigando" justamente pelo contrário.

Quando o Collor com o seu plano liberou as importações tivemos sim muitas indústrias têxteis quebrando. Muitas estavam na época completamente sucateadas e viviam somente pelo protecionismo. Hoje não se chuta mais lançadeira perdida no chão das ruas de Americana-SP. No entanto, aprendemos a lição e desde então temos um parque indústrial atualizado.

Só que muito destas empresas com máquinas de última geração estão literalmente "jogando o jogo". Ao invés de ampliar sua produção local estão investindo em importações. Tudo é desenvolvido aqui só que produzido lá fora.

O simples fato de colocar barreiras comerciais também não resolve por si só. Estas devem ser devidamente estudadas e evitar interesses políticos o que é mais dificil.

Fica aqui o exemplo do dumping aplicado a Viscose que a 3 anos atrás iniciou-se nas fibras, chegou ao fio e só agora parece que em março entra nas malhas....

Foram 3 anos que as malharias não conseguiram produzir 1/2 malha lisa de viscose encontrada hoje por R$18,00 qualquer cor e tudo importado.... Agora me respondam: - Porque isso não ocorreu primeiramente com confeccionados, depois com malhas e se necessário fios e fibras???

Porque?????

Comentário de luis carlos em 22 janeiro 2011 às 10:41

Tambem acho que deve existir um equilibrio muito bem feito com muita seriedade pois com facilidades de exportaçao esta acontecendo uma desindustrialisação do setor textil,agora se existe um consumo tao grande assim temos que melhorar e incentivar as poucas industrias que vem sofrendo com as altas da materia prima tributos cada vez maior e juros fora do comum.Na minha opinião deixar solta as exportaçoes e acabar de vez com uma cadeia que  gera milhoes de empregos e que estamos vendo sofrer, temos um exemplo bem ao lado Argentina passou por algo assim

Comentário de wolmer andrei lemoes arocha em 22 janeiro 2011 às 9:35
Fico feliz com as informações de crescimento do setor varejista têxtil, informadas pelo SR. Mandel, mas seria extremamente interessante um contraponto, com informações sobre o crescimento da produção têxtil brasileira e de suas dificuldades de deslanchar, para que todos passamos entender o porque deste descompasso. Entendo a necessidade do mercado consumidor "maduro e inteligente como o brasileiro", só não entendo porque, em vez de defender as importações em massa, a discussão não é sobre ferramentas que permitam que o setor produtivo têxtil atenda esta demanda.
Comentário de HANS JURGEN BRAEMER em 21 janeiro 2011 às 23:18

Para a rede de varejo as importações são ótimas. Pois a margem de lucro é fantástica/astronomica. Lógicamente o varejista-importador vai ser sempre contra as barreiras de importações. Vai ser difícil de eles quererem largar este osso.

Quem sofre com isto é o fabricante confecçionista nacional. Que encara o custo Brasil !!!! É desigual esta relação.

Quando o presidente Itamar lançou o Plano Real através do  seu então ministro da Fazenda RUBENS RECÚPERO ( quem achar que foi o FHC, por gentileza pesquise o Google ) não foi com esta finalidade leonina. O Plano Real estabeleceu-se, dentre outros motivos, para acabar com os fabricantes nacionais tipo GUELAS LARGAS. O segmento que estivesse abusando com preços fora da realidade, o governo abriria as IMPORTAÇÕES para combater êstes abusos. Mas isto seria por um certo período. Até o fabricante nacional cair na real.

Mas como sempre, o fabricante nacional honesto está sempre que correndo atrás. Os grandes privilegiados foram e são sempre os comerciantes VAREJISTAS.

É muito fácil o Sylvio Mandel, que pelo nome não se perca, ser contra as medidas de contenção das IMPORTAÇÕES. Pois está defendendo o segmento QUE ELE REPRESENTA.

A indústria confecçionista que outrora foi punjante aqui no Rio de Janeiro. Sobrou uma fábrica descente de camisas que é a DI MARSI e o resto é fundo de quintal. Fábrica de ternos sobrou uma só também que é a APA. Em São Paulo sobraram a ANDRIELLO e a COLELLA ( que está em fase de recuperação judicial a antiga concordata ). O resto são fábricas de roupas ( ternos ) de mão de obra ( facçionistas ). Fábricas de camisas em SP são um pouco mais que sobraram. O resto é IMPORTAÇÃO. Isto é promovendo a socialização do emprego na Ásia sob a chancela do PT. Um congresso aonde o setor textil, não tem nenhuma representatividade e nunca teve, embora ainda grande empregador. Isto sim que é acomodação !!! O QUE ESTE GOVERNO DO PT ENTENDE DE INDÚSTRIA TEXTIL ??? Nada !!! É este governo que resolve tudo em nome da INDÚSTRIA TEXTIL. Dá para sentar no meio fio e chorar !!! É mole !?!?!? Agora para quem tem amizades influentes em Brasília a coisa muda de figura, QUE NO CASO SERIA UMA MINORIA, que não representa nada e ninguém. Apenas o próprio bolso. As EXPORTAÇÕES com este cambio INEXISTEM. Nem vale apena comentar esta situação.                                                                                                                                                            Na Na realidade é muita coisa que tenho para escrever. Também 43 anos de janela NÃO SERIA PARA MENOS.

    

Comentário de Textile Industry em 21 janeiro 2011 às 21:09

Acredito que o bloqueio das importações é o caminho mais curto para acomodação, e tornar mais lenta a transformação de nosso parque industrial, para que tenhamos competitividade.

Deveríamos está pleiteando a desoneração da produção, via redução de tributos.

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