SÃO PAULO - Para realizar o sonho da casa própria, os consumidores têm hoje várias opções. Mas em que seria melhor investir: num imóvel pronto para morar ou em um terreno, em que é possível começar do zero a construção?

Para Leonadro Paranaguá, diretor financeiro da Scopel, empresa de desenvolvimento urbano, a escolha de uma destas opções dependerá tanto do preço quanto do local.

Terrenos x apartamentos

A compra do terreno tem duas grandes vantagens: o poder de construir uma residência sob medida para sua família e o custo final. “Um imóvel pode sair até 30% mais barato quando a pessoa compra um terreno e depois constrói a residência”, diz Paranaguá.

Mas essa opção não está ao alcance de todos. Quem deseja morar em regiões centrais dificilmente encontrará um terreno disponível para construção a preços razoáveis. Em São Paulo, por exemplo, o consumidor só encontrará uma grande oferta de terrenos em bons loteamentos nas proximidades de rodovias como Castello Branco, Anhanguera ou Bandeirantes.

A opção pelo terreno também pode esbarrar na necessidade de aportar mais recursos. O problema está na oferta de crédito, mais restrita no caso da compra de um terreno.

“Hoje a vantagem de comprar um apartamento pronto é a opção do financiamento, que pode se estender por 30 anos sem nenhum pagamento relevante”, explica o diretor financeiro da Scopel.

Já quando alguém compra um terreno, os pagamentos estão concentrados durante a construção do loteamento. É preciso pagar todas as prestações do lote antes de iniciar a construção. Concluído o pagamento, o consumidor poderá tomar um empréstimo para começar a construir a residência. Bancos como a Caixa Econômica Federal possuem linhas de crédito para financiar o material de construção.

Preços dos imóveis

Hoje, os preços dos imóveis estão altos porque os valores dos terrenos estão subindo e os custos de produção e construção acompanham esta alta. Segundo Paranaguá, a margem de lucro das empresas de incorporação nunca foi alta, atingindo uma média de 15%.

“O preço do imóvel e do terreno tem ligação direta. Atualmente o custo médio de uma construção partindo do zero é de R$ 2 mil a R$ 2,5 mil por metro quadrado”, diz. Quando uma incorporadora vende um imóvel por R$ 10 mil o metro quadrado, por exemplo, é porque gastou em média R$ 6 mil com o terreno e a compra de licenças da prefeitura para a construção do imóvel.

Mas em geral, o preço do terreno não é tão alto. “O preço do terreno pode chegar até 40% do preço do imóvel dependendo do lugar”, explica Paranaguá.

Perspectivas

O diretor da Scopel não acredita que o preço dos imóveis poderá recuar no Brasil. “A demanda por imóvel residencial mantém a estabilidade anual, até porque todo ano novas famílias vão sendo formadas e buscam seu próprio imóvel. O mesmo não acontece no mercado imobiliário comercial, já que essa demanda é perigosa e pode cair”, explica Paranaguá