Comentário: Nós ainda não percebemos a extensão da crise. Primeiro o mar recua .A onda vem depois
Consumo robusto, mas não de produtos brasileiros
18 de maio de 2012 | 3h 07
O Estado de S.Paulo
Enquanto a indústria de transformação apresentou retração de 1,13% no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2011, o comércio varejista, para o mesmo período, cresceu 7,3%, no que se refere ao comércio ampliado (que inclui veículos e material de construção), e 10,3%, considerando apenas o comércio restrito. O descasamento entre consumo doméstico e produção industrial nacional está se acentuando, ou seja, o País depende cada vez mais das importações.
No início do ano, podia-se prever que, com o robusto reajuste do salário mínimo, o comércio varejista iria refletir o aumento do poder aquisitivo de uma parte importante da população, uma vez que o reajuste do salário mínimo traz consigo uma elevação proporcional de todos os salários de empregados que sejam reajustados por dissídios.
Olhando os dados com reajuste sazonal, na margem, isto é, em relação ao mês anterior, tivemos para o comércio restrito um aumento de 3,2% em janeiro; estabilidade em fevereiro; e novo crescimento, de 0,2%, em março. Mais significativos, talvez, são os dados em relação ao mesmo mês do ano anterior: 7,5%, em janeiro; 10,6%, em fevereiro; e 12,5%, em março, o que mostra uma progressão constante das vendas.
Considerando o acumulado do ano, podemos ter uma ideia melhor de como as vendas se distribuíram segundo as categorias. As vendas de combustíveis apresentaram aumento modesto de 2,8%, que, aliás, reflete o movimento das vendas de veículos e peças, de 1%, setor que, por falta de financiamento, encontrou dificuldades. O setor de alimentos e supermercados cresceu 11,3%, o que mostra como um reajuste salarial tem efeitos importantes sobre as compras do dia a dia das famílias. O crescimento foi pequeno no setor dos tecidos e vestuário (0,9%), que é mais estimulado em período de festas (Natal, Dia dos Namorados, Dia das Mães).
O campeão de crescimento continua sendo o setor de informática e comunicação, com aumento de 32,2%, mais do que o setor de móveis (15,9%), que é dinamizado pela compra de casas. A saúde dos brasileiros demandou aumento das vendas nas farmácias, de 10,8%. O setor de produtos de uso pessoal e domésticos cresceu 9,4%.
Esse crescimento do consumo das famílias foi, sem dúvida, favorecido por aumento do crédito, mas se fez acompanhar de uma elevação do endividamento, ao qual as autoridades monetárias não deveriam ficar indiferentes, pois pode se traduzir em dificuldades para o sistema bancário
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