A Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizou, nesta sexta-feira (15), o 17º Briefing Diplomático, em Brasília. O evento serviu para a apresentação do panorama e das perspectivas do cenário político-econômico brasileiro e das propostas da indústria para as eleições presidenciais. O Briefing é o principal mecanismo de interação entre a CNI e o corpo diplomático residente na capital do país e permite compartilhar a visão do setor industrial sobre os vários temas em debate no Brasil. Estiveram presentes 70 representantes como embaixadores e encarregados de negócios de 51 países.
“A CNI reconhece o papel fundamental das Embaixadas em Brasília, não apenas para fortalecer os laços culturais, mas também para o aprofundamento das relações de comércio e investimentos bilaterais”, reforçou a diretora de Desenvolvimento Industrial e Economia da CNI, Lytha Spíndola, que fez a abertura do encontro.
As perspectivas do cenário político-econômico brasileiro foram apresentadas pelo gerente-executivo de Relacionamento com o Poder Executivo da CNI, Pablo Cesario, e pelo gerente-executivo de Economia da CNI, Mário Sergio Telles.
Pablo discorreu sobre o avanço da agenda sustentável da indústria, que é uma das prioridades do setor produtivo e está focada na transição para uma economia de baixo carbono. “O Brasil está bem-posicionado no cenário internacional e demostra potencial para essa transição, pois é um grande produtor de energia limpa”, pontuou Cesario ao longo de sua apresentação.
Ele também abordou os preparativos da indústria para a COP-27 – a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que acontece em novembro, no Egito -, e destacou que a CNI promoverá em agosto, em São Paulo, um encontro preparatório para discutir esse tema e para debater os pilares de sustentabilidade da indústria: transição energética, precificação de carbono, economia circular e conservação florestal.
Já Mário Sergio trouxe dados de desempenho da indústria e abordou, de forma positiva, o mercado de trabalho. “Hoje, nós temos mais de 97 milhões de pessoas em ocupações. Mesmo com a inflação nos últimos anos, houve um aumento considerável de pessoas empregadas. Esse crescimento é fundamental para a recuperação do país no próximo semestre e nos próximos anos”, explicou o gerente-executivo de Economia da CNI.
As 21 propostas da indústria para os candidatos à Presidência da República foram apresentadas pelo superintendente de Desenvolvimento Industrial da CNI, Renato da Fonseca. As propostas que incluem temas como tributação, política industrial, inovação, sustentabilidade e educação, foram discutidas em junho no Diálogo da Indústria com Candidatos à Presidência da República, com participação dos pré-candidatos Simone Tebet (MDB), Ciro Gomes (PDT) e do presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Esses documentos são elaborados porque é necessário termos uma política industrial integrada com a economia, que busque soluções para o coletivo, incentive a inovação e o desenvolvimento tecnológico e promova o crescimento igualitário do país. O Brasil tem que crescer por igual e a indústria faz parte disso”, explicou Renato.
Quando perguntado sobre os planos de governo que citam a criação de um Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Renato explicou que apesar de ser o desejo da instituição, não é tudo. “Não adianta criar só o Ministério. É necessário ter uma boa governança, ter integração, acordos de livre-comércio, novas tributações, entre outros”, pontuou.
Nesse contexto, Lytha Spíndola concordou e fez suas considerações com foco na Reforma Tributária. “Nossa tributação ainda é muito voltada para dentro e dificulta para o empreendedor brasileiro e para os investidores internacionais. É fundamental que o Brasil veja a mudança que está sendo proposta como novos caminhos. Vamos ter que nos readaptar e prestar atenção na agenda de modernização para termos um sistema tributário harmonizado com o resto do mundo, mas, com isso, seremos mais competitivos”, disse a diretora de Desenvolvimento Industrial e Economia da CNI.
Ao fim da reunião, os diplomatas foram convidados para conhecer o Observatório Nacional da Indústria, inaugurado este ano. O departamento reúne dados de inteligência, de instituições de pesquisas nacionais e estrangeiras, para subsidiar as decisões estratégicas das indústrias brasileiras e aumentar a competitividade do país.
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