Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Introdução sobre a Revolução Industrial

O século 18 foi a era das revoluções. O movimento de independência dos Estados Unidos da América (1775-1783), também conhecido como Revolução Americana, e a Revolução Francesa (1789-1799) colocaram em prática os pensamentos e ideais do Iluminismo. Foram revoluções que mudaram não só o destino dos países onde ocorreram mas também o do mundo. Mas elas não foram as únicas. Dez mil anos após a Revolução Agrícola fazer a primeira grande transformação no destino do homem sobre a Terra, um sem precedente processo de mudanças dos rumos da civilização estava em curso naquele século: a Revolução Industrial.

Ao remodelar cultural e economicamente as sociedades direta ou indiretamente afetadas por ela, a Revolução Industrial estabeleceu as bases para um novo modelo de civilização. Ela se constituiu num processo de passagem de uma economia agrária e artesanal para uma em que predominam as máquinas e a produção industrial.

A Revolução Industrial começou na Inglaterra, a partir dos anos 1760, e estendeu-se para outras partes do mundo. Ela também foi um dos frutos do Iluminismo, movimento que colocou a razão e o conhecimento científico do mundo acima de tudo. A base da Revolução Industrial foi uma sucessão de inventos mecânicos que possibilitaram dar ganhos de produtividade nunca antes imaginados ao trabalho humano. Essa transformação tecnológica trouxe impactos socioeconômicos e culturais e consolidou a burguesia urbana como a nova classe dirigente, principalmente em países como a Inglaterra e os Estados Unidos.

Marco simbólico do início da Revolução Industrial são as invenções do escocês James Watt. Durante 20 anos, na segunda metade do século 18, Watt dedicou-se a aperfeiçoar o motor a vapor a ponto de transformá-lo no pivô da transformação tecnológica que aumentaria exponencialmente a produtividade nas fábricas e impulsionaria uma revolução nos transportes. No século 19, o historiador econômico Arnold Tonybee chamou esse período de desenvolvimento econômico e mudanças sociais e culturais que aconteceu na Inglaterra, entre 1760 e 1840, de Revolução Industrial. Mas essa foi apenas a primeira das revoluções industriais que o mundo passaria na Era Moderna. No final do século 19 e início do 20, uma nova onda de mudanças resultou numa segunda transformação industrial na história.

Além da máquina a vapor, entre as principais inovações que provocaram profundas mudanças econômicas e sociais a partir do século 18 estão também as invenções das máquinas empregadas na indústria de tecelagem – como a fiandeira e a máquina de tear mecânicas –, o uso de novas fontes de energia, como o carvão, a eletricidade e o petróleo, e de novas matérias primas, como o ferro e o aço, e principalmente a aplicação da ciência nas indústrias.

A Revolução Industrial levou também a uma nova organização do trabalho, com a especialização das funções, e a importantes desenvolvimentos nos meios de transporte e de comunicação, com o surgimento da locomotiva e do barco a vapor e mais adiante com as invenções do automóvel, avião, telégrafo e rádio. Essas transformações tecnológicas levaram a um aumento vertiginoso do uso dos recursos naturais e da produção em massa de mercadorias. Leia na próxima página como isso ocorreu.

A revolta contra as máquinas

Nas primeiras décadas da Revolução Industrial, o advento das máquinas gerou reclamações de parcelas da população que viam nelas uma forma de substituição de mão-de-obra e consequentemente fonte de desemprego e miséria. No começo do século 19, esse processo chegou ao ápice quando liderados por um (real ou imaginário) Ned Ludd, que se intitulava Rei Ludd, um grupo de trabalhadores invadiu e destruiu máquinas e fábricas em várias cidades inglesas. A repressão ao movimento, que ficou conhecido como luddismo, levou ao enforcamento e à deportação de vários de seus integrantes. Atualmente, aqueles que se opõem aos avanços tecnológicos são chamados de luddistas, em referência a esse episódio.

A evolução da Revolução Industrial

No período de 1760 a 1830, a Revolução Industrial esteve basicamente confinada à Grã-Bretanha. O século 18 mostrava um crescimento populacional impressionante, graças ao declínio nas epidemias e à melhoria das condições de alimentação. O comércio crescia com a descoberta de novos mundos e novas rotas mercantis. Foi nesse contexto de um capitalismo mercantilista com capital acumulado e com uma demanda crescente por produtos que ocorreu a transformação tecnológica que levaria à primeira Revolução Industrial. As invenções que começam a surgir na segunda metade do século 18 fizeram o processo manufatureiro ser transformado em uma processo industrial.

Nas primeiras décadas da Revolução Industrial cerca de 75% da energia obtida a partir das máquinas a vapor estava na Inglaterra. Para permanecer na dianteira do processo de industrialização, os britânicos proibiram a exportação de equipamentos, trabalhadores especializados e técnicas de produção. Mas, o que aparentemente procurava manter a liderança industrial com a Grã-Bretanha significava também uma perda de oportunidade de negócios no exterior para os britânicos. Isso começou a mudar quando os ingleses William e John Cockerill abriram sua loja para vender máquinas industriais em Liège, na Bélgica, e o país tornou-se o primeiro a industrializar-se e transformar-se economicamente, na Europa continental.

A França, por conta das incertezas políticas que enfrentava e que culminariam na Revolução Francesa, acabou ficando para trás no processo de industrialização. Durante décadas a questão política francesa não encorajava grandes investimentos e apenas no decorrer do século 19 o país começou a ter um grande crescimento industrial. Outro país que ingressou mais tarde no processo de industrialização foi a Alemanha. Somente a partir da unificação, alcançada em 1870, o país acelerou seu crescimento industrial e ele tornou-se rapidamente tão extraordinário que o país ultrapassou a Inglaterra na produção de aço e virou líder mundial na indústria química.

Enquanto a Europa continental patinava em seu processo de industrialização, do outro lado do Atlântico, o recém-formado Estados Unidos da América avançava a passos largos para tornar-se uma das mais industrializadas nações do planeta. No final do século 19, o país seria um dos principais líderes da segunda Revolução Industrial que o planeta assistiu. Essa nova etapa se caracterizou pelo uso de novos materiais pela indústria como metais mais leves, produtos sintéticos como plástico e novas fontes de energia.

Durante o século 20, a segunda Revolução Industrial provocou um avanço extremamente rápido nos processos de produção, com o aprimoramento constante das máquinas, a criação da linha de produção, o alto índice de mecanização e o advento do computador que levou a uma elevada automação das fábricas.

Os sistemas socioeconômicos e políticos também sofreram transformações nessa nova etapa da Revolução Industrial. A sociedade tornou-se cada vez mais complexa e as oligarquias industriais, que caracterizaram a primeira Revolução Industrial, deram lugar à companhias abertas com ações comercializadas em Bolsas de Valores.

Desde suas primeiras manifestações, a Revolução Industrial revelou-se um processo voltado a um continuado progresso técnico e ao acúmulo de capital, tendo em vista a competição entre as empresas e entre as nações. Os países que primeiro se industrializaram também foram os primeiros a elevarem a qualidade de vida de suas populações. Mas apesar de atingir direta ou indiretamente a todos os povos do planeta, a Revolução Industrial não gerou as mesmas benesses para todos.

Impactos além da indústria

A Revolução Industrial gerou uma série de desenvolvimentos além da esfera industrial. A produção agrícola teve de crescer para prover alimentos para uma população urbana cada vez maior e houve uma expansão na distribuição das riquezas, com o incremento do comércio internacional e o declínio da posse das terras como fonte de riqueza (frente ao crescimento do poder das indústrias). Além das questões econômicas, o crescimento das cidades, a urbanização e o desenvolvimento de organizações proletárias refletiram em profundas mudanças políticas. As conquistas da Revolução Industrial também fizeram crescer em muito a confiança do ser humano no uso e na transformação dos recursos naturais e na sua capacidade de dominar a natureza.

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