NO FINAL DA MANHÃ, 35 PESSOAS AGUARDAVAM PARA ENTRAR EM LOJA. ESTABELECIMENTO TAMBÉM VENDE ÓCULOS ESCUROS E SAPATOS.
Homens e mulheres enfrentaram fila nesta sexta-feira (27) em um shopping de Brasília para comprar bolsas da marca de luxo italiana Gucci, que por causa da Black Friday eram vendidas com desconto de 50%. Entre as “cobiçadas” estava uma com preço original de R$ 5.710.
No final da manhã, havia 35 pessoas na fila. A loja vende também bolsas, óculos escuros e sapatos. Na entrada, um segurança de terno controlava a entrada e a saída de clientes. O G1 procurou a loja, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem. O maior valor de uma bolsa na Gucci é de R$ 50 mil. As da promoção custam até R$ 10 mil.
Mesmo desempregada, a assistente social Aderlange de Franco tentou aproveitar a promoção. No entanto, ela saiu da Gucci apenas com a sacola que já carregava da Michael Kors – loja onde já tinha comprado uma bolsa de R$ 900. A mulher, de 58 anos, diz que o desconto estava bom, mas afirmou que não gostou tanto assim da peça. “Se eu tivesse gostado assim, certamente teria comprado”, afirma. O pagamento podia ser dividido em até cinco vezes de R$ 570.
A assistente social disse ainda não ter tido problemas por causa da alta do dólar e contou que foi duas vezes para Miami neste ano, uma em maio, outra em outubro. “Comigo não tem dessa não, quero viajar viajo. E em Miami não é tão caro”, disse Aderlange. A moeda valia R$ 3,77 nesta quinta.
A advogada Amanda Delgado conta ter o costume de viajar para o exterior e fazer compras. Mas, por causa da alta do dólar, disse que há um ano e meio não viaja. Para ela, a situação contribui para a longa fila.
“Com a alta do dólar, as pessoas estão comprando mais por aqui. Ainda mais porque pode parcelar”, afirmou Amanda. A jovem, de 25 anos, disse que se a fila “andasse rápido” veria se “alguma coisa estava valendo a pena”. “Às vezes a gente se apaixona por alguma coisa e tem que comprar, né?”, questionou.
Na esperança de adquirir uma segunda bolsa da marca, a servidora pública Karine Ribas enfrentou a fila acompanhada do filho Vinícius, de 8 anos. Ela viu a dica do desconto em redes sociais e resolveu conferir se alguma bolsa entrava no teto que estipulou: R$ 3 mil.
“Eu tenho uma bolsa da Gucci, mas já comprei há muito tempo. Gosto de comprar quando viajo [para o exterior], mas vamos ver se está valendo a pena”, disse a moradora de Taguatinga, de 36 anos.
Vendo a movimentação em frente à loja, uma mulher parou no final e posou simulando tristeza para uma foto que a amiga tirava. As duas são mexicanas e acharam graça na fila para comprar na Gucci.
“Acho engraçado, no meu país não tem fila para comprar na Gucci, nessas lojas”, disse Gabriela Guerrero. Quando questionada sobre o motivo da fila, ela opinou: “Acho que no Brasil tem muito consumo de bens de luxo”.
A Black Friday é um dia de grandes descontos em lojas criado nos Estados Unidos, no dia seguinte ao feriado do Dia de Ação de Graças. Além do Brasil, países como Reino Unido, Austrália, México, Romênia, Costa Rica, Alemanha, Áustria e Suíça já aderiram ao dia de cortes generosos.
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