Edição de 2024 da Edelman Trust Barometer mostra que a população vê as companhias mais capazes de gerar inovação do que ONGs, a mídia e o governo.
As pessoas são mais propensas a confiar nas empresas e em diferentes setores econômicos do que na inovação que eles são capazes de gerar. Essa é uma das principais conclusões extraídas da pesquisa Edelman Trust Barometer 2024.
O estudo ouviu mais de 32 mil pessoas, em 28 diferentes países – entre eles, o Brasil – com a proposta de identificar a percepção da sociedade em relação ao avanço das tecnologias e inovações.
De forma geral, a Edelman detectou disparidade entre a confiança nas empresas e nas inovações que já foram criadas. No Brasil, por exemplo, 79% dos entrevistados acreditam que as empresas de tecnologia são confiáveis. Porém, somente 53% dizem confiar na inteligência artificial.
Uma relação semelhante foi registrada em relação às empresas de saúde: 70% confiam nos negócios dessas companhias, mas somente 56% confiam nos desdobramentos da medicina genética.
A maior diferença entre os entrevistados do Brasil foi registrada no segmento de alimentos e bebidas. Entre os pesquisados, 75% confiam nas empresas desse setor, enquanto apenas 31% confiariam em experimentar alimentos geneticamente modificados.
A Edelman Trust Barometer 2024 também avaliou a percepção da sociedade em relação às instituições responsáveis por implementar as inovações.
Nesse quesito, as empresas aparecem como as mais confiáveis, sendo citadas por 63% como a instituição mais confiável. As organizações não-governamentais (ONGs) aparecem na sequência, com 52% de confiança. A mídia vem em seguida, com 36% de confiança.
Entre os brasileiros, 56% avaliam que os reguladores do governo não entendem sobre inovação de forma adequada e que, portanto, não são capazes de regulá-las de maneira efetiva.
A pesquisa também apontou que a maior parte da população brasileira acredita que o governo e as organizações que financiam as pesquisas acabam tendo muito influência na forma como a ciência é trabalhada e difundida.
Em relação a esse assunto, ainda, 57% se mostram preocupados ao notar que a ciência acabou se tornando um tema politizado no Brasil.
Os cientistas ainda são a classe de quem mais se espera a implementação de inovações (82%). Na sequência, foram citados os acadêmicos e os especialistas técnicos, ambos com 75% das citações.
Entre os entrevistados brasileiros, a maior parte (55%) confiam que as empresas são capazes de gerar inovação com base na tecnologia se atuarem em conjunto com o governo. Em 2015, esse percentual era 49%.
Já globalmente, foram 65% o percentual de entrevistados que acreditam que as empresas são capazes de promover inovação se atuarem em conjunto com os governos.
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