Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Comentário semanal: Ibovespa tem pior semana desde novembro de 2008

Comentário semanal: Ibovespa tem pior semana desde novembro de 2008

Por InfoMoney

SÃO PAULO - Os temores sobre uma possível recessão global, com a deterioração da crise fiscal na Zona do Euro e as dúvidas acerca da capacidade de recuperação da economia norte-americana, geraram pânico no mercado nesta semana, levando o Ibovespa a despencar 9,99% entre os dias 1 e 5 de agosto, sua pior semana desde novembro de 2008, fechando esta sexta-feira (5) aos 52.949 pontos.

O recuo de 21,05% das ações da Marfrig (MRFG3) nesta semana colocou as ações no topo do ranking das maiores quedas do Ibovespa no período. A empresa, que não esteve envolvida com nenhum noticiário negativo, acompanhou a queda expressiva da bolsa na última quinta-feira (4), com as suas ações perdendo 13,33%. Contudo, enquanto alguns papéis devolveram parte de suas perdas, a Marfrig continuou a cair também nesta sessão, quando perdeu 7,69%

Já as ações ordinárias da Usiminas (USIM3) foram o principal destaque do período, acumulando entre os dias 1 e 5 de agosto uma valorização de 4,95%, fechando a sexta-feira cotadas a R$ 22,25. O desempenho descolado dos ativos da siderúrgica em relação ao restante do mercado pode estar associado em parte à possibilidade de uma nova investida da CSN (CSNA3) em seu capital social votante.

Petro e Vale

Os papéis da Petrobras (PETR3, -12,83%, R$ 22,53; PETR4, -13,38%, R$ 20,18) fecharam em queda nesta semana. No período, a estatal convocou uma assembleia geral extraordinária para o dia 23 de agosto, com o intuito de eleger um novo membro para o conselho administrativo da petrolífera.

Enquanto isso, as ações da Vale (VALE3, -12,32%, R$ 44,00; VALE5, -11,80%, R$ 40,23) também terminaram a semana no vermelho. Na segunda-feira (1), rumores no mercado de que a companhia teria feito uma proposta para adquirir a Paranapanema (PMAM3) foram negados pela mineradora, que também afirmou em nota não estar em negociação com a companhia.

Aprovação de novo teto da dívida dos EUA

Na tarde de terça-feira (2), o Senado aprovou por 74 votos a 26 o plano acordado entre republicanos e democratas para elevação do teto da dívida externa do país, que foi posteriormente sancionado pelo presidente norte-americano Barack Obama, pondo fim à novela sobre um possível default da maior economia do mundo.

A proposta prevê um corte de US$ 2,1 trilhões do déficit do país, com cortes dos gastos públicos do país na mesma proporção nos próximos 10 anos, além de também não elevar os impostos. Embora Moody’s e Fitch tenham afirmado a manutenção do rating AAA norte-americano, suas perspectivas negativas trazem preocupação, já que as agências de classificação de risco alertam para a necessidade de medidas governamentais para colocar as finanças do país em ordem.

Recessão global?

Apesar do fim das incertezas acerca de um default norte-americano, o clima de preocupação continua nos mercados internacionais, agora com a deterioração da crise fiscal na Zona do Euro e as dúvidas acerca da capacidade de recuperação da economia norte-americana em foco, trazendo à tona a possibilidade de uma recessão global. Nesta sexta, porém, sinais positivos foram emitidos ao mercado após, com o BCE (Banco Central Europeu) anunciando a compra de títulos de dívida de Portugal e Irlanda pelo segundo dia consecutivo, bem como as mudanças anunciadas pelo governo italiano para diminuir o orçamento.

Neste cenário, o JP Morgan Chase reduziu suas estimativas para o crescimento da economia norte-americana no terceiro trimestre de 2% para 1,5%, além de diminuir suas expectativas para o primeiro semestre de 2012, trazendo apreensão sobre uma retomada da maior economia do mundo.

Resultados

Dando continuidade à temporada de divulgação de resultados corporativos, Itaú Unibanco (ITUB4, -9,95%, R$ 28,30), Usiminas (USIM5, -4,04%, R$ 10,70), B2W (BTOW3, -10,50%, R$ 12,95), Lojas Americanas (LAME4, -1,63%, R$ 13,92), TIM (TIMP3, -8,68%, R$ 8,31), Gerdau (GGBR4, -12,20%, R$ 12,31) e CSN (CSNA3, -10,45%, R$ 14,49) reportaram seus resultados referentes ao segundo trimestre de 2011 nesta semana.

Quedas recordes nas bolsas internacionais

Os principais índices acionários de Wall Street tiveram a pior semana do ano. O Dow Jones acumulou perdas de 5,75% entre os dias 1 e 5 de agosto, sua maior queda desde março de 2009. Já o Nasdaq e o S&P 500 recuaram 8,13% e 7,19%, respectivamente, sendo duas piores semanas desde novembro de 2008.

Na Europa, o FTSEurofirst 300, índice das principais ações europeias caiu 1,7%, o menor fechamento em 13 meses e a maior queda semanal desde outubro de 2008, auge da crise financeira mundial. O PSI de Lisboa registrou o pior desempenho desde abril de 2009, fechando a 1,2% a 6.249 pontos.

Agenda econômica da semana

No front doméstico, o relatório Focus apontou a manutenção das projeções anuais para o IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo) e a taxa Selic, que marcaram 6,31% e 12,75% respectivamente, enquanto o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal) marcou taxa negativa pela quarta medição consecutiva de julho, desta vez de 0,04% na última semana do mês, terminada no último dia 31.

Ainda no Brasil, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou que a produção da indústria nacional recuou 1,6% em junho e que o IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo) do mês de julho apresentou resultado de 0,16%, aceleração de 0,01% em relação ao mês anterior, quando marcou taxa de 0,15%. Já o IPP (Índice de Preço ao produtor) da indústria de transformação registrou deflação de 0,66% em junho, 0,20 ponto percentual inferior à medição referente ao mês anterior.

Nos EUA, os gastos com construção civil subiram 0,2% em junho e vieram melhor do que o esperado, segundo o indicador Construction Spending. Já o nível de atividade industrial no país em julho, mensurado pelo ISM Index, foi pior do que o esperado, ao registar 50,9 pontos. O volume de encomendas à indústria – Factory Orders – recuou 0,8% em julho e superou a expectativa de 1,0% de queda.

Em relação ao mercado de trabalho norte-americano, o ADP Employment, que mensura o número de postos de trabalho criados no setor privado dos EUA, apresentou desempenho acima do esperado em julho ao registrar 114 mil novas vagas, enquanto houve a abertura de 117 mil postos de trabalho em julho, resultado acima do esperado pelo mercado, que estimava uma alta de 84 mil postos no período. Já o número de pedidos de auxílio desemprego na base semanal, medido pelo Initial Claims, surpreendeu positivamente o mercado ao registrar 400 mil novas solicitações.

Ainda no front internacional, o Bank of England (BoE) e o BCE (Banco Central Europeu) mantiveram as taxas de juros inalteradas após suas respectivas reuniões de política monetária nesta quinta-feira.

Câmbio e Renda Fixa

O dólar comercial fechou cotado na venda a R$ 1,587 na venda nesta sexta-feira. A moeda norte-americana fechou a semana em alta de 2,26%.

No mercado de juros futuros da BM&F Bovespa, os contratos fecharam em queda no longo prazo. O contrato de juros de maior liquidez nesta semana, com vencimento em janeiro de 2012, registrou uma taxa de 12,26%, queda de 0,20 ponto percentual em relação à semana anterior.

No mercado de títulos da dívida externa brasileira, o Global 40, bônus mais líquido, encerrou cotado 137,50% de seu valor de face, alta de 0,50% na semana.

Já o indicador de risco-País fechou em alta de 20 pontos base, aos 180 pontos.

Confira a agenda da próxima semana

Dentro da agenda da segunda semana de agosto, os investidores ficarão atentos à reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), que definirá o rumo da política monetária norte-americana. Ainda nos EUA, destaque para as vendas ao varejo e ao balanço do orçamento do governo, todos dados de julho.

No cenário doméstico, a semana conta com indicadores de inflação, da indústria e do varejo.

 

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