Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Cotonicultores retornam animados da missão comercial à Ásia

Fonte:|odocumento.com.br|

Os diretores e filiados da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) voltaram entusiasmados da viagem em missão comercial ao Sudão, no Continente Africano, e a países asiáticos. Na Indonésia, Taiwan, China, Japão e Tailândia, que são os principais importadores do algodão mato-grossense, os produtores deram sequência ao projeto de marketing desenvolvido pela Ampa.

Para o presidente da associação, Gilson Ferrúcio Pinesso, que liderou a delegação, a viagem foi um sucesso.

Em Jacarta, Capital da Indonésia, os cotonicultores reuniram 112 convidados, entre os principais industriais, empresários e autoridades daquele país, para falar sobre a qualidade da última safra colhida e também transmitir aos clientes que o setor está produzindo e aprimorando a qualidade da matéria-prima. Das 450 mil toneladas de algodão consumidas pela Indonésia 27% são importadas de Mato Grosso. “Ficamos surpresos com o grau de interesse daqueles empreendedores com o nosso produto”, disse Gilson Pinesso, destacando que a qualidade intrínseca do algodão brasileiro foi muito elogiada.

“No entanto, criticaram a distância e a demora que o produto leva para chegar às indústrias”, completou o presidente da Ampa. Nos cálculos dos produtores, para resolver esse problema, o setor terá que buscar alguma estratégia para ter o algodão mais próximo do destino. O que também chamou a atenção da missão comercial foi a pujança da economia da Indonésia e o potencial econômico da sociedade, que é uma das nações mais populosas do mundo.

Gilson Pinesso afirmou que pelos números apresentados, a Indonésia reúne requisitos para integrar o bloco do BRIC (É uma sigla que se refere a Brasil, Rússia, Índia e China, que têm se destacado no cenário mundial pelo rápido crescimento das suas economias em desenvolvimento). Em Taiwan, a Ampa organizou um seminário que contou com a participação de 80% das indústrias. “A qualidade do nosso algodão foi exaltada por vários empresários. Então, isso nos sinaliza que a presença do produto tem condições reais de crescer nesse mercado”, avaliou Gilson Pinesso, apontando que das 180 mil toneladas de algodão consumidas em Taiwan apenas 30 mil são originárias do Brasil.

No Japão, além de visitar a associação das traders, a delegação de cotonicultores conheceu a Karobo, uma das empresas mais importante da indústria têxtil do país. “O Japão tem importante presença no oriente, com indústrias espalhas pelo continente. Com isso, a visita se deu de forma a alavancar nossas vendas na região”, assinalou Gilson Pinesso.

Ele lembrou que a missão “fez um gol de placa” quando representantes da associação americana de cotonicultores, que estiveram naquele país uma semana antes, avisaram aos industriais japoneses que a Ampa estava indo, mas que eles chegaram primeiro. “Isso mostra que somos conhecidos e respeitados até pelos nossos concorrentes”, assegurou o presidente da Ampa. Depois do Japão, a delegação partiu para Pequim, na China. “Visitamos órgãos federais e indústrias e, pelo nível de recepção e presença dos presidentes desses órgãos e empresários, deu para perceber que gozamos de excelente conceito. Ficou claro também o interesse dos chineses em adquirir mais algodão brasileiro”, abalizou Gilson Pinesso. Segundo ele, a China deve continuar dando preferência a produção de alimentos.

E, dessa forma, o algodão do Brasil tem grande probabilidade de aumentar a participação nesse mercado, principalmente porque o algodão é livre de contaminação, de produtos estranhos que garante a qualidade da matéria-prima. Gilson Pinesso acredita que o alargamento da exportação de algodão para a China dependerá de investimentos em marketing. “Faremos isso com muita propriedade, porque o mercado chinês é extremamente promissor”, explicou Gilson Pinesso.

A última etapa da viagem foi em Bangkok, Capital da Tailândia, onde os cotonicultores de Mato Grosso se reuniram com 72 empresários e industriais. O país consome 350 mil toneladas sendo que, deste total, o Brasil exporta de 30 a 35 mil toneladas. “O encontro com os tailandeses foi um sucesso e gerou excelentes expectativas, especialmente pela qualidade do nosso algodão”, declarou o presidente da Ampa, completando que os industriais pediram para ajustar poucos detalhes no beneficiamento. “Eles também querem ter acesso aos resultados originais das análises de HVI (High Volume Instrument é o aparelho utilizado para medir propriedades essenciais da fibra do algodão, importantes tanto para o mercado cotonicultor, quanto para as empresas têxteis)”, diz.

O presidente da Ampa disse ainda que a Tailândia é um país com grande potencial e, com a abertura de mercado, precisa da atenção dos produtores de algodão.

Delegação

Além do presidente e do vice-presidente da Ampa, Gilson Ferrúcio Pinesso e Carlos Ernesto Augustin, respectivamente, participaram da comitiva os cotonicultores e conselheiros consultivos da entidade, Sérgio de Marco e José Pupin; Arilton Riedi, presidente do Núcleo Regional Norte da Ampa; o produtor e deputado estadual Otaviano Pivetta e o consultor de mercado Andrew Macdonald.

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