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Casino pode descarrilar fusão do Pão de Açúcar

Casino pode descarrilar fusão do Pão de Açúcar

PARIS (Reuters) - O plano do  Carrefour de fundir suas operações no Brasil com o Pão de Açúcar parecia instável nesta segunda-feira, apesar da aprovação do conselho do Carrefour ao negócio. A varejista rival Casino, sócia do grupo brasileiro, busca impedir o financiamento para a operação.

Uma fonte próxima ao assunto afirmou à Reuters nesta segunda-feira que o presidente-executivo do Casino, Jean-Charles Naouri, estava a caminho do Brasil para negociar com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que disse que não arcará com os prometidos 2,4 bilhões de dólares para a união se o Casino não aprovar a operação proposta.

O Carrefour, enfraquecido por três alertas de lucro, precisa crescer rapidamente em mercados emergentes como o Brasil para compensar vendas fracas em seu mercado doméstico. O acordo criaria uma varejista com vendas de mais de 30 bilhões de euros (43,6 bilhões de dólares) e levaria a sinergias anuais estimadas entre 600 milhões e 800 milhões de euros, afirmou a rede francesa.

O Casino, sócio do empresário Abilio Diniz no controle do Pão de Açúcar, perderia uma importante fonte de crescimento e acabaria com uma fatia minoritária na nova companhia.

A fonte disse que Naouri deve se encontrar com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. O Casino não comentou o assunto.

Mais cedo, nesta segunda-feira, o conselho de administração do Carrefour apoiou o plano de fusão, estratégia que pode elevar a proporção das vendas vinda de mercados em crescimento para mais de 40 por cento em 2013, informou a companhia.

'Esta transação, se completada, vai levar à criação de uma grande empresa de varejo no Brasil, o terceiro maior mercado do mundo em termos de gasto com alimentos', informou o Carrefour.

Por sua vez, o Casino afirmou em comunicado que o apoio do Carrefour à fusão pode implicar em responsabilização da rede 'e dos membros do seu conselho por aceitarem, apesar de repetidos alertas, uma transação hostil, resultado de negociações ilegais'.

Em série de entrevistas concedidas no Brasil na semana passada, Diniz afirma que não violou o acordo de acionistas que mantém com o Casino por meio da holding Wilkes e que chegou a informar o presidente do Casino sobre a ideia de fusão com o Carrefour.

 

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