Fonte : [Folha de São Paulo]
Com a dificuldade de exportar, o Brasil perde indústrias e projetos para países vizinhos e para a Ásia, segundo associações que representam fabricantes no país. Segundo a Abal (Associação Brasileira do Alumíio) não há nenhu novo projeto de alumínio no país.
O presidente da entidade, Adjarma Azevedo, diz que o preço da energia elétrica -que representa grande parte dos custos do setor- torna proibitiva a criação e a ampliação de unidades aqui.
"Nós vamos perder investimento que poderia ser feito no Brasil. E os custos estão ficando impossíveis. A Valesul simplesmente desistiu, a Novelis fechou em Aratu (BA) e a pergunta no mercado é quem vai ser a próxima."
"A Votorantim tinha um projeto na área em Trinidad e Tobago. O investimento foi paralisado, porém, após a mudança de governo no país. "
A fronteira do Brasil também ganhou atratividade. A anglo-australiana Rio Tinto já assinou carta de intenção para uma unidade de alumínio no Paraguai, onde a energia de Itaipu é mais barata.
A Abicalçados, que representa a indústria calçadista,destaca que há um ano começa a haver projetos industriais brasileiros no Caribe. Segundo Heitor Klein consultor da entidade, ao menos
duas grandes empresas já produzem na região, motivadas pela redução de custos e por acordos que esses países têm com os EUA. "Nós não defenderíamos que as empresas se instalassem em outros países.
Mais adiante, das condições do mercado brasileiro, nós entendemos que é uma alternativa de negócio que as empresas não podem ignorar", afirma.
A indústria calçadista, já há alguns anos, também investe na produção na Argentina. Grandes empresas como a Paquetá e Vulcabrás fabricam no país.
Segundo a associação do setor, porém, as empresas calçadistas no vizinho visam o mercado argentino, já que as barreiras impostas pela Argentina dificultam a exportação para o país.
De acordo com a Federação Democrática dos Sapateiros no Rio Grande do Sul, o Estado tem
perdido empregos não só pelo recuo do setor, afetado pela crise global, pelo câmbio e pela concorrência dos asiáticos, mas também pela migração.
"A gente vê que até os encarregados que trabalhavam aqui vão para lá", diz o sindicalista
Leandro dos Santos. Na produção de óleo de soja, também há transferência da produção local, embora esse processo
tenha se iniciado há mais tempo, com os benefícios tributários a exportadores de itens primários. Na indústria têxtil há aposta em unidades nos países sul-americanos -a Vicunha acaba de anunciar a fabricação de índigo na Argentina. Mas a Ásia é ainda mais atraente para o setor.
DESINDUSTRIALIZAÇÃO :
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo) diz que a dificuldade em ser competitivo produzindo localmente amplia o risco de desindustrialização. A entidade destaca que a integração das cadeias produtivas no Mercosul foi bem-sucedida só em alguns setores, como o automotivo.
Em outros, como commodities, a produção é mais concorrente que complementar. O destino de muitas indústrias é a Ásia, já que fecham aqui e abrem ou terceirizam para lá, produzindo igual produto, com o mesmo design.
Bem-vindo a
Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI
© 2024 Criado por Textile Industry. Ativado por
Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!
Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI