Páginas da revista gourmet Fricote, idealizadas pela diretora de arte Emilie Guelpa. Foto: Trendland |
A cor tem um grande efeito psicológico sobre nós, que somos essencialmente visuais. Chega até mesmo a ser o primeiro fator que o cliente responde, antes do estilo ou do preço, segundo a ICA - International Color Authority. É um dos maiores fatores da decisão de compra. Como se escolher, então, a cor de um produto de moda? Ou melhor, como é feita a prospecção das tendências de cores?
Existem agências e organizações especializadas apenas na prospecção de tendências de cor, como a Global Color Research e a própria ICA. A chegada da Pantone ao mercado, em 1962, e sistemas semelhantes, permitiu que toda a indústria falasse uma mesma língua, através de cores catalogadas.
O Pantone foi uma forma de catalogar cores para a indústria. |
A principal dificuldade da prospecção de tendências de cor é a grande antecipação que com que elas devem ser realizadas. No ciclo das tendências de moda, falando especificamente da confeccionista, elas estão na ponta da indústria têxtil, e devem ser escolhidas antes mesmo que o tecido seja fabricado. Ou seja, é necessária uma antecipação de três ou quatro anos – quando é muito difícil prever mudanças sociais, e ainda mais políticas e econômicas, que tanto influenciam os desejos do consumo de moda.
As fontes de pesquisa de cores vêm principalmente de dois materiais “brutos”: da arte contemporânea, esta grande influenciadora das tendências de moda desde o seu início, e dos estímulos culturais (o que estamos passando por um certo momento reflete nas cores que desejamos, dado, como dissemos acima, seu enorme efeito psicológico).
Em se pensando em mercado global-local, as tendências de cor podem variar de país para país. É muito grande o simbolismo que a cor carrega, bem maior do que a forma, então ela pode ter diferentes significados em diferentes culturas. Se no Ocidente o vermelho está associado à sedução, em algumas partes do Oriente ele está relacionado à prosperidade. Um produto vermelho não terá o mesmo significado em todos os lugares.
O branco das passarelas internacionais (aqui, primavera-verão 2011 de Alexander Wang) demorou um pouco para chegar ao Brasil. Foto: Style.com |
Se no Brasil o branco tem um significado ritualístico – é a roupa da passagem de ano, ou do traje das baianas... – o look total branco tão propagado em passarelas internacionais (talvez você se lembre da coleção praticamente toda em branco, em 2010, de Alexander Wang, antes conhecido por usar muito preto) teve uma demora, de assimilação cultural mesmo, para chegar até aqui e ser amplamente consumido – e ainda há quem o relacione a roupa de réveillon!
Com todos os obstáculos temporais ou culturais, prever cores é um desafio para a indústria têxtil. Mas ele se suaviza ao longo da rede de moda ao passar para a confecção e, mais tarde, para o varejo – pela proximidade da temporalidade e pelo maior conhecimento do público-alvo. Porque, na hora de aplicar efetivamente essas tendências, é o público que dá a cartada final sobre que cores ele gosta e que fazem sentido, cultural e emocional, para ele.
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