Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Certificação e qualidade para a indústria têxtil

As normatizações exigidas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) nem sempre são tratadas – em todo o território nacional - com a atenção que deveriam receber na indústria e no comércio exterior. E essa omissão resulta em multas e apreensões de mercadorias, levando o empresário ao desespero justamente no momento em que mais precisa de sua carga. Afinal, os órgãos fiscalizadores têm imposto maior controle à importação e comercialização de produtos no Brasil. A exigência pela qualidade das mercadorias é cada vez maior, devido aos padrões do comércio internacional e a um processo de amadurecimento do consumidor brasileiro. Chamam atenção os importadores que não checam se os materiais têxteis importados, especialmente com origem em nações asiáticas, se enquadram nas normas e resoluções do Inmetro.

A análise dos produtos, buscando a verificação dos padrões estabelecidos internacionalmente, têm gerado inúmeras multas, várias delas originárias de avaliações inconsistentes. Diante desse panorama, fica evidente a importância da realização de controles internos para certificação do que será adquirido no exterior e comercializado em território nacional. A empresa não pode se dar ao luxo de colocar-se em uma posição de comprar e somente certificar-se sobre a qualidade do material quando o receber.

Poucos discordam de que “é melhor prevenir do que remediar”. Essa, no entanto, não é uma filosofia muito difundida no comércio exterior. Muito menos colocada em prática consistentemente. Devido à quase completa ausência de fiscalização em períodos anteriores, a maior parte das empresas que operam no Brasil não tem uma cultura de controle interno e de contratação de laudos técnicos para melhor saber com que produto está lidando.

Assim, falar em certificação nos dias de hoje, parece chover no molhado, mas existem exceções. Podemos dizer que há pelo menos 20 anos o assunto vem sendo amplamente difundido nos mais diversos meios de comunicação, bem como intrinsecamente nas publicações de sindicatos patronais e de revistas especializadas. A certificação esclarece e separa o bom do ruim ou, colocado de forma mais justa, ajuda a manter um ambiente concorrencial em pé de igualdade, definido pelo valor das mercadorias e pela decisão do consumidor.

Na área têxtil, especificamente, algumas práticas já vêm sendo desenvolvidas, embora pareça que o objetivo é mais “marcar” um selo no mercado do que realmente alavancar desenvolvimento, inovação, tecnologia e crescimento, nos âmbitos industrial, comercial e financeiro.

O selo de qualidade Inmetro é proveniente de programas de avaliação da conformidade, nos quais o Instituto acredita organismos de certificação e estes avaliam e divulgam os produtos, processos e serviços aprovados em termos de qualidade. Ocorre que, até hoje, possuímos apenas alguns produtos dentro deste sistema como colchões e máscara facial (EPI) de forma compulsória. Nenhum produto foi incluído de forma voluntária.

As regras para avaliação e certificação dentro deste sistema seguem normas internacionalmente praticadas, com procedimentos padrões, uso de laboratórios acreditados e/ou avaliados baseados em normativas internacionais (ABNT NBR ISO/IEC 17025). A partir dessas exigências, o programa dificilmente abre brechas para paternalismos, interesses particulares ou até vários outros tipos de selos classificatórios, em que a organização, mesmo atendendo critérios mínimos, é agraciada com um selo de “qualidade”.

Vivemos nos últimos 10 anos uma nova fase no País. A classe média aumentou consideravelmente, fazendo com que novos consumidores ingressassem no mercado. A imagem do Brasil melhorou internacionalmente, fazendo com que empresas internacionais viessem investir aqui. Assim, foram geradas outras demandas que anteriormente estavam adormecidas.

Selos como o QUAL, o ABRAVEST e o ABVTEX agregam valor à nossa cadeia produtiva, mas acredito que chegou a hora de ser mais contundente no sentido de adquirir resultados para todas as atividades e não apenas para segmentos isolados, já que a invasão de produtos importados não se limita apenas a tecidos, como no passado, e já há alguns anos vai do fio ao produto acabado.

Além disso, ser enquadrado pelo Inmetro não é confortável para uma companhia. O Instituto tem total amparo legal e poder de autuação e de apreensão. Para se precaver dessas penalidades, a análise laboratorial - por empresas reconhecidamente competentes - é essencial para evitar prejuízos que podem até inviabilizar uma atividade. Em um mercado tão competitivo – e restrito, devido à invasão de importados da Ásia -, tentar driblar as normas do Inmetro com o “jeitinho brasileiro” não é uma atitude inteligente.

http://portogente.com.br/colunistas/fabio-campos-fatalla/certificac...

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Comentário de Romildo de Paula Leite em 18 abril 2014 às 7:38

Na área têxtil, especificamente, algumas práticas já vêm sendo desenvolvidas, embora pareça que o objetivo é mais “marcar” um selo no mercado do que realmente alavancar desenvolvimento, inovação, tecnologia e crescimento, nos âmbitos industrial, comercial e financeiro.

Comentário de Romildo de Paula Leite em 18 abril 2014 às 7:37

  Já que a invasão de produtos importados não se limita apenas a tecidos, como no passado, e já há alguns anos vai do fio ao produto acabado.

Comentário de Marcos Augusto Figueiredo de Oli em 17 abril 2014 às 22:34

A Cedro Têxtil a mais de 15 anos é certificada em alguns produtos e serviços c/ muito sucesso ,participei diretamente durante 3 anos de um trabalho de certificação e foi muito gratificante.O maior problema é aceitação pelos empresários do setor Têxtil . Estou disponível para o processo de implantação da Qualidade Total em qualquer empresa interessada .email;  carpanpba@hotmail.com .Marcos Augusto.

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