Lia um livro sobre o drama no World Trade Center que tratava da luta pela vida, mas que nos relatos, sem que esse fosse o objetivo, demonstrava a importância de pessoas que no cotidiano fazem diferença e pouco são notadas.
Não eram pessoas preocupadas com bolsas, sapatos, celulares, antes de deixar o local, mas interessadas em servir, ajudar conhecidos e desconhecidos a descerem as escadas, a se protegerem da fumaça, focadas em pedir resgate para os feridos, oferecer algum conforto, ainda que palavras. Pessoas pouco vistas e notadas na vida do complexo.
As empresas estão repletas de colaboradores que mantém tudo funcionando, e sequer sabemos os nomes. Muitos nos conhecem, e ,sem que digam, gostam de nós, mas não nos damos conta.
Assim que chegamos ao local do trabalho, lá está o computador com um fila de e-mails. Será que todos usam a “técnica do bate-corre”?
A técnica, irritante, mas que alguns acham interessante é a seguinte:
Quando um e-mail precisa seguir no dia, o último minuto também conta, certo?
E se for enviado assim que estiver indo para casa você não terá que responder nenhuma pergunta, caso a pessoa que o receba tenha alguma dúvida, correto?
Você cumpriu com sua tarefa, e o dia seguinte é o da seguinte. E ainda terá o dia inteiro para pensar no que vai responder no ultimo minuto do novo dia.
Ah, e se você é daqueles que saem tarde por causa do trânsito e manda o e-mail para o chefe, ele saberá que é um dedicado colaborador. Como seu e-mail é a ultima coisa que ele viu, você será o primeiro a tomar um café com ele para tratar do assunto. A probabilidade de vê-lo irritado pela manhã é menor do que no fim do dia.
A técnica tem lá suas vantagens políticas!
Se você é pontual ou chega mais cedo que os demais, vai encontrar alguns desses seres invisíveis e ainda não lhe dirão pelo caminho que fulano ligou, que sicrano deixou recado, e ao chegar na sua sala, o telefone não estará histérico.
Chegar cedo ou no horário tem lá seus confortos técnicos.
Quando o dia começa, as mesas estão arrumadas, muito melhor do que muitos deixaram no dia anterior – há casos em que quando “bate o horário”, se a física permitisse, lápis e canetas parariam no ar –, o café está pronto, o lixo foi retirado, o banheiro está limpo, os relatórios que você pediu estão em sua mesa, todos os lançamentos foram realizados até a data, não há nada atrasado, a posição de caixa dia já foi antecipada, a tomada da sua sala já foi trocada, seu mouse com defeito substituído, a senha que você perdeu já foi resgatada, agora é só criar uma nova, e assim a vida segue. Visível, mantida por seres invisíveis.
Você já deve ter visto algo parecido, alguém gosta de um relatório que recebe com frequência, então diz a um pessoa próxima:- Como é mesmo o nome daquela menina que prepara o relatório XYZ?
Ouve a resposta: - Clarice.
Teimoso, não sabe e contesta: - Não! Que Clarice...
Sabendo que não é a primeira vez que pergunta, a pessoa diz: - Aquela de olhos verdes, cabelos negros, sempre preso, que brinca com as meninas aqui no setor?
- Sim, essa!
Lá vem a resposta: - Não trabalha mais conosco.
- Como, saiu quando? – Neste momento, muitos se espantam com o fato...
- Faz tempo que saiu! – Os que já sabiam balançam a cabeça em aprovação
Era quase invisível, concretizou-se!
E o relatório?
Quando não esquecido, invisível!
Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira...
Free e-book: Prospecção de clientes e de oportunidades de negócios
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
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Nossas maiores conquistas não estão relacionadas às empresas que ajudamos a superar barreiras e dificuldades, nem às pessoas que ensinamos diretamente, mas sim àquelas que aprendem conosco, sem saber disso, e que ensinamos, sem nos darmos conta.
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