O Brasil sempre foi observado como o país do futuro, mas promessa costuma perder o encanto quando demora a se concretizar. Isso já provocou algumas considerações e críticas, como por exemplo: O Brasil é o país do futuro e sempre será!
Como brasileiros, também somos críticos, fazemos nossos comentários contundentes, mas que ninguém de fora se arrisque a fazer o mesmo perto de nós! Consideramos esse ato uma exclusividade nossa. Ficamos exaltados e saímos em defesa do país e de nosso povo.
Temos, inclusive, comerciais demonstrando essa nossa veia verde-amarela.
Quando questionados sobre as origens, muitos não se dizem brasileiros, mas resgatam a nacionalidade dos antepassados. Italianos, franceses, alemães, espanhóis, portugueses, eslavos, russos, e assim, não importa há quantas gerações as famílias estão no Brasil, a referência é estrangeira.
Recebemos todos de braços abertos e até destacamos “certa superioridade” do estrangeiro. Quem sabe por timidez.
Não no futebol, Fórmula Um, voleibol, e algumas áreas onde somos reconhecidamente excepcionais. Para que nos valorizemos não podemos apenas ser bons, precisamos ser muito bons. Um erro.
O estrangeiro vem ao Brasil a passeio e não fala a nossa língua. Damos um jeito, “nos viramos nos trinta” e falamos a língua deles. Não contamos ponto!
Vamos a um país estrangeiro. Eles sequer se esforçam para nos entender. Damos um jeito e, quando não falamos a língua deles, nos viramos em espanhol ou inglês. Não contamos ponto!
Precisamos efetivamente descobrir e exercitar nossos valores.
A participação de nossas exportações no comércio mundial tem se mantido na casa de 1%. Já estivemos melhores. Há 50 a participação chegou a 2%. É uma expertise que nossas pequenas empresas ainda não desenvolveram, pois, juntas, não atingem 3% das vendas ao exterior.
Se nossas micros e pequenas empresas correspondem a mais 99% dos 5,8 milhões de negócios formais do país e empregam mais de 52% de trabalhadores com carteira assinada, o que corresponde a 13.1 milhões de empregos, o que estamos fazendo com nosso capital intelectual?
Ouvia e lia esta semana algumas queixas sobre a imigração para o país e o emprego de estrangeiros. Uma das vozes dizia que somos competentes e não precisamos de profissionais vindos de fora. Eu digo que temos adicionar competência.
Falamos em educação, mas nos ressentimos de pessoas efetivamente preparadas.
A evolução do ser humano provoca a evolução das sociedades, inserido nela está a empresarial. Uma sociedade empresarial evolui ou desaparece.
Precisamos exportar não apenas produtos naturais, matérias-primas brutas, mas inteligência.
Para isso o mercado, escolas e empresas com o compromisso dos trabalhadores, terá que se por em estado colaborativo. O compromisso terá que ser a excelência do que se faz.
A terra da oportunidade cobra o compromisso da realização. O homem extrapola a dedicação e desenvolve a consciência.
No mercado, não basta estar presente é necessário se fazer presente.
Nas nossas empresas, o turn over não pode ser de pessoas, mas de idéias. Criar, desenvolver, reter e aplicar o capital intelectual é fundamental para o sucesso do empreendimento, do mercado, do país e, consequentemente, do nosso povo. Assim poderemos efetivamente exportar mais e aproveitar a oportunidades do mundo globalizado.
Nesse processo, é importante observar que talentos, ao trocarem de empregos, não deixam empresas, deixam pessoas.
Os fatores que os levam em busca de novos horizontes são oportunidades para desenvolverem seu potencial.
O que os retém é crédito pessoal. Poder ver e crer que os gestores de sua organização estão empenhados na construção de um futuro do qual querem participar.
Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
Fones (11) 4526 1197 / (11) 9645 4652
Twitter: @ivanpostigo
Skype: Ivan.postigo
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