Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Corrida pelo 5G: A nova guerra fria e tecnológica

Entenda a disputa pelo 5G: na inovação, nos negócios e na ...

Em entrevista ao Instituto Millenium, Carlos Cardoso explica disputa entre China e EUA e o papel do Brasil neste processo.

A quinta geração das telecomunicações móveis promete trazer uma verdadeira revolução na forma como as pessoas se comunicam, garantindo maior velocidade, estabilidade e possibilidades para as conexões. A corrida pelo 5G é tão relevante que há em curso uma verdadeira Guerra Fria entre a China, com a Huawei; e os EUA, que se aliaram a companhias europeias e sul-coreanas como Ericson e Samsung, para tentar fazer frente ao país asiático. Uma briga que vai muito além da disputa tecnológica: está em jogo o uso dos dados pessoais, cada vez mais fundamental no mundo em que vivemos. O Instituto Millenium conversou com o cientista de dados e Mestre em Análise e Gestão de Políticas Públicas pela FGV-EAESP, Carlos Cardoso, que analisou os movimentos e o papel do Brasil nesse processo. Ouça o podcast!

O especialista destacou que a China saiu na frente na corrida tecnológica. No entanto, há muita desconfiança com relação a esse avanço no mundo. Isso por conta de uma possível relação entre a Huawei, o Partido Comunista Chinês e a proteção de dados. “Há uma preocupação mundial sobre essa questão. Grande parte do potencial estratégico é extraído de dados da rede de computadores. O 5G acaba catalisando todo esse potencial, porque começa a era da ‘internet das coisas’ e não somente dados de computador, mas também sobre localização podem ser capturados por esses agentes, sendo utilizados sem a ciência das pessoas para motivos espúrios, alheios à vontade do usuário”, disse, citando que as restrições dos EUA e aliados se dá por isso e também pela ameaça à liderança da economia global representada pelos chineses.

O bloqueio de alguns países, inclusive os EUA, à Huawei, é parte desse processo de “guerra fria”. O problema com a empresa é a relação que instituições privadas chinesas costumam ter com o governo daquele país. “A questão principal é que a Huawei já está em alguns países. No Brasil, por exemplo, boa parte da estrutura de equipamentos do 4G é da empresa, bem como em outros países”, lembrou, destacando a evolução da companhia em um curto período de tempo.

O papel do Brasil

Enquanto China e EUA se bicam por conta do 5G, o Brasil tenta encontrar o seu caminho para que a tecnologia possa ser implantada também por aqui. Carlos Cardoso destacou que é necessário fazer o leilão de alta frequência, e lembrou que, apesar da expectativa para o certame sair neste ano, isso foi adiado para 2021 por conta da pandemia do novo Coronavírus.

O especialista do Instituto Millenium afirma que o Brasil, um dos maiores mercados de internet do mundo, tem muito a ganhar com o 5G. Mas, para isso, é preciso ter uma boa modelagem. “É uma questão estratégica essa relação dos leilões, por conta das partes envolvidas, como Anatel, Ministério da Ciência e Tecnologia. Considero um erro fazer levantamento somente tendo em mente questões arrecadatórias. Muito do que é esperado do 5G depende de uma boa regulamentação e melhor delineamento das liberdades das operadoras para usar as frequências. É importante se ater à questão de oferecer camadas de frequência tendo como conceito principal não o recolhimento de recursos, mas o ganho para a sociedade: quem vai utilizar melhor, como vai utilizar”, disse.

O que o 5G representa

Mas, afinal, como o 5G se tornou o ator principal dessa disputa econômica? Carlos Cardoso traçou um paralelo histórico com o avanço das telecomunicações móveis. O 3G foi um grande avanço: o uso de dados deixou de ser para atividades mais primitivas, como a troca de mensagens de texto, e passou a haver conexão de internet. O 4G foi outro salto, com conexão mais veloz – que permite consumir áudio e vídeo, com oferta de entretenimento, com maior qualidade e estabilidade. “Isso já remodelou a sociedade por completo. Hoje, por exemplo, usamos aplicativo para pedir comida, para andar de um lado para o outro, tudo que a gente não poderia fazer anteriormente por não existir transferência de dados no mesmo patamar”, disse.

E o 5G? Este tipo de conexão representa uma evolução ainda maior. Por exemplo: com o aumento da banda, vai ser possível assistir um vídeo em streaming com resolução em 8K sem travamento, o que hoje é praticamente impossível. A latência – retorno entre o que você consome e o que a rede retorna – será reduzida. O aumento da qualidade do 5G também será decisivo em situações cotidianas. Hoje, por exemplo, é praticamente impossível postar uma foto durante um show ou jogo de futebol com grande público, pois o grande número de acessos inviabiliza a qualidade da conexão. Esse é um problema que será solucionado com a quinta geração tecnológica.”É esperado que isso não ocorra, que tenha mais possibilidade de abrangência, mais dispositivos conectados”, disse.

Carlos Cardoso citou outras aplicações que serão facilitadas com a evolução da internet das coisas. “Isso possibilita a questão de cirurgias remotas, que serão mais fáceis de serem praticadas, pois o grau de imprecisão entre a ação do médico e a máquina será cada vez menor, chegando mais perto da realidade. Também se está falando dos carros inteligentes. O carro vai estar conectado à rede global e um computador lá no Google poderá controlar um veículo aqui no Brasil, por conta da baixa taxa de lentidão da conexão. Isso no 4G não seria possível”, disse. E a internet das coisas também chegará ao dia a dia, com geladeira, ar condicionado, janela e outros equipamentos de casa totalmente conectados. “A vida vai ficar cada vez mais próxima ao que a gente via nos Jetsons”, brinca Cardoso.

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