Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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BMG recebe aporte de R$ 1,5 bilhão

Por estadao

O banco mineiro BMG será capitalizado em R$ 1,5 bilhão, principalmente para cobrir o rombo do Banco Schahin, comprado em abril. Desse total, R$ 800 milhões entraram no capital no último dia 11. Os outros R$ 700 milhões devem entrar em setembro, segundo o diretor financeiro e de relações com investidores do banco, Ricardo Gelbaum.

De acordo com fontes de mercado, do total dos aportes, R$ 800 milhões vieram do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que intermediou a negociação com o Schahin. O restante viria dos acionistas do BMG - controlado pela família Pentagna Guimarães. Gelbaum não confirma o investimento do FGC, e o fundo não comentou a informação. O empréstimo teria sido acertado em abril, na compra do Banco Schahin, um negócio de R$ 230 milhões.

O FGC - entidade criada pelos bancos com objetivo de garantir parte dos depósitos em caso de quebra de alguma instituição - intermediou as negociações, pois o Schahin estava descapitalizado e tinha Índice de Basileia abaixo do mínimo exigido pelo Banco Central (BC), de 11%. Esse indicador mede quanto o banco pode emprestar sem comprometer seu capital próprio.

O Estado apurou que o novo aporte já estava acertado desde que a negociação com o Schahin foi finalizada - uma negociação, aliás, que só saiu, segundo uma fonte que acompanhou as conversas, 'aos 48 minutos do segundo tempo'. Até o último momento, os ex-controladores do Schahin dificultaram a venda.

Um exemplo: brigaram para manter o controle do prédio onde funciona a sede do banco, na Vila Mariana, na zona sul de São Paulo. 'O negócio quase emperrou por causa de um edifício de alguns milhões de reais, valor irrisório diante do tamanho do negócio', disse uma fonte.

Com a capitalização no BMG, o banco mineiro fará uma injeção de recursos no Schahin, segundo Gelbaum. O aumento de capital vai elevar o Índice de Basileia do BMG, que fechou julho em 13,6%, para algo entre 14% e 15%. Para o Schahin, o executivo preferiu não dar previsões.

Expansão. Dentro de suas aquisições recentes, o BMG comprou também 50 lojas do banco carioca Morada, que está sob intervenção do BC desde abril. Segundo Gelbaum, essa aquisição foi possível porque a rede de lojas não pertence ao banco, mas a outra empresa dos controladores do Morada. Junto com as negociações do Schahin, o BMG chegou a negociar também a compra dos ativos do Morada, mas as conversas não evoluíram.

O BMG também comprou, em julho, a Cifra Financeira, além de ter assumido, no mesmo mês, o comando da GE Financeira e da GE Promotora, compradas em setembro de 2010. Com as aquisições, o BMG destaca que terá aumento em sua rede de distribuição. Da GE, vieram 54 lojas. Da Cifra, foram mais 200. Incluindo a rede própria e correspondentes, o BMG tem agora 3,4 mil pontos de venda.

Sobre a queda dos ganhos do BMG, que passou de lucro de R$ 201 milhões no segundo trimestre de 2010 para prejuízo de R$ 26 milhões em igual período deste ano (ver ao lado), Gelbaum afirmou que uma série de fatores contribuiu para o resultado.

Entre eles, o ambiente mais competitivo no mercado de crédito consignado, com os bancos grandes reforçando apostas no segmento, o aumento dos juros e a estratégia do banco de reduzir a cessão de carteiras. 'Este ano está sendo um ano de ajustes para o banco', disse.

A redução no ritmo de cessões de carteiras de crédito ocorre porque, a partir de janeiro de 2012, entram em vigor novas regras do BC para o segmento. Com a mudança, a receita de cessão passará a ser diferida ao longo do tempo, sendo reconhecida no balanço à medida que os créditos forem vencendo. Nas normas atuais, nas cessões com coobrigação (o banco que cede a carteira fica com parte do risco até o vencimento), o valor captado com a transferência dos ativos é contabilizado de imediato no balanço como receita. Isso engorda os lucros dos bancos que cedem carteiras. Mesmo assim, as cessões são a principal fonte de captação do BMG, representando cerca de 61% dos recursos.

 

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