Apesar de mais de 17 milhões de brasileiros conviverem com pelo menos uma deficiência, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, a acessibilidade no esporte ainda é distante da realidade da maioria delas.
Ao passar por espaços de lazer e esporte, quantas pessoas com deficiência (PcD) você costuma ver praticando atividades físicas? Pensando nisso, os estudantes do Serviço Social da Indústria (SESI) de São Gonçalo (RJ) e do SESI Hortolândia (SP) criaram os projetos para facilitar a inclusão desse público ao universo do esporte.
Diferente do vilão do filme Transformers, o Cadeiratron é o mocinho dessa trama e só vem pra ajudar. Desenvolvido pelas alunas Ana Carolina Duarte, 18 anos, Maria Clara Gomes e Mariana Marques, ambas com 17 anos, o projeto é voltado para pessoas com deficiência motora.
O Cadeiratron é uma cadeira desportiva quatro vezes mais barata que os modelos convencionais e tem a vantagem de adaptar-se a diferentes modalidades do esporte, idades e medidas. Outro diferencial, é que o próprio usuário pode realizar as alterações, sem precisar de ajuda.
O assento, que se desgasta facilmente com o uso, é um problema para esses atletas também. Além do gasto para adquirir uma nova cadeira, porque o estofado não pode ser trocado, ele causa feridas na região, que são difíceis de cicatrizar pela falta de mobilidade.
Ana Carolina conta que a ideia surgiu a partir de conversas com o seu tio que treina paratletas e após assistir uma novela em que um personagem com deficiência teve que abandonar a carreira esportiva por falta de recursos financeiros.
O projeto foi finalista da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), conquistou o 2º lugar da Feira de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio de Janeiro (FECTI) e é finalista da Feira Brasileira de Jovens Cientistas (FBJC) desse ano.
Segundo o Guia de atividade física para a população brasileira, elaborado pelo Ministério da Saúde, as pessoas com deficiência que praticam exercícios físicos têm mais força muscular, coordenação motora, agilidade, equilíbrio e menos chances de desenvolver ansiedade e depressão. Sem contar que melhora a imunidade, a circulação sanguínea e reduz o risco de obesidade, doenças do coração, diabetes, pressão alta, entre outras enfermidades.
O Cadeiratron seria mais uma alternativa para incluir essas pessoas ao mundo dos esportes. Atualmente, a cadeira possui dois acoplamentos, para basquete e handbike, mas a equipe já trabalha outros ajustes para as demais modalidades.
A cadeira foi desenvolvida em 3D e com peças de LEGO, e agora as meninas aguardam a chegada dos materiais, uma cadeira de rodas convencional e uma bicicleta, para darem continuidade ao projeto no laboratório do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). A partir daí, iniciarão os testes com os usuários que foram ouvidos na fase de pesquisa.
A cadeira foi desenvolvida em 3D e com peças de LEGO, e agora as meninas aguardam a chegada dos materiais para dar continuidade ao projeto
“Eu passei a enxergar as pessoas com outros olhos, passei a pensar de uma maneira mais acessível a todos, sem basear o outro apenas em mim, que consigo fazer as atividades normalmente, que não tem dificuldades”, destaca Maria Clara ao falar da sua experiência com o projeto.
Agora, vamos para o mundo virtual! O Adápptei é uma plataforma desenvolvida para ajudar pessoas com deficiência a encontrar espaços inclusivos para a prática de esportes na cidade de Hortolândia, além de divulgar informações de eventos e modalidades esportivas.
O projeto foi criado em 2021 pelos estudantes Alessandro Alves, 17 anos, Luiz Morais e Naiury Silva, ambos de 18 anos, na disciplina de Eixo Integrador da unidade SESI Hortolândia. Ao se depararem com o tema Pessoa com Deficiência, os jovens se questionaram sobre a ausência dessas pessoas em práticas amadoras de esporte e pensaram no Adápptei como solução.
“Até vemos pessoas com deficiência na prática profissional, em paralimpíadas e outros torneios, mas na prática amadora não é tão comum”, ressalta Luiz.
Com o projeto, os estudantes conquistaram o 1º lugar na categoria de ciências humanas da 9ª Mostra de Ciências e Tecnologia do Instituto 3M e o 3º lugar na categoria de saúde da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace). Ainda este ano, eles participarão da Feira Brasileira de Jovens Cientistas (FBJC) e pretendem levar mais um prêmio pra casa.
Por enquanto, o Adápptei é apenas um site, mas os jovens já estão desenvolvendo para que seja disponibilizado como aplicativo em celulares com sistema operacional Android ainda esse semestre e, em seguida, para aparelhos iOS.
O Adápptei já teve grande sucesso na divulgação de dois eventos, realizados em parceria com Organizações não Governamentais (ONGs). O grupo promoveu, ainda, um evento esportivo na própria escola, com luta adaptada, palestras, apresentações, entre outras atividades.
O principal objetivo, que os alunos ainda não conseguiram alcançar, é possibilitar a interação entre os usuários da plataforma, para que eles ajam de forma independente e promovam cada vez mais atividades esportivas com acessibilidade.
“Temos que olhar mais para o nosso redor e começar a utilizar a tecnologia. A tecnologia é o nosso futuro, temos que usá-la para adaptar e incluir essas pessoas”, destaca Alessandro.
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