No início da década de 1990 começou a despontar em Cianorte um mercado segmentado, o da confecção, e, tanto o empresariado como o poder público investiram alto no setor. Hoje, passados vinte anos, a vizinha cidade ostenta os louros de Capital do Vestuário consagrada como um cada vez mais crescente pólo da indústria têxtil nacional. São nada menos que 450 empresas confeccionistas e mais de 600 grifes atendendo ao consumidor atacadista, que criaram inclusive a Rua da Moda, onde estão centralizadas mais de 350 lojas, além de outros três centros varejistas que atraem compradores de todo o Brasil. Muitas grifes famosas são produzidas em Cianorte.
Paradoxalmente, Umuarama viu surgir naquele mesmo período um grupo de confeccionistas e um mercado promissor, mas, o passar dos anos comprovou que o movimento entrou em marcha lenta, enquanto que Cianorte pensava grande, investia, incentivava empresários e industriais e, finalmente chegou a conquistar notoriedade nacional, ao ponto dos cofres do município ser engordados com uma espantosa carga anual de impostos.
Em Umuarama, a confecção não deu saltos grandiosos como em Cianorte, mas não desapareceu e aqueles que sobreviveram hoje são bem sucedidos empresários. Mas, se houvessem incentivos maiores por parte do poder público e mais senso de corporativismo e empreendedorismo do setor, acredito que hoje teríamos um parque têxtil de poderoso potencial.
Vale frisar que Umuarama, depois do ciclo da cafeicultura, encerrado melancolicamente com a terrível “geada negra” de 1975, foi seguido pela pecuária. E, mais recentemente, por diversas culturas agrícolas. O comércio, por sua vez, cresceu mas dividiu-se nos mais variados segmentos e não procurou se fortalecer num alvo específico, como foi o caso de Cianorte, que apostou na indústria do vestuário.
Se tivesse seguido os exemplos, apenas para ser mais específico, do ensino privado e da medicina, que despontam absolutos como referências para Umuarama, o município teria outras frentes com alto poder de geração de renda e divisas. Umuarama tem de tudo, é diversificada comercialmente, mas não possui uma força específica em ramo comercial, industrial ou agrícola que se nivele com o da confecção em Cianorte. Com exceção, é claro, da construção civil e comércio de imóveis, que saboreiam tempos de fartura antes nunca vistos.
Mas, aí já é uma outra história...
FONTE: www.ilustrado.com.br
por ITALO FÁBIO CASCIOLA
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